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Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Bom dia, todos, bem-vindos. Hoje eu queria discutir alguns por não é que estão ligados, principalmente a ciência política, embora eles não pareçam, mas estava vendo uma pergunta aqui de uma visitante muito simpática e estava perguntando o motivo da borrisse ter se disseminado tão amplamente no Brasil. A causa disso é muito simples. É que antes da pessoa poder ter qualquer ideia, discutir qualquer coisa, ela tem que dominar a linguagem. E o padrão de domínio da linguagem que existe no Brasil é a linguagem da mídia e das conversações diárias, e não vai passar daí. Para o sujeito conquistar isso, eu preciso de um esforço medonho, porque o ensino do português é muito ruim. E a língua portuguesa é muito complexa, é uma língua difícil de aprender. Então, para o sujeito poder se comunicar com os outros e sentir que ele é um ser humano normal, que pertence à sociedade humana, o esforço já é enorme. E quando ele chega, isso ele acha que é uma pessoa oculta, porque está ali, ele se tornou igual aos outros, ele aceita no meio, e ele não tem ideia realmente do que é cultura. Quer dizer, o domínio da língua banal do dia a dia e da língua de mídia é para ele o ponto mais alto que ele pode chegar. Ele não consegue imaginar nada além disso. E hoje todos estão assim, por quê? Desapareceu a literatura no Brasil. Agora começa a aparecer de novo. Mas durante 30, 40 anos sumiu todo mundo. Daquele negócio, eu já contei para vocês que no Rio eu conheci a última geração sobreviventes da alta cultura brasileira, que era o José Montelo, Roberto Salles, Paulo Mercadante, o Roberto Campos, o Paulo Francis. E eu pensava, quando morrer esses velhinhos, o que vai ser? Não tem mais nada. E daí se realizou, a profecia que a minha avó põe no meu nome, quer dizer, sobrevivente. Quer dizer, eu pertei só aquela geração, embora isso fosse muito mais velho do que eu, eu era um deles. Eu não sou da turma nova. Eu me entendia perfeitamente bem com os velhinhos, e eles me entendiam perfeitamente. Na geração seguinte já dava problema. Mas quando a minha avó botou esse nome, quer dizer, sobrevivente, ela acertou porque morreu todo mundo sobre o eu. Então o que eu tenho que fazer? Eu tenho que fazer uma ponte para que a nova geração que é enseguida, pegue um pouco do que a velha tinha e consiga então prosseguir. E nós estamos obtendo algum resultado nisso aí. Mas é claro que o resultado é numericamente insignificante. Quer dizer, ponto máximo do curso é que tem 7 mil alunos. O que é 7 mil num país de 220 milhões de habitantes? Não é nada ainda. Então nós não temos ainda, nós temos um, como eu disse, um núcleo, uma semente de uma nova classe intelectual. Mas é só uma semente, não é uma classe intelectual ainda. Eu espero poder continuar regando a semente que ela cresça ainda. Ainda tenho mais uns anos de trabalho, não sei se muitos ou poucos, mas eu tenho e vou, não vou parar agora, está certo? Até hoje eu me comentei e falei se o pessoal acha que tomando meu dinheiro eu vou me fazer desistir, eles estão doidos, porque no tempo que eu escrevi o imbecil coletivo, que foi uma bola, a bala, o que eu ia levar, eu morava num kit net, num prédio apelidado o favelão. Você imagina um prédio que tinha mais rato do que gente. E nem por isso nós deixamos fazer um estrago. Quer dizer, se eu... Quem depende de dinheiro para escrever um livro? É absurdo. É assim, é papel lá, se pronto acabou. Então... Esse desafio, vamos dizer, de você se tornar um membro da sociedade, no Brasil é muito difícil, as pessoas valorizam isso demais. Então o que o suitor quer é ele se tornar um da classe falante, que ele considera letrada, inteligente, etc. São os colegas de faculdades, é o pessoal da redação. Então isso quer dizer que o nível de aferição é muito baixo. De quanto ele consegue isso, ele acha que ele é um vitorioso. Ele não tem ideia do que está fazendo. Então hoje mesmo eu estava comentando, o pessoal estuda na faculdade, depois da física, da física do Newton. Ele diz, ah, bonito, quanto livro você leu sobre Newton? Quanto livro do Newton você leu? Você leu os princípios matemáticos da Fila do Fia Natural? Não. Você leu as biografias do Newton? Essa e essa e essa? Não. Então o que você pega? Eu peguei o livro de física do Antó de Souza, Teixeira e Jura. Era o livro que todo mundo estudava no meu tempo. Deve ter algum parecido hoje em dia. Esse livro não vai nem te explicar a coisa mais elementar, que a tal gravidade não é um princípio explicativo, não é um princípio causal explicativo. O próprio Newton disse e jamais explicou isso, oferecer isso como explicação causal. Ele fez apenas a descrição matemática exata de um fenômeno natural. É isso que ele faz. Se você disser a matéria, a trama a terra, a razão direta das mastas, a razão inversa, quadras das instâncias, se descrever um processo, você não explicou de onde vem. Agora você dizer que a própria equação matemática, a explicação causal é coisa de maluco. Nenhuma equação é causa de coisa nenhuma, porra. É apenas a descrição matemática exata, dentro, pelo menos, da esfera macro, a esfera visível funciona até hoje, funciona, quer dizer, é uma demonstração canônica, por assim dizer. O que prova que é um negócio científico. Agora o pessoal não leu o Newton e acha, então, que é uma explicação causal quando o próprio Newton diz que quem disser está mentindo. Quem disser que eu dei uma explicação causal assim assim, está mentindo. E o pessoal também não sabe a história do Newton. O Newton foi uma invenção da Casa Real Britânica. Pegou a Camarra, que tinha, evidentemente, um talento matemático fora do comum, mas que era em outros assuntos sendo um charlatão completo, um negócio de teologia. Existem um charlatanio total. E eles se acreditavam, fundador de uma nova religião cristã. Ele era uma espécie de luterro. Reinventou tudo, falou, não tem trindade, só tem a unidade absoluta. E Jesus não é filho de Deus, Jesus é apenas um profeta, etc. O negócio parecia um pouco a Islâmia. Só que ele fez isso depois do luterro, e ele não tinha a ilocença do luterro. Então, ele não conseguiu fundar religião nenhum, o pessoal jogou aquilo tudo fora, esconderam no porão para ninguém saber, para não prejudicar a imagem do cara, e criaram a imagem do Newton como o primeiro cientista social puro, cientista moderno puro besteira. Agora, isso nos ensina uma coisa importante. A Casa Real Britânica, naquela época, sabia que o princípio do poder imperialista