www.mesmerism.info www.mesmerism.info www.mesmerism.info 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 14. 16. 17. 21. 22. 18. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Alô por favor, se estão ouvindo, avise pelo chat. Bom dia pessoal, boa noite, sejam bem-vindos. Hoje eu queria dar para vocês um resuminho no espécie de programa do próximo curso avulso que eu vou dar que se chama Literatura e Política. Então eu não vou entrar propriamente nos conteúdos do curso, mas alguns pressupostos gerais, alguns princípios que serão usados no curso. A primeira observação da qual nós temos que partir é o seguinte, que existem inúmeras formas de conhecimento que estão ausentes e muitas culturas e civilizações. Por exemplo, se você retornar aos tempos do Homem das Cavernas, você vai ver que muitas das aglomerações deles não conheciam o desenho pintura figurativa, só conheciam o abstracto. Faziam bolinhas, quadradinhos, triângulos etc. e nunca parecem ter sentido falta do figurativo. Você encontrará inclusive tribos onde só as formas muito elementares de música são conhecidas. Não vou falar de conhecimentos científicos ou matemáticos que são geralmente ausentes nessa cultura, em suma falta muita coisa, mas tem uma coisa que não falta em nenhuma, nenhuma, nenhuma, que é a arte da narrativa. Por que isso é assim? Porque sem a capacidade de contar o que se passa, há vida humana impossível. Qualquer comunicação entre seres humanos pressupõe algum tipo de narrativa. O que aconteceu? Por exemplo, se o filho chega para a mãe e diz que ele está com fome, ela entende que ele faz horas que não come, então a comunicação mais elementar supõe algo de uma habilidade narrativa. Então você não encontrará nenhuma tribo, por mais primitiva que ele pareça, que não tenha já uma arte narrativa enormemente desenvolvida, capaz de abranger todos os tempos verbais, todas as condições diferentes da vida humana etc. E às vezes abrangendo toda uma narrativa da origem, remota da tribo desde o início dos tempos. Isso aí não é uma coisa simples de você contar assim batatinha quando nasce, é uma habilidade já bastante desenvolvida e você não vai encontrar nenhuma comunidade humana que seja tão estúpida, tão primitiva, entre aspas, que não tenha essa habilidade. Ora, se ela é tão importante assim para nós, então pergunto eu, o que é possível o sujeito fazer quando ele estuda o filosofia, o ciência política, o sociologia sem ter desenvolvido a arte narrativa? Isso significa o seguinte, ele está desligado de um dos elementos fundamentais da vida humana. Ele pode lidar com ideias abstratas, com esquemas abstratos, esquemas explicativos que lhe parecem muito convincentes e verossímicos, mas como ele não sabe a quais narrativas isso corresponde, na realidade, ele literalmente não sabe do que está falando. Quando você vê pessoas dando explicações sociológicas ou econômicas ou políticas, experimente fazer o seguinte, peça ao sujeito para dar um exemplo disso, invente um exemplo, invente uma historinha que ilustre isso que você está dizendo. Você vai ver que na maior parte dos casos a capacidade narrativa deles é muito mais tosca do que o raciocínio abstrato, então significa que ele só sabe se mover na esfera dos entes abstratos e não das realidades humanas. Ora, mas o que significa uma ciência humana que não diga nada da realidade humana, só diga de elementos abstratos? Isso é evidentemente uma pseudociência, isso é uma fraude total. Então, vamos dizer, a arte da narrativa é o teste, para saber se o sujeito sabe do que ele está falando ou não. E neste sentido, um dos elementos da arte retórica é o exemplo. A arte retórica, como nós sabemos, é a arte de mostrar as coisas ao público da maneira que ele parece ver o símio, ver o símio é dizer que parece verdade. Quer dizer, antes de uma coisa ser verdade, antes de ela comprovar que ela é verdade, ela tem que pelo menos parecer verdade para convencer o público a prestar mais um pouco de atenção e verificar se é verdade. Se não tiver nenhum pingo de ver o similância, a pessoa perde interesse logo imediatamente. Se a história já parece absurda na primeira, a coisa acabou. Então, acontece que a ver o similância é baseada em hábitos consolidados. Quer dizer, as pessoas estão acostumadas com certas narrativas, certos tipos de narrativas que são os mais frequentes no seu meio. E o que escapa disso, ele