vem da superioridade intelectual, vem do prestígio intelectual merecido. Então, por isso, quando eles fundaram a Royal Society, que era um bando de cientistas, todos eles alquimistas, todos macombers, mas fizeram, um halarde daquilo, que a Inglaterra ficou respeitada na Europa inteira, como sendo o berço dos gênios. Antes da Inglaterra ter poder militar suficiente. Você sabe que o rei Felipe II da Espanha mandou invadir a Inglaterra e teria invadido, porque ele tinha a maior marinha do mundo. E acontece que houve um vendaval, fundou todos os navios. Então, ele disse, eu não l'avais enviado contra as forças da natureza. Se ferrou, a Espanha nunca mais se levantou depois disso. Para a Inglaterra ter um poder suficiente para mandar no mundo, foi só no século XVIII. De demorou. Então, o poder britânico começa com o prestígio intelectual. Assim como o da Alemanha também começou com o prestígio intelectual. Na época de reggae, cantes, shelling, etc. A Alemanha não tinha nada, não era nenhum país formado ainda, mas já era, para dizer, a dona do mundo, porque tinha o prestígio intelectual. Como é que você vai fazer brasileiro entender isso? Meu filho, o dinheiro vem depois, a força armada vem depois. Primeiro, você precisa vencer no terreno intelectual. Como é que eu vou explicar? Ah não, os caras estudaram, Carl Marx dizem, não, tudo vem da luta de classes, da economia, etc. Que nem marxismo, claro, isso é caricatura de marxismo. Mas não é essa caricatura de marxismo que todo mundo acredita no Brasil. Isso também cria no povo brasileiro uma mania dinheirista, que ele acredita que o dinheiro é o único poder do mundo. Eu digo, escuta, quando o sujeito assalta o outro, qual tem mais dinheiro? O assaltado ou o assaltante? Chega lá um menininho favelado de 12 anos, como automática na mão, e pega lá um banqueiro na esquina, quem tem mais poder? O banqueiro? Mas não, você não pode nessa taxa, o dono do banco está no seu estrozo de assaltos, eu também estou contando disso. É uma coisa muito simples. O dinheiro é o meio de alcançar o poder, mas ele não é um poder em si mesmo. Eu usei até a expressão os três tipos de poder, mas o dinheiro tem essa coisa ambígua. Você ter dinheiro é o motivo mais que suficiente para que te assaltem. Suficiente e necessário, porque você não tiver dinheiro que não vai assaltar nada. Então, se não fica aqui nem a filha do Glauber Rocha, que o ladrão foi assaltar a casa dela, tem acabado de mudar por Rio de Janeiro, e daí ela levar a televisão, e a empregada começou a chorar, e eu falei, não, você vai levar a televisão, porque hoje é o último capítulo da novela. O ladrão se fundou e deixou a televisão lá. Então, assaltar pobre não dá certo. Então, essa mania dinheirista do Brasil é um elemento fundamental da nossa cultura. Você vê que as correntes de pensamento principais que influenciaram o Brasil desde os séculos de 1990 são todos materialistas. É o científicismo, o pessoal lheia muito, é o Ernesto Reck, o que o Sr. Reck fez, fama, inventando, criando fósseis falsos para vender a teoria de evolução. Hoje está totalmente desmoralizado. Então, o fodarvenismo foi o positivismo. O científicismo, isso aqui influenciou o Brasil. Quando você lê, por exemplo, o Deus está valendo graçaranha, a estética da vida. E o graçaranha é escrevido a um robânsico que é até interessante, que é o Canan, onde ele faz um confronto de dois imigrantes alemães, um é um idealista, bomzinho, o outro é um nazista, um malvado. O livro não é ruim não, mas as ideias do cara são muito toscas, porque ele, na juventude, ele abandona o seu cristianismo e adere as modas materialistas. E isso foi o trajeto padrão dos intelectuais do século XIX. E isso marcou profundamente. Quando vai terminando isso, você vê, no começo do século XX surge um movimento intelectual católico, com o Jackson de Figueireia e o outro. Mas note bem, não era ainda uma filosofia católica, era apenas... Não é propaganda católica, no fim das contas era... Da onde vai sair depois o Gustavo Corsão? O Gustavo Corsão também não é um filósofo, né? Ele é um bom polimista católico, mas não chega a ser uma filosofia. Então é um movimento que não teve força filosófica. No campo filosófico, os materialistas continuam mandando e mandam até hoje. Não só materialistas como os positivistas. Os positivistas estão no poder no Brasil. Todas as generais estão nas todas os positivistas. E isso é uma verdadeira desgraça, porque o positivismo é a destruição da inteligência humana. O fundador do positivismo morreu louco. É uma coisa que todo mundo deveria levar em conta. Quer dizer, ele já era louco antes, não. Quem não é louco não morre de louco, pô. Essa é uma coisa que nem Nietzsche, né? É a Nietzsche que ficou louco e morreu. Não, ele estava louco fazia 20 anos. E aí naquele dia ele morreu. Então eu apreciei muito o talento de Nietzsche, talento literário de Nietzsche, um negócio fabuloso. Mas essas ideias dele são uma só confusão dos demônios. Você vê que o secretário do Russel, Ogin Fink, fez um estudo sobre Nietzsche. Ele disse, não, isso aí está muito confuso. Eu quero descobrir afinal qual é o sistema filosófico do Nietzsche. Ele investiu em um sistema filosófico do Nietzsche e encontrou cinco. Todos os contraditórios. Então não dá. Você escolhe o Nietzsche da sua preferência. Então, essa coisa materialista, ela é imbecilizante por si mesmo. Porque o que quer que escape do seu mundo sensível, para você não existe. Mas pensa aí, o que é o mundo sensível? O mundo sensível se constitui de impressões que não duram nenhum segundo cada um. É só pedacinhos, pedacinhos, pedacinhos. Isso é o mundo sensível. Ou seja, o mundo sensível é a coisa mais insensível que existe. Quer dizer, a impressão que nós temos de que o mundo sensível é um negócio sólido, que você pode confiar, você é totalmente enganosa. Se você pegar todas as sensações físicas que você tem na sua vida, não compõe um único objeto. Ou seja, a consistência do objeto está para além da impressão física que nós pegamos dele. Você sabe que existe alguma coisa lá que o mantém, que lhe dá uma substancialidade, uma existência. Mas essa coisa não é física. É a forma dele. Então você pega, eu estou vendo um urso. Quem que você viu do urso? Você viu pelo marrom? Pelo marrom, talvez tenha visto um dentinho. E foi isso que você viu durante um segundo. Isso que você viu durante um segundo? E isso tem um urso? Não. O urso é um ser vivo que tem forma de urso. O que é forma? É o princípio do seu funcionamento. Forma não quer dizer só a aparência. É forma no sentido aristotélica. Quer dizer, pensando bem, é a fórmula. Ele é um urso porque ele tem a fórmula de urso. Ele funciona como urso. Essa fórmula não é visível. Você é capta pela inteligência, não pelos olhos. E tudo o que nós conhecemos é assim. Ou seja, a substancialidade do mundo é um fator não físico. Que nós aprendemos pela nossa inteligência, não pelos nossos sentidos. Porque os nossos sentidos não são muito diferentes do sentido de um animal. Um gato, um cachorro. Alguns animais até enxergam melhor do que nós. Houve melhor do que nós. Tem o fato melhor do que nós. Mas eles têm noção de realidade. Não, não, não, não, não. Eles não distinguem o real do irreal. Eles só distinguem o presente do ausente. Vire, uma coisa que o Olga e o Rosan Stoker se dizia. O ser humano é o único animal que pode prometer. Ele promete uma coisa para fazer no ano seguinte. Isso não está presente em lugar nenhum. Isso só existe como uma intenção dele. Nenhum animal pode fazer isso. O animal age na hora e só na hora. Ele não pode dizer não. Eu te pago a minha dívida ao mês que vem. Essa continuidade do tempo estão dos elementos da forma da realidade. Porque nós sabemos que um processo que está se desenvolvendo hoje, ele não vai parar de repente. Por exemplo, o Rio aqui está correndo e ele vai parar de correr. Se está, como é que se diz, fazendo frio, o frio não vai sumir assim de repente. Tem todo um processo. E nós entendemos que essa continuidade do tempo é o elemento fundamental daquilo que nós chamamos realidade. Porque se for no seu sonho, o seu sonho, o calor pode virar frio imediatamente, o urso pode virar um coelhinho, o coelhinho pode virar a fada madrinha do dente. Tudo no sonho pode acontecer. Mas nós sabemos que isso não acontece porque as coisas precisam de um tempo para suceder. E esse tempo evidentemente não é material. Ele é a forma que engloba tudo que é material. O espaço também não é material. O espaço tem coisas materiais dentro. Mas se ele fosse uma coisa material, nada poderia caber dentro dele. Entendeu? Então quando o canto descuidou o espaço, é uma forma, ele tinha razão, só nesse sentido, que ele tinha razão. O canto só diz bestira, mas aí ele de certo modo acertou. O espaço é uma forma e o tempo é uma forma. E essas formas dão coesão para a realidade. As percepções que nós temos, que são todas picotadinhas, nós inserimos dentro desse quadro de espaço e tempo, então nós entendemos que elas são reais e não são fantasia. As coisas da fantasia também têm forma sensível. Eu vejo e ouço coisas. E até cheiro coisas no sonho. Não é verdade? Eu posso inventar, aqui eu sujeito lá, no banheiro com a revista Playboy, ele imagina que ele está com uma mulher do mundo. Cita uma bonitona aí que não sei. Essa aí. Ele pensa, mas ela não está. Qual é a diferença? A diferença é que ela não está no espaço-tempo, meu Deus do céu, ela só está na imagem. E nós sabemos distinguir a imagem do espaço-tempo. Todo mundo sabe, até é louco sabe. Todo mundo é louco, mas não tanto. Tem limite para loucura. Eu conheci uma dona que tinha esteria e ela vivia suicidando. Mas ela só suicidava quando tinha alguém vendo. Ela não deu uma lucra assim. Eu várias vezes mergulhei na piscina para tirar a mulher às três horas da manhã. Eu estava dormindo lá, frio, foi a dona fulano. Daí eu ia. Então quer dizer, ela não era tão louca assim. Então até é louco perceber essas coisas. Então... Este quadro do espaço-tempo, são três condições, o espaço-tempo e o número, o quantidade. Tudo que nós conhecemos no mundo físico é isso. Tem espaço, tem tempo e tem quantidade. E nós sabemos que essas três qualidades não podem circular aí. Se ela circular, tudo bem. Tem as menininhas aqui. Então, o espaço-tempo e o número, o quantidade, são as condições que determinam que tudo que nós vemos existe ou não existe. Está na realidade ou está apenas na imaginação. Todo mundo sabe fazer essa distinção. Às vezes a gente finge que não sabe. Ele tanto fingir, às vezes a gente acaba acreditando. Agora, um ponto importante, que nesse processo educacional que eu estou falando da conquista da linguagem, se perde por completo, é o seguinte, na medida em que você está se esforçando para você dominar a linguagem do grupo e se sentir, portanto, um membro aceito do grupo, quer dizer, você já fala como eles e você entende a linguagem deles, então você sente que você não é mais aquele bichinho solitário que você era no Bercinho. Agora você já é um ser humano, você participa do grupo, você tem atuação ali. Isso significa que essa conquista desse lugar no grupo é uma coisa muito importante para a formação da sua personalidade. Se você não tem isso, você está terrorizado, você está absolutamente impotente, você não pode agir socialmente. Se você não pode agir socialmente, você não pode fazer uma compra, você não pode pedir uma comida, você não pode pedir um favor, você não pode fazer nada. Você está aqui nem um bebê no colo, bebê no colo, o que ele faz? Você pode chorar. Agora, quando ele chora, você sabe o que ele tem, se é fome, se é dor de estômago, não sabe, não é isso, o cara é capaz de dizer, onde dói? Ele não sabe dizer, tá certo? Então, quando o sujeito adquira essa capacidade de se comunicar com o seu grupo, ele sente que ele virou um membro respeitável da comunidade. E claro que é uma conquista, mas pergunto, o que que isso tem a ver com o conhecimento do mundo? Absolutamente nada. Porque ali o que importa não é que as suas ideias, as suas opiniões coincidam com a realidade, mas coincidam com a opinião do grupo. Então, você acertar a opinião do grupo, aprendê-la e conseguir repetir, o fome é um esforço e é uma grande conquista, sem dúvida. Mas acontece o seguinte, o ressuscito baseado na opinião do grupo é o ressuscito retórico. Na retórica, no discurso retórico, a premissa, quer dizer, aquilo que garante a veracidade, o que você vai dizer é o que? É a opinião do grupo. Você tem que dizer as coisas de tal maneira que os outros aceitem. Se eles não aceitem, você fica inseguro. O que que isso tem a ver com a realidade? Absolutamente nada. Isso tem apenas a ver com a sua inserção no grupo, que é uma coisa importante, sem dúvida. Mas, eu digo, a educação superior começa a partir daí, não pode terminar aí. Você está entendendo? Olha, eu tenho muita experiência de redação de jornal. Redação de jornal? A unanimidade de opinião é um negócio fundamental. Se tem alguém que está fora, eles consideram que o cara é anormal. Na melhor, eles podem considerar que é anormal. Se não