parece em ver o símio. Não é preciso dizer que o tipo de narrativa mais que parece mais ver o símio no nosso meio é a notícia de jornal ou notícia de televisão, notícia de rádio. O que nós chamamos de notícia de algum momento? Então, a coisa para ter aquela credibilidade inicial que atraia a atenção, o interesse do ouvinte, deve em princípio se parecer como uma notícia. A notícia tem uma grande variedade de modos de ser narrada. Desde a origem do jornalismo moderno, no século 18, 19, inumeráveis formas narrativas foram usadas, muitas delas copiadas das narrativas de ficção. Até que se estabilizou um modo narrativo específico do jornalismo, que é o que nós chamamos de notícia. Na verdade isso só foi estabilizado a partir dos anos 40, 50, no jornalismo americano. Antigamente os modos de reedigir notícias eram copiados da literatura, pareciam-se com contos, com peças de teatro, com roteiros de filmes, etc. O modo jornalístico de narrar só de que ir uma independência, uma fisionomia própria, no jornalismo americano, digamos assim, entre os anos 30 e 50, isso se estabiliza. Especialmente, vamos dizer, no New York Times, o New York Times é o jornal que cria a modalidade característica da notícia, onde se apresenta, em resumo, a resposta sua mal das seis questões, o que, quem, quando, onde, por que, papabá. Então eles desenvolveram técnicas que permitiram uniformizar a narrativa jornalista praticamente em todo o mundo. Isso foi adotado no Brasil pelo jornal do Brasil, então dirigido pelo Alberto Dínez. Alberto Dínez treinou toda uma geração de jornalistas nas técnicas do New York Times, que então começaram a ser adotadas, mais ou menos, por todos os jornais, canal de televisão, estacion de rádio, etc. Muito bem, isso significa que a aparência de notícia já cria uma verossimilhança inicial, por mais mentirosca que ser. Então nós de verano, estou falando da veracidade, estou falando de verossimilhança, isso é, parecer verdade a uma primeira audição, a primeira leitura, uma primeira impressão que você tem é de que a coisa é verdadeira, ou pelo menos pode ser verdadeira, pelo menos merece ser averiguada como verdadeira. Mas acontece que o jornalismo, por si, ele não é um critério de veracidade de maneira alguma, ele apenas dá a informação inicial, baseado na verossimilhança, que em seguida pode ser investigada com maior ou menor precisão, maior ou menor a cuidar e assim por diante. E é muito diferente, são os critérios usados na ciência histórica, a historiografia. Você pensar bem, o jornalismo é uma espécie de historiografia em miniatura. As técnicas de veracidade, critérios de veracidade que ele usa, em princípios não são os mesmos da historiografia, quer dizer, é o documento de fonte primária, o testemunho, a fotografia, a gravação, etc. Só que, evidentemente, o jornal é um negócio que sai todo dia, é feito de um dia para outro. Às vezes, o máximo é feito de um fim de semana, então onde um historiador poderia levar meses ou anos pesquisando um determinado acontecimento, o jornalista produz uma narrativa daquilo de um dia para o outro. Então, isso já quer dizer, e de imediato que a confiabilidade da notícia de jornal é sempre mínima. E hoje em dia, sair do jornal é tido como quase uma garantia de veracidade. Então, algo de muito estranho aconteceu na consciência narrativa humana, porque aquilo que inicialmente era considerado a forma mais tosca e menos confiável de veracidade, que é a notícia de jornal, passa a ser o critério absoluto. A autoridade que a notícia de jornal tem hoje é uma coisa... Mas para quem foi criado uma outra idade, em que isso, em que uma outra era, em que isso não estava ainda assim, é uma coisa muito impressionante. Nos anos 70, eu escrevi um ensaio chamado Imprensa e Cultura, em que eu notava que as relações entre a mídia e a produção cultural estavam sendo alteradas. Até então, até os anos 50, 60... A vida editorial, etc., etc., e a mídia tentava refletir um pouco disso. E isso estava mudando no sentido de que a mídia estava criando as novas modalidades de legitimação cultural. Então, o jornal deixou de ser um reflexo da alta cultura e passou a ser o molde no qual ela era criada. E isso, evidentemente, eu logo percebi que isso acontecia, isso acontecia para mim no dia a dia, eu estava trabalhando nisso. Eu via isso acontecer claramente, eu via autoridade, pretensa autoridade dos meus colegas