considera que é um criminoso, que é um bandido, que é um reacionar fascista, qualquer coisa assim. Então, o senso de unanimidade da classe, de unidade da classe, é uma coisa fundamental em jornalista. Que é a opinião do resto. E o único critério de diversidade que eles têm é a opinião do seu próprio grupo. Você está entendendo? Então, quando tem um negócio que eles não conhecem, que o grupo inteiro não conhece, eles acreditam que o loa é relevante ou é falso. Então, por exemplo, outro dia eu estava lendo lá, digam uma coisa, uma besteira que o Olavo Carvalho falou, aí ele falou mal do Newton. Eu digo, ai, Newton é um semideus, por acaso, é Deus. Não pode falar mal dele. Quando você estuda realmente a biografia do Newton, você vê que ele foi um charlatan e muita coisa. Essa religião que ele vendou é besteira. Ninguém nem prestou atenção. As coisas do Lutero fazem muito mais sentido do que aquilo que ele estava falando. O Lutero nunca chegou a dizer não. Às vezes, o Cristo não era o filho de Deus, era apenas um profeta. Isso é conversa islâmica, né? Então, olha isso. Newton nem sabia que era conversa islâmica. Então, qual é o problema de você criticar uma pessoa dessa? Quer dizer, o sujeito é perfeito sob todos os aspectos? Não, nem intelectualmente era perfeito. Porque os principais assuntos de interesse dele eram a teologia, a teologia dele e a alquimia. Você acredita em alquimia? Não, desse pessoal todo ninguém acredita. Newton acredita em ele, estava cegamente. Então, quer dizer, o burro sou eu ou o Newton, né? Se você perguntar o que me ia funcionar no futuro, eu falo, não sei, tem menos ideias. Ele li um monte de coisas sobre isso. Até hoje não sei se funciona ou não funciona. Eu era vinho sinais de que sim e sinais de que não. Quer dizer, qualquer pessoa sensata tem que chegar nisto. Falar, esse assunto é muito complicado. Eu não consegui chegar a uma conclusão e não vou chegar. E daí, o mundo está esperando que eu dê a solução do problema da alquimia? O mundo não pode funcionar enquanto do Alávon disser que a alquimia funcionou? Claro que não. Então, eu nasci sem saber isso, vou morrer sem saber que diferenças vai fazer para espécie humana. Nenhuma. Pode ser, meus alunos estão esperando uma resposta, veem, mas... E daí? Se eu disser, não tenho resposta. Tem muitas questões que as pessoas têm certezas absolutas, que vêm apenas do sentimento de unanimidade do grupo. Porque na verdade eu não sabe nada a respeito. Absolutamente nada. Quando você testa um pouquinho, você vê que o cara não sabe. Então, esse caso, por exemplo, que eu citei da Lei da Gravidade, eu não conheço um sujeito formado em qualquer disciplina na Universidade do Leque, não acredita que a gravidade é uma explicação causal. Quando, é claro, é só você examinar materialmente e falar, como? Quer dizer, as medidas certas do negócio, o cálculo que você faz, um cálculo, a descrição matemática de um fenômeno, o fenômeno, a sua explicação causal, o que com cálculo pode causar na realidade? Não pode nada, você precisa de uma força física. Então, é a matéria atrás da matéria? Sim, mas por que? Qual é a causa disso? Nilto nunca soube e nunca disse, e a teoria ninguém sabe. Então, claro que houve outras teorias depois. Mas, em geral, elas são igualzinhas, isso aí. Se você pegar toda a teoria da atividade do ar, isso, o que é? É um conjunto de esquemas matemáticas que explico como certas coisas funcionam. Mas, o como é o porquê? Quer dizer que a descrição, não é o fenômeno, é a sua causa? Nem isso é usado, sabe? Isso, gente, que estudou, e quanto mais estudou, mais burufica. Por que? Porque não está estudando para saber como as coisas são. Ele está estudando para ele falar igualzinho ao professor e aos colegas dele. Ele está buscando a sua integração social num grupo, é isso que o sujoito quer, porque isso lhe dá segurança. É a muleta psicológica a qual ele não consegue viver. Então, o que é? Essas pessoas são congeladas num estado de maturidade perpétua. Nunca se rego assim a adultas. São sempre adolescentes que estão buscando integração no grupo. Nunca passaram por uma situação de solidão absoluta. Sem passar por esse estado, você nunca vai ser um filósofo, nunca vai ser um intelectual, você nunca vai ser nada além de um membro do grupo. Entende? Isso é muito importante. Quer dizer, veja, a nossa civilização é inaugurada na hora que Jesus Cristo anual da cruz, e ele está absolutamente sozinho, não tem ninguém para apoiá-lo, e até Deus o Pai já disse, por que você me abandona? Aí começa a nossa civilização, quer dizer, a solidão total, é o começo do aprendizado, meu Deus do céu. Se você nunca passou por isso, ficar contra todo mundo, ninguém te apoiar, você nunca vai crescer, você nunca vai ser um intelectual. Pode ser mais um pau penteiro, como qualquer, Mastin Vaca, o Joel Dinheiro, Gustavo Nojinho, Chico Cazzo, até tá cheio de gente assim, porra. Agora, para você ser um intelectual, tem uma coisa aqui, uma condição indispensável, pelo menos a obra de um grande escritor, o filósofo você tem que dominar, pelo menos a obra de um, a obra inteira. Então, gente, você olha, passei a vida aqui, estou tostói, posso falar sobre tostói sem parar, durei dez anos, ah bom, você já é um intelectual, não precisa nem ser um filósofo, ouro uma ciência de alguma coisa, diga-me todo mundo sabia disso, hoje o pessoal não sabe, se você perguntar para esse cara, naquilo autor, você conhece, nenhum, dê umas lambidinhas aqui, ou umas lambidinhas lá, né? Agora, se você pegar esses chamados filósofos atuais, o Leandro de Pirituano, o Cláudio de Burros, etc., bom, de todo jeito, tem um que é um intelectual, o Pumbeu é um intelectual, ele escreveu um estudo bom sobre o negócio de Pascal Dostoyevsky, ele dizia, pelo menos dois autores, ele mostrou o que entende, meu Deus do céu, eu já dei mil cursos sobre mil filósofos, filósofos que eu passei anos estudando, que eu conheço e trago para dentro, então, eu acho que o primeiro filósofo que eu conheci, direitinho, foi o Ortega C, isso que tinha, o que? Vinte e um anos, uma coisa assim, eu li o Ortega C inteiro, daí escrevi lá umas coisas sobre ele e guardei, passado quase vinte anos, apareceu um concurso, de ensaio sobre o Ortega C, promovido pela embaixada do Orléano da Espanha, e daí eu queria entrar no concurso, mas estava muito ocupado, estava trabalhando em três empregas, não tive tempo de escrever, mas daí eu tinha uma namoradinha, gente muito boa, e ela descobriu nos meus arquivos esse negócio que eu tinha escrito, 15 ou 20 anos antes, e escreveu e aquilo ganhou o primeiro clima, quer dizer, esse negócio do Ortega C, eu entendi direito, mas do que qualquer outra pessoa que tivesse no ambiente. Claro que depois isso deu outros filósofos, melhores do Ortega C, mais profundos, mais sujos do Ortega C, Aristóteles, eu dei 10 anos da minha vida, Aristóteles, descobri algo sobre Aristóteles que praticamente ninguém sabia, então, bom, eu sou intelectual, esses caras não são, mas o pundeu é, pequenininho mais é, os outros não são nem isso, que filósofo que o Leandro Espiritual domina, não é nenhum. Agora, eles pegaram esses três camaradas, estão vendendo aí como ser filósofos, ah, você é um filósofo para ocupar um lugar do Valávio e Carvalho. Que coisa mais ridícula, meu Deus do céu, porque que tem que ocupar o meu lugar, porque que tem que concorrer comigo? Eu não estou concorrendo com ninguém, porra, eu estou fazendo o meu serviço e não estou me comparando com ninguém, né? Se eu me comparar com alguém, gerar com um jeito melhor do que eu, com o que eu estou a aprender, por exemplo, Mário Feira do Santos. Eu não dominei a filosofia do Mário Feira até hoje, o domingo, sei lá, 70, 80%, mas tem enigmas ali que eu não resolvi até hoje. E ainda vou continuar, já publiquei um livro sobre ele, mas vou continuar estudando. Estou preparando agora o livro que eu escrevi sobre Luíla Velho. Luíla Velho dos Filósofos do século 20 é o que eu mais amo, não é o que eu mais admiro, mas é o que eu mais amo, porque é uma coisa de uma humanidade tão profunda e imensa que, quem não se toca com isso aí é porque é um psicopata. Claro que sobre certas aspecitas admiro muito mais, o Edmondo Russo, ou o Schelling, nunca deu um curso sobre Schelling, não me considero qualificado ainda, talvez dê um dia e assim por diante. Então, você se torna intelectual na medida em que você absorve e domina o legado da tua área de estudos, porque você está a par do estado da questão, o estado dos questões. O que é o estado dos questões? É a evolução das discussões sobre um assunto desde que aquele assunto entrou na esfera de interesse humano. Se você não tem isso, sabe qual é o direito que você tem de ter opinião? Nenhum, você tem o direito de calar a boca, que é o que eu sugeri para esse menino aí, o Joel Dinheiro, que calar a boca nunca mais diga nada, de melhor coisa que eu farei na vida, pois se calar nada de nada, quer dizer, é preciso ter electual mesmo. O outro lá chega lá o Mastin Vaca, Mastin Vaca não sabe escrever, meu Deus do céu. Ele não conhece que é gramática da língua e quer julgar uma literatura inteira, e jogar escritores como Machado e Acínio no lixo. Eu digo, o que é? Isso é a mesma coisa que eu cheguei lá na academia de Boxing, e dizia, esse Maiktai só não está com nada, o bom brasileiro. É a mesma coisa, pô. Da entro lá, o cara me dá uma porrada e eu vou parar na África. Quer dizer, por que que nós temos que passar esse ridículo? Porque o problema da integração na comunidade é o único problema que as pessoas levam a sério. Elas não querem conhecer a realidade, elas não querem conhecer Deus, elas querem só provar que elas são um membro aceitável da comunidade. E olha que isso no Brasil chama coisa muito difícil, por causa da dificuldade da língua, e porque o ensino da língua é muito ruim. Por exemplo, quando eu estava na Uginásia, as pessoas me davam umas coisas para ler, porque eu ficava com vergonha. Me dava uma moreninha, então eu falei, mas pera aí. Isso aqui não é sério, porra. Isso aqui é historinha, sentimental, idiota. Por que que está me fazendo ler isso? A senhora quer me corromper, eu perguntei para a professora. Só quer fazer porque eu sinto idiota também. Eu estava lendo, por romântico, eu estava lendo o sofrimento do jovem vergonha. É um livro que eu chorava para caramba. Todo mundo que lê chora. Como é que eu vou comparecer com a moreninha mesmo? A moreninha é uma chatíssima, uma coisa de historinha idiota. Aposto que isso aqui é um negócio do vergonha, tem um sofrimento humano profundo, verdadeiro, universal. Depois comecei a ler outra coisa, eu li o Dante, fiz uma tradução do canto primeiro do Dante. Você passa por essa experiência? Você traduzir um poeta é meio fundamental de conhecê-lo, meu Deus do céu. Se o poeta é estrangeiro, você tem que compreender a língua dele até o ponto de poder tentar pelo menos uma tradução. Se você não faz isso, você vira que nem os irmãos campos, que não conseguem traduzir, eles inventam. Quer dizer, o Bruno Tolentino demonstrou por a mais bem que eles não sabiam o língua inglesa suficiente para traduzir, acho que era o Dylan Thomas. Então, você não sabe para que você vai traduzir. Só para você dizer que você é o tradutor, é só isso, é a mesma coisa, é a necessidade da aprovação social. Agora, eu nunca tive muito esse problema da aprovação social, porque eu sempre fui um cara de pau, eu nunca fui um sujeito tímido. Eu só fiquei tímido uma época, porque eu estava com todos os dentes estragados, então eu vivei a boca, ninguém me viu. Aí eu fiquei tímido, então eu certei os dentes e fiquei bom. Então, eu nunca precisei muito da aprovação social, porque quando eu era pequeno, eu estava doente, a família inteira me aparicava. Chegava no Natal, eu me enchido de por exemplo, porque eu achava que era o último Natal. Então, eu fui mais aparicado do que qualquer outra criança da minha idade. Então, eu não tinha problema da aprovação social, eu estava mais do que aprovado, estava apovado, premiado, assim por exemplo, aparicado. Eu nunca tive esse problema, nunca vi por que você tem que... Se a pessoa não gosta de você, por que você vai querer que ela goste? Sua mulher não gosta de você, sua mulher não gosta de você. Se o cachorro não gosta de você, não é suficiente. Eu tenho aqui um mundo de amigos, muito mais amigos que eu mereço. E eu preciso de mais aprovação social. Eu vou querer agora que o... sei lá, o joelho de dinheiro gosta de mim? Não, eu quero que ele não goste, porque se ele gostar... Bom, uma vez o Pedro chegou para mim e disse, ''Pai, eu vou pegar meus brinquedos velhos e dar para os meninos pobre.'' Eu falei, ''Muito bem, meu filho, muito bem.'' Eu elogiei, né? Daqui a pouco ele chegou, ''Não vou dar não, não dei de ideia.'' Eu falei, ''Por quê?'' ''Porque daí se eu der, eles vão querer ficar meus amigos, vou mentir o saco.'' Eu falei, ''Muito certo isso aí.'' Então, eu não preciso mais amigos do que eu tenho, eu já tenho demais, mais do muito mais do que eu mereço. Eu estou feliz com os carinho que eu recebo, né? É