da redação de jornal crescer dia a dia. Por exemplo, você verá que durante o tempo do governo militar, a central de debate nacional era mídia, não era universidade. Você vê as revistas da época, a revista realidade, a própria veja, etc., ela lia que se deu a atividade muito mais do que no meio universitário. Então, a produção jornalística também, a produção de livros de teor jornalística, cresceu formidamente e esses livros passaram a dar ao público a imagem do que parecia ser a realidade histórica do que estava acontecendo. Vocês veram, por exemplo, eu lembro o livro do Edmar Morel, o golpe que começou em Washington. O cheque de escrever esse livro em 24 horas, baseado numa impressão que ele teve de que os americanos tinham participado intensamente da preparação do golpe militar, esse livro ainda é a base dominante do que as pessoas acreditam que aconteceu em 1964. Perguntei, quem foi averiguar se isso era verdadeiro? Ninguém. Só se inscreveram outros livros e outras reportagens e filmes, tudo reforçando a mesma tese que surgiu no dia seguinte do golpe. Infantado por esse subverso, desde que ninguém mais lembra nem quem é, é o todo Edmar Morel. Eu tive muitas vezes a ocasião de conversar, de entrevistar personagens da época. E um deles foi o ex-governador de São Paulo, Paulo Egido Martins. Ele era gênero de um dos banqueiros que financiaram o movemse 74, que era o esteu, esqueci o nome do sugo. E eu pronotei para ele, é verdade que os americanos ajudaram alguma coisa no golpe 64? Ele falou em nada, como é que o senhor sabe? Ele foi eu que foi pedir ajuda e eles não me deram absolutamente nada, eles só me ofereceram um navio de combustível. E não foi de graça, nós tivemos que pagar um depósito, eu não tinha dinheiro, eu fui lá pedir para o meu sogro, meu sogro, deu dinheiro particular dele e eu paguei o raio do depósito. O navio de fato ficou encostado aí na banheta Guanabar e nós não usamos combustível e foi embora os americanos jamais nos devolviram. O sinal que a gente havia, o depósito. Também eu observei o seguinte, eu observei que quando apareceram novas provas da participação americana no golpe, elas eram sempre furadas. Um dia apareceu um filme, está aqui finalmente, revelamos, temos documentos originários que provam a intensa participação americana. E o documento era o seguinte, era um vídeo, então embaixador Lincoln Gordon ligando para o presidente Johnson, no dia 31 de março, dizendo presidente, aqui os militares estão na rua, o que que eu devo fazer? E o Johnson respondeu literalmente, faça alguma coisa. E o Johnson já me dizia no dia 31, falar, como? Você já veria que ele tinha participado tão profundamente da preparação do negócio? Como é que o presidente já não sabia? Como é que ele teve que ser avisado no dia 31 pelo embaixador? Então é claro que o embaixador acompanhava mais ou menos os planos do golpe, mas ele não sabia a grande coisa. Não, tanto que quando os milico foram para a rua, foi naquele dia muito ele ficou sabendo. Se não era ter avisado o presidente antes, e assim por diante. E o fato principal eu sempre pedi, olha, se os americanos participaram, então certamente havia agentes da CIA metendo nisso. Então você por favor me forneza o nome de um único agente da CIA que estivesse lotado no Brasil na época. Eu sabia que eles não conheciam, não sabia nem o nome desse, porque o próprio homem da KGB no Brasil, o chefe do escritório da KGB no Brasil, disse que ele não sabia de nenhum agente da CIA que estivesse no Brasil na época. Tanto que ao tentar falsificar um documento que sugerisse o envolvimento americano no golpe, eles usaram o nome de um agente do FBI. É evidentemente um absurdo porque o FBI não opera no exterior, se opera no exterior, o FBI só no território americano, mas não tinha nenhum cara da CIA, então eles falsificaram. O KGB confessou que o escritório dele falsificou uma carta, que era a carta do chefe do FBI para o seu agente, cumprimentando pelo sucesso da operação. Isso é o golpe. Isso é tudo uma história da caroxinha, evidentemente. Mas isso até hoje eu não conheço um jornalista brasileiro nenhuma redação que não acredita nisso, mas você acredita piamente. Por que isso acontece? Por aí você vê que a independência do jornalismo em relação à cultura, à cultura, à ciência, à memória popular, é total. O jornalismo vive no seu próprio mundo e ele está acostumado a fazer