isso. As porradas também, as porradas... É bom para você ver que você está vivo, né? Está doendo, quer dizer que está vivo, né? Então... Agora, quando os caras falam besteira, meu respeito, eu não fico ofendido, estou recrutecendo de mim, eu fico ofendido, o cara me mostra a sua burrice, que eu não quero ver isso, né? Isso só me deprime, porque se não esconde isso, porra? Só me cuida a minha frente, né? É um negócio incrível, né? Eu vejo, por exemplo, surge uma discussão pública, né? Eu procuro me informar e quando eu não tenho uma conclusão, eu digo, não tenho uma conclusão, qual é o problema? Não, surge um negócio a terraplana, eu peguei a assistir um terraplana, bom, terraplana, cheguei a concursar e falei, ''Olha, esse problema está acima da minha capacidade.'' Calha a sua opinião, não tem nenhuma. É difícil começar a me chamar de terraplanista, imediatamente. Mas eu falei que eu não tenho opinião, como é que você me atribuiu? Eu não tenho a capacidade de resolver esse problema, só que eu sinto, você também não tem. Você acha que tem por quê? Porque o que você diz é igual que o seu grupo de referência disse. E isso te dá segurança. É só por isso que o seu grupo de terraplanistas concorda uns cozoutos, os terraplanistas concorda os cozoutos. Se você está aqui e você sente que está apoiado pelo grupo, eu não estou apoiado por grupo nenhum, porque eu não tenho opinião nenhuma, isso é resplente, e não preciso ter. Se eu não chegar uma conclusão sobre isso, ah, o mundo vai parar porque o Olavo não conseguiu chegar uma conclusão, eu falo que coisa mais ridícula, porque que é preciso ter opinião? Negócio de evolução, teoria de evolução, anos eu fiquei assim, eu li um livro a evolucionista que concordava com tudo, eu li outro livro anti-evolucionista que concordava com tudo. Fiquei em anos assim, agora eu cheguei com a evolução, e evolução não, não dá. Depois que eu li o livro do médico indiano Virg Sodeira, A Little Spectum Man, de uma pequena manchinha ao homem, esse acabou, recomendo muito esse livro, o cara é do Royal College of Surgeons, colégio real de exetada, elite da elite da elite médica britânica, cara de uma capacidade imensa, depois desse livro, eu não sei o que dizer nada, mas eu não sei como ele apresentar lá, eu sei refutar. Então acabou, não me interessa mais por isso, Darwin foi pasco com isso. E o que que nós vamos pôr no lugar? Por que que tem que pôr no lugar? Não é incrível? Ah, nós ficamos com esta teoria porque não tem nenhuma melhoria. Eu falei, por que que precisa ter uma teoria sempre? Por que que você não pode ficar sem teoria nenhuma? Antes de Darwin, havia alguma alternativa à teoria de evolução? Não, também não tinha, não tinha teoria de evolução e não tinha teoria alternativa. Isso fez muita falta, como é que o pessoal conseguiu viver milênios sem isso? Quer dizer, esta coisa de que a opinião do seu grupo é a certeza fundamental, esta ideia mais imbecilizante que pode existir, porque sempre existe a possibilidade de todo o seu grupo estar errado, e de você estar mais errado ainda. Agora, você explica isso daí tem cara, não olava o seguinte, se você descorta a opinião dele, ele expulsa você do curso, mostra um que foi expulso por isso. Não tem nenhuma, porque precisa saber. O grupo de referência disse isso, o cara acredita. Então, este problema do grupo de referência no Brasil é dramático. As pessoas não amadurecem o suficiente no Brasil, se compara. Um cidadão americano médio, assim, ele domina a profissão dele, ele sabe o que ele está fazendo ali, ele sabe ganhar o seu dinheiro, ele sabe sustentar a sua família, e não tem problemas com isso. Ele pode ser pobre, mas ele está com o nível que pobreza dele está bom. Claro que tem sempre, os caras estão revoltadinhos, mas eles vem da universidade, claro, universitar não é a mesma coisa que gente, é outra tipo. Mas em geral, olha, todos os americanos que eu conheci aqui, eu não conheci um que estivesse revoltado com a sua situação. Dizem que tem, mas eu só sei deles pela televisão, porque eu nunca vi nenhum. Não estou exagendo? Não vi nenhum. Tem todos aqui na frente, como um cara mecânico, eu vi cuidando de cara o velho, ele está contento com a vida dele. Tem outros hispaniquinhos aqui, os mexicaninhos, todas as semanas fazem uma festa, eles estão contentos. Insuma, aqui no estados Unidos, o normal é a vida do surrey, dá certo. Todo mundo dá certo e espera que você descer também. No Brasil não deu errado, o cara quer que você der errado também, e ele se sentir superior a você. É caranguejo no barro de Tanteu, o cara vai sair o outro, pôr-te-lhe para baixo. Então, enquanto não acabar isso, na dança, querer resolver a política, sobretudo, querer resolver a política elejando o presidente da república, isso é mau estupidez que eu vi em da minha vida. Primeiro que você fala em política, os leitos lá no Brasil já pensam logo em eleição e cargo público. Eu digo, o quê? Aqui no estados Unidos, todo mundo faz política, todo mundo participa de algum clube, algum sindicato, faz jornalzinho do barro, faz pregação na igreja, isso é a política. Os cargos públicos não são a política, e eleição não é a política. É difícil fazer o Brasil entender isso. Eles identificam a política com o processo eleitoral e com os debates parlamentares. Que coisa é... escuta, política começa na sua casa, quem manda na sua casa? Faz o seguinte, a sua turma, a sua família aceita a sua autoridade, ou você tem toda hora de brigar com eles, bater neles. Se você faz isso, você tem poder no teu autoridade, você tem pão do seu poder porque não tem autoridade, você tem autoridade, você fala, você não concorda. Por quê? Porque confia em você. Uma vez me perguntar qual é a origem do poder e autoridade, é muito simples. É o fascínio que o bebê tem pela sua mãe. Porque a vida dele veio dela, a comida dele vem dela, a proteção vem dela, ela é tudo. É o primeiro sinal de autoridade e poder que ele vai ver na vida. Não é o pai, o pai nem sabe o que é, o pai entra nas coisas depois. Quer dizer, ele precisa ter um pouco de evolução, pelo menos verbal, para entender o que é o negócio de pai. Mas a mãe é o primeiro sinal. Por que eu levantei isso aí? Porque todo mundo fala sobre poder. Mas as noções que eles empregam para definir o poder, são noções que eles leram, que eles ouviram falar. Não vendo uma experiência real concreta. Ele não busca uma experiência real concreta por quê? Porque se eles dizem a mesma coisa que o grupo diz, eles acreditam e sabem. Isso não é só... Não é assim, o primeiro sinal de autoridade é que... Eu tenho um livro do Bertrand Rosser, o que chama O Poder, uma nova análise social. O livro sobre certas aspecias é uma obra primia e sobre outras aspecias é uma estupidez. A principal é estupidez, é o seguinte. Ele não busca o fundamento imediato material de nada. Ele é sempre parte de conceitos que já estão circulando no meio universitário e político. E isso aí é o quê? É você depender da opinião do grupo. Então, é um negócio do poder. Eu quero um poder que seja algo que eu já vi com os meus próprios olhos. Daí pode aparecer o tipo mais complexo de poder. Mas tem que ter algo que seja fundamental e que esteja presente em todos. Porque é o que está presente em todos os casos, que justifica que uma variedade de fenômenos receba o mesmo nome. Então, você está ali, você dá uma ordem e o seu cachorro obedece. Tem ali o poder da esquina, manda o menino, vai, vai entregar o leite na casa de um furoreiro, ele vai. Tem o guarda de trans na esquina, manda o sujeito entrar ali e o cara entra. Então, onde vem tudo isso? Tem que ter alguma forma fundamental que está presente em tudo. Sem o qual nada disso poderia ser designado por um nome só, ser um fenômeno heterogêneo. O que eles têm em comum? Tem esta base inicial de todo o poder. Todo mundo ali teve uma mãe ou um substituto de mãe e deu de mamar para ele, trocou a fraudinha dele. E ele tinha aquele fascino. Aí que começa todo o poder. O poder paterno é mais complicado, não vou entrar nisso hoje. Então, a origem do poder é a sua mãe. Agora, tem cara que diz, o origem do poder é o que? É o poder militar, é o poder financeiro. Você diz, não, eu filhar a sua mãe. Por que? Porque eu vivi o suficiente, escudei o suficiente. Vá saber quem, quando você está lidando com o conceito que você ouviu, conceito aprendido, você não sabe nada. Porque conceito é apenas uma palavra. Eu descoberto do nominalista, a esse ponto eu sou nominalista, só nesse ponto. Os conceitos gerais, eles não existem, eles não falam de coisas que existem, falam de traços comuns entre vários, entre diferentes. Mas eu não sou nominalista, ah, pô, de achar que eles, em comum, só têm a palavra. Não, tem algo em comum ali, e é conceito gerais, presta isso. Então, o conceito geral do poder, é isso aí, o poder é uma obediência, o poder é uma melhor autoridade, uma obediência instintiva e inegável. Foi uma coisa que eu descobri depois de eu ter oito filhos. Todo mundo acha que criança é essencialmente desobediência. Eu falo, não, criança tem um instinto de obediência que é um negócio terrível. Eu observei, meus filhos às vezes pediam autorização para fazer coisas que eles estavam obviamente autorizados. Eu disse, pai, posso ir no banheiro? Pode. Posso tomar a coca-cola? Claro que pode. Por que eles pediam autorização para fazer coisas que eles já sabem que podem? Porque daí o que eles faziam começava a ter importância, porque veio com a autoridade do pai. Então, dava um certo prestígio para o negócio, entendeu? Então, a criança tem um impulso de obediência. E se ela perde isso e começa a ficar rebelde, ou das duas coisas, ou ela tem alguma coisa errada na cabeça, pode acontecer, pode nascer com... Ou então, ou tanta contradição nas ordens, que ela não sabe mais o que fazer, então ela disse, não, não posso obedecer a esse cara que ele vai me levar para o hospício. Eu tenho que seguir a minha própria cabeça. Eu tive um pouco essa experiência quando eu tinha era adolescente, eu estava usando tudo, parecia tudo maluco. Eu falei, bom, então eu tenho que me virar aqui. Então, eu não era um cara rebelde, mas eu tive que decidir minha própria vida. Então, esse problema do poder, ele realmente me atraiu minha atenção desde pequeno. Eu lembro que eu vi uma foto, era assim, um grande soldado de 1,90m cada um, e na frente de um generalzinho de 1,20m, passando eles em revista. Mais tarde eu vi esta cena lá em Roraemon, no Alçom, todo mundo lá esperando o comandante, tinha comandantes, um homem desse tamanho. Por que resolveu dessa? Quando eu segredo esse negócio, eu comecei a pensar nisso assim por dentro. Eu só me satisfisco a explicação quando encontrei esse ponto comum entre todas as formas de poder. Melhor, forma de autoridade, então a diferença de autoridade de poder, eu não preciso explicar agora, depois eu explico. Mas a origem da autoridade é a resta, em todos os caras, sem exceção, se não houver este fascínio, não ter obedência automática. A coisa tem que ser imposta pela força, então daí já é outro problema. Então, isso é as formas do poder, que é o outro assunto diferente, não é a origem da autoridade. Então, tudo que eu estudo, eu procuro este fundamento visível, porque, veja, até Deus, quando fala as coisas para nós, Ele fala de coisas visíveis. Ele fala de bicho, de montanhas, de países, de árvores. Ele não vem só com o mundo de forma matemática, né? Dizer que Deus escreve o mundo de carácter de matemática, você está doido, se Deus fizesse isso, ele seria um psicopata, porque ninguém entendeu nada do mundo dele, só depois o cara tem a atirar meu diploma de física matemática, agora eu entendo. Você acha que Deus é fazer um negócio desses com a gente? Não, Ele fala como é que a gente faz isso? Porque agora eu entendo, você acha que Deus é fazer um negócio desses com a gente? Não, Ele fala com a linguagem das coisas. Santo Amor, é quem não diz, nós falamos com palavras, Deus fala com palavras e coisas. Ou seja, tudo o que você está vendo no mundo, o que você não vê também, tudo isso é linguagem divina, é o que Deus está falando. No princípio, é o verbo. Então, o verbo criou tudo isso aí, o verbo é a palavra. Então, a palavra de Deus, é por, tem palavra igual a nossa, claro, mas tem coisas, nós não podemos produzir coisas. Quando Deus diz faça-se a luz, a luz aparece, eu digo e não aparece, pô. É isso? Então, uma vez uma senhora falou para mim, as coisas da natureza não valem nada. O que é um gato perto de um poema de kits? E kits conseguiu fazer um gato? É mais fácil fazer todos os poemas de kits do que fazer um gato. É a linguagem divina, pô. Então, nós temos que sempre recuar do falatório humano a linguagem divina que é a linguagem da natureza, dos fatos físicos. Não é nada espiritual, não é tudo fí... Deus fala de coisa física. Quando Jesus se fez homem, aonde ele foi aparecer? Ele foi aparecer em espírito, não, ele fez carne. Então, isso aí é um mensagem fundamental. Nós somos gente de carne e oceano, não podemos desrespeitar a carne, porque foi aonde Jesus veio. Então, quando ele vai no resumo, você está aqui e ele vai fazer, ele vai nos dar um espírito? Não. Vamos dar um segundo corpo, de uma carne melhor. É isso que ele falou, corpo de glória. Então, nesse sentido, todo mundo tem que ser materialista, porque isso... na verdade, só as coisas materiais são acessíveis, o resto não existe, o resto é só pensado. Conceitos são só pensados. Se, portanto, o conceito não tem coisas físicas, reais, entes, concretos, não é realidade, é só falatório. Então, é por isso, porém que... você vê, faz 20 anos que eu estou fazendo previsão acertada sobre o rumo da política brasileira, e às vezes mundial também. Não errei uma, acertei todas, não, todo mundo errava. Na eleição do Lula, né? Primeira eleição do Lula, aqui o Los Angeles está... Não, o Los Angeles, é foi... armou 12 especialistas para ver o que seria o resultado. Todo mundo dizia que o Lula não ia ter mais de 30%. Eu escrevi literalmente seguida. A vitória do Lula não apenas é certa, mas é inevitável. Porque não foi palpite, não foi cálculo estatístico. Foi pensar num negócio que eu chamei Meios de Ação. O que você não tem Meios de Ação, o que eu vou fazer, ele não faz. Então, que Meios de Ação os outros dispunham para queimar a reputação do Lula? Nenhum. Então, só ele podia agir. Só ele estava chegando até o eleitorado. Os outros falavam, ninguém presta atenção. Então, é claro que ele vai ganhar. É isso. Então, do mesmo modo, tudo que eu fui prevê foi dado. Por que todo mundo errava? Porque todo mundo quer usar o quê? O quê? O que ele chama de conceito científico. E eles acham que você usar matemática torna científico, o que você está falando. Que estupidez é essa, gente? Quer dizer, o número de questões que o pessoal usa métodos matemáticos para falar de coisa que não existe e não pode existir, é imenso. Por exemplo, esse dia eu estava pensando, aí eu vou dar um curso sobre a questão da astrologia. Teve 100 anos de discussões sobre a astrologia, mas o que não chegou a concluir nenhum. Esse é outro problema também. Que todo mundo tem opinião e eu não tenho nenhuma. Mas tem coisas que eu sei. E eu vendo as opiniões favoráveis e desfavoráveis, tem um site na internet, todo mundo que é contra a astrologia, mas centenas de coisas, gente importante, gente prepara disso. Quando você vai ler, o que se aproveita? Praticamente nada. E dos próstálogos também não. Porque teve um fato elementar que ninguém levou em conta. Se você pega o horóscopo de nascimento do sujeito, ele é uma figura permanente. O horóscopo que você tinha quando nasceu, é o mesmo que você terá aos 60 ou 90 anos de idade. Então o horóscopo é estático. Se ele é estático, ele não pode corresponder a nenhum traço de personalidade que seja mutável. Por exemplo, se aqui, se tem um mapa de um sujeito preguiçoso, eu digo, quando ele vai ficar preguiçoso? Quando ele está no bercinho, ele já é preguiçoso? Não, ele vai se revelar preguiçoso aos 30, 40 anos. Como é que uma coisa dessa pode aparecer no seu horóscopo? Não pode, não pode ser alguma. Quer dizer, eles estão saltando sobre o processo causal. Se existe alguma relação entre a figura do horóscopo e tais ou quais hábitos do sujeito, entre uma coisa e outra, existe uma série de mediações enormemente complicadas. Se você não tiver o controle de todas as mediações, você não sabe nada, você não sabe nem se funciona ou não funciona. Segunda coisa que eu reparei. Todo mundo queria discutir se a astrologia funciona ou não. Eu dei muito bem, mas uma coisa é se a astrologia funciona ou não. Outra coisa é o fenômeno da influência astral. A influência astral, se ela existe, ela é um fenômeno natural. E a astrologia o que é? A astrologia é o que as pessoas dizem a respeito. Ela não é um fenômeno natural. Se você não sabe distinguir essas duas coisas e não sabe estudar o fenômeno natural em si mesmo, sem referência à astrologia, você nunca vai saber se a astrologia funciona ou não. E isso é o que todos os debatidores fazem. Então, antes de você discutir a astrologia, você tem que discutir o fenômeno da influência astral em si mesmo. Deu para entender? De por que que todo o debatador de 100 anos passou em cima disso? Porque os caras são professores, são gente importante da universidade. Eles só querem dizer coisas que parem importantes para seus colegas de profissão. Eu não sou colega de profissão, ninguém. Eu nem tenho profissão, gente. O Ortega cedo de aqui, gênio aqui, invente sua própria profissão. Nesse sentido eu sou um gênio. Porque eu tenho uma profissão que ninguém tem que eu mesmo inventei. Nem nem sou nome dado. Então, eu não tenho satisfação para dar para ninguém. Então, se eu estou investigando o negócio, é porque eu quero saber mesmo. Quando eu era jovem, eu fiz uma vez uma pressa. Deus me faz entender as coisas mesmo que eu não consigo explicar para ninguém. Foi a partir desse dia que eu comecei a progredir nos estudos. Porque eu quero saber mesmo. Eu não estou procurando algo que vai ser aceito pelo seu fulano, pelo seu ciclano. Eu não preciso da aprovação do grupo, porque não tinha grupo nenhum, meu Deus. Eu estava totalmente sozinho. Tinha a grupo de pessoas que eu convia que eu gostava. Não tinha a menor ideia de que eu estava estudando. Os namoradinhas que eu arrumava. Se eu fosse explicar esses, eu não ia entender nenhum. Nem eu fazia questão de que entender. Isso estava tudo bem. Os meus amigos que eu tinha na adolescência, tudo um bando idiota. Mas eu gostava deles. Era o meu amigo. É fazer o quê? Eu tinha um amigo que era um senhorito grandão, gordo. Todo mundo fazia ele de trouxa. Onde eu enchia o saco dele e descia a mão. E depois eu falei, esse cara não precisa ser esperto. Ele é forte. Ele não precisa da esperteza. Ele tem um recurso melhor. Mais tarde eu vi Napoleão dizer, eu li Napoleão dizendo, entre a esperteza e a força, a força sempre vem de si. Olha que coisa. Todo lugar você diz, vai lá um professor de artes marciais, para dar força, não interessa, interessa. É a sua inteligência, o seu espírito. Porque é nada. Vai pegar um cara grandão de 2 metros e dar um cacete. É uma coisa muito simples. Eu não era um dos caros mais fortes. Eu entendi que o mais forte podia mais do que eu. Por mais que eu estudasse. Eu vou aqui aprender artes marciais. Vou aprender e vou apanhar bonita. A vida é assim. Então, por hoje é isso, gente. Respondo de pergunta ou não responde de pergunta? Foi longe demais, não? Então, hoje eu vou parar por aqui. Porque está cheio de visita. Aqui nós temos que jantar. Então, obrigado pela sua paciência. Tchau, tchau.