com que o seu público viva no mundo dele. Ele não tem nenhuma satisfação a prestar realidade, nada, nada, nada. Agora, por que que isso é possível? Porque o jornalista é formalizado, etc. Não, é simplesmente porque ninguém jamais os contestou. Nunca vi um debate sobre este ponto no meio jornalista. Nunca houve. A confiança do jornalista, na própria verossimilhança do que eles inventam, é total. E é uma coisa que não se discute. Existe aí, claro, que existe aí, evidentemente, um pesado fator de distorção ideológica, de comprometimento com organizações comunistas, etc. Mas não são só comunistas que fazem isso, não são todos. Eles todos são assim. E ninguém jamais os desafiou seriamente. Ninguém jamais colocou uma dessas publicações em exame científico e disse assim, a sua publicação é 100% fraudulenta. Isto é uma organização criminosa. Vocês são todos estelionatários. E o que fez isso? Porque parece que, aimar do jornalismo é... Por que se chama-se média? Média. É aquilo que está no meio. Portanto, ele é o polo que irradia para toda a sociedade. Então, é o pensamento médio. Ora, se você representa o pensamento médio, você tem uma autoridade tremenda, porque ninguém pode colocar em dúvida a credibilidade da sociedade inteira, ou de metade dela. Então, este é um ponto que eu acho que tem que ser seriamente estudado. Eu estou dizendo para vocês, o jornalismo, ele é falso em essência. Não existe mal jornalismo. Todo o jornalismo é criminoso. E isto é um ponto importantíssimo. Porque o jornalismo tem mais autoridade do que qualquer ciência, do que a religião, do que a moral, do que tudo na sociedade. E baseado em que ele tem isso? Eu pergunto, por exemplo, quanto de formação moral tem um jornalista? Quantos anos um jornalista dedica ao estudo de questões morais? Não dedica nenhum único dia. Quanto tempo ele dedica ao estudo das leis do país? Nada, nada, nada. Quanto tempo ele dedica ao estudo da religião, da filosofia, da finalidade da vida humana? Nada. Isso é uma classe de pessoas absolutamente levianas. Bebadas. Eu digo para você, o consumo de álcool no jornalismo, no meio jornalismo, é maior do que entre bandidos. Eu mesmo, o tempo que eu estava trabalhando no jornal de adia, bebia, bebia que não louca. Até um dia eu descobri que... Eu estava sendo maria, eu estava com as outras, eu estava bebendo, eu não gostava de beber, mas como todo mundo bebeu, também bebeu, daí parei. Mas era uma coisa impressionante, a quantidade de cunhaque que nós tomamos. Cunhaque espanhol, Pedro Domeck, não era ruim não, era bom. Então, vamos dizer, esse bandido de bebados irresponsáveis, são apenas pessoas falando sem cultura, sem nenhuma consistência humana, nada, nada, nada. Nós estamos deixando que essas pessoas se incumbam de dizer à sociedade o que aconteceu, o que não aconteceu, o que elas devem pensar, o que não devem pensar, que essa turma dê ao povo a norma do certo e derrado, por que que nós aceitamos isso? É simples, ninguém jamais se levantou contra isso. Eu estou falando isso, eu acho que eu sou o primeiro que eu digo, e porque... Olha, eu tenho quase meio século de jornalismo nas costas, e eu digo pra vocês, jornalismo é crime, não é outra coisa. Ele não é nada além de crime, não há nada de honesto no jornalismo, nem quando ele tenta ser honesto. Porque o jornalista se mete em tudo o que ele não conhece. Ele opina com um simuláculo e autoridade, o que que é isso? É um estelionato, evidentemente. Então eu vi, por exemplo, graças a Deus eu trabalhei em muitos setores do jornalismo, onde você não tinha uma grande responsabilidade, por exemplo, fazer jornalismo de turf, jornalismo de moda, revista feminina, então era um monte de mentira, evidentemente, mas não era uma coisa de grande, que tivesse um grande resultado, um grande efeito na multidão. Mas o que eu inventei de bobagem, gente? Eu não posso contar pra você porque ultrapassa a minha capacidade, não era? O que eu inventei simplesmente? Não tem limite. E todo o jornalista faz isso, absolutamente todo. Quando... veja, eu escrevi pra ele que o Doutor abriu um guia turístico do Nordeste, nunca ter estado no Nordeste, o guia inteirinho eu escrevi. Eu estou confessando. Não tinha internet, né? Não, não era pra não ter internet. Era pra editora abriu, aqueles famosos guias abriu. Aquilo é tudo inventado, gente. Claro, pode ter coisa ali que será verdadeira também. Mas, veja, quem é que vai reclamar? Abriu, falou, olha, o senhor me disse que na rua tal tinha um restaurante, eu falei lá, não tinha restaurante nenhum. Quem que vai perder seu tempo fazendo isso? Ninguém faz. Então... Você vê, o primeiro jornal que eu trabalhei chamava as Notícias Populares. É um jornal só de invencionice. Tinha um sujeito lá que era especialista em inventar coisas. Eu ia ajudar até o nome dele, vou dedá-lo, chamava-se Jorge Borrocão. Era muito meu amigo na época. E o Jorge Borrocão escreveu matérias com o seguinte título. Na cidade tal, tem até jacaré que voa de costas. Escreveu isso, daí escreveu a história do bebê diabo. O bebê diabo nunca existiu, mas apareceu em 900 cidades brasileiras. E depois deram um negócio assim, a alma de José Dias. Então, os José Dias que aparecia aqui, aparecia lá. Era tudo inventado, a gente. Você pensa que ele teve algum problema de consciência? Mas nunca, isso era o normal, ele estava fazendo o que todo mundo fazia. Comunista para quem? Mas mesmo que não fosse comunista. A parte de comunismo que ele escreveu, ia ser verdadeiro. Pelo menos... Não estou falando mal dele, eu gostava dele, era meu amigo. E assim por diante. Então, por isso eu não posso admitir a expressão mal-jornalismo, porque todo jornalismo é mal. Eu acho que certo estava Joseph Conrad, que dizia que o jornalismo é o que eu ia inscri-te, por idiota, fazer isso por imbecis. Isso é inteiramente real, e todo jornalismo é assim. Todo. É claro que existe uma parte do jornalismo que não é só jornalismo. Que são produtos literários, que são reproduzidos no meio de jornalismo. Isso ainda pode se aproveitar alguma coisa. E nas revistas antigas, essa parte era muito grande. Porque você tinha muito bons escritores, que por um motivo qualquer trabalhavam no jornalismo, por sobrevivência. Se precisavam viver de alguma coisa, se você pegar os cronistas que os jornais tinham nos anos... Os jornais, sobretudo, a revista Cruzeiro Machetinho, nas suas edições semanais, nossa, era uma grandeza. Você pegar o Cruzeiro, ali no Cruzeiro, que devia a Raquel de Queiroz, inscrito em O Carlos do Mundo de Andrade, uma série de talentos incríveis. E os próprios cronistas jornalísticos na época, se você pega os crônicos do David Nasser, por exemplo, tem muito a ver do Deio David Nasser, por mil e um motivos, mas nenhum deles sabe escrever como o David Nasser. Sabe quem me lembra o David Nasser? Esse menino que escreve agora o Fabio Gonçalves. Depois de 40 anos apareceu, opa, esse aqui, ele tem aquela riqueza verbal do David Nasser. Mas apareceu porque? Aparece do grupo Olavete. Ali você aprende alguma coisa e daí o seu talento aparece. Agora, o pessoal que se preparou para o jornalismo nas faculdades, bicho só tem analfabeto, é uma coisa fantástica. Por que você acha que nós chegamos a colocar no poder, tipo como o Doriana, como o Sepulco Caado, o Auschwitzel? Por que colocamos esses bandidinhos, porra? Caras que em outras épocas não enganariam ninguém. Você vê o que aconteceu com a direita. A direita se formou muito rapidamente. Foi um efeito, por assim dizer, superficial, inclusive dos meus próprios artigos. Então, a direita não se formou intelectualmente, você não tem uma intelectualidade direita, você não tem um discurso característico de direita, você não tem identidade, ele tem nada. Ele só aproveitou, o cara que entrou do dia para a noite, ele estava na esquerda, estava no PSDB, viu que a direita estava subindo, entrou ali e subiu na vida. No dia seguinte, todo o estranho é lógico que é isso. Por que? Porque o seu direitismo é superficial. Não é uma atitude pensada, séria, humana, responsável. Realmente não é. Se você pega aquela idiota daquela... a pepa, né? A pepa era parecida sem minha amiga, etc. Em 24h mudou tudo, agora já confessa até aquele esquerdista. Você vê qual é a solidez interna da pessoa, nada. É tudo que fala assim, é peido bucal, gente, não é outra coisa. Pegar tudo que ela diz na vida não vale um peido. Porque nada ali foi pensado, nada foi sentido, nada foi meditado, nada foi testado, nada, nada, nada, nada. É só copiado para dar impressão. Gente, se você entrega a boleta um país na mão de gente assim, você está feado. Você imagina, por exemplo, procura, estuda, por exemplo, a história da Inglaterra durante a guerra, que eles tiveram formado um governo de coalizão. O primeiro ministro era um conservador, mas ele fez um ministério contravalistas e liberais, e o ministério funcionou, meu Deus do céu, o inglês ganhou a guerra, garce, esse ministério. Vocês acham que algum deles podia estar brincando? Vocês acham que algum deles ali estava ali para brilhar? Não, eles estavam todos apavorados, pô, nós temos que fazer alguma coisa e nós alemão o voco bagorrente. Essas situações assim exigem dos seres humanos uma cota de responsabilidade que o político brasileiro é incapaz de imaginar. Você acha que esse palhaço de cedórias, sabe o que está fazendo? Ele nunca parou para pensar. Ele não tem senso moral nenhum. Não é que ele é imoral, ele é amoral, ele não sabe o que é isso. Tudo aquilo que é inventário dele, ele acha que é bom imediatamente porque não pensou. E esse sepulco caiado, e esse mimimício, são todos assim, meu Deus do céu. Você em mais um número desses caras que tem no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal. Eu aposto com vocês, se eu pegar um risco desse... Supremo Tribunal Federal, exprimei o cara, porque você fez isso? Por que você fez aquilo? O cara nunca pensou. Ele só faz as contas para ver se vai parecer bonito, se ele vai ganhar alguma coisa. Não tem consciência moral nenhuma. Porque não teve sequer educação necessária para isso. Eu me lembro quando eu estava no urinário, eu estava ali apavorado com o tipo de ensino que eu estava recebendo. Eu comecei a comprar livros sobre o ensino da história na França, na Alemanha, na Inglaterra, no S.A. E uma coisa que me fascinou, no estudo da história, foi aulas em que os professores reproduziam uma cena histórica, colocava os alunos para representar os vários papéis, e tomar as decisões. Então, se entregava o problema na mão dos meninos, problema que tinha estado na mão de Thomas Jefferson, de George Washington, de Abram Lincoln, etc., o que você faz aqui? Aí os meninos vim entender o que estava realmente se passando na história. Eu nunca vi alguém fazer isso no Brasil. Você conhece alguém que é capaz de se pôr, sei lá, na posição de Dom João VI? Na hora que o napoléu está invadindo lá, no Portugal, e ele decide mudar para o Brasil, por que ele fez isso? Você faria a mesma coisa? Ou seja, os episódios históricos se passam na frente da pessoa, como se fossem desenhos animados. Não tem substância humana, não tem substância histórica, não tem substância moral, não existe perplexidade, não existe dúvida, não existe dificuldade, não existe nada. É tudo um negócio puramente automático. É assim aquela sombra chinesa que você projeta na parede. É tudo sem substância. Agora, foram todos educados assim. Os nossos professores de história são educados assim. Quando eu vi os caras metidos da historiadora, que nem o Marco, o Tonuville, o Vecibueno, são todos assim. São pessoas vazias, tudo é brincadeira. Como é que está lá fumando um armaconhinho inventando uma historinha, pô? O que é isso, pô? Que brincadeira é essa? E todo o sofrimento que houve durante esse período, toda a miséria, humilhação, derrotas, o suíte não pensa nos personagens históricos como pessoas reais, porque eles são fantoches, então, as coisas que ele está brincando na parede. E por acaso alguém tentou desenvolver neles esse sentido? Quer dizer, da paixão histórica, da identidade humana dos personagens? Não, ninguém pensou nisso jamais. É tudo brincadeira. Como o Meira Pena estava certo, o Brasil é a sociedade lúdica. Tudo aqui é brincadeira. Não digo que o Ludício Brasileiro não tenha lá os seus méritos. Por exemplo, o Brasileiro sofre menos do que os outros povos, mesmo quando tem problemas maiores. Ele logo inventa uma piada. Isso é bom, só alivia a coisa, mas veja, às vezes foi o próprio espírito lúdico que você colocou com você na situação. Você não quis pensar a sério? Agora você vai ter que inventar uma piada para ver se aguenta a situação. E até quando vai ser assim? Enquanto não houver uma intelectualidade séria responsável, vai continuar assim, gente. Por quê? O povo ainda tem consciência do que está se passando. Nós podemos levar o povo para a rua e fazer o povo forçar esse desagraçado a parámetro e essa sacanagem que estão fazendo. Mas, curta, você pode botar o povo na rua todo dia, não dá para fazer isso. Você precisa de um sistema onde os representantes, tanto representantes legais como congresso, como representantes sociais, próprios jornalistas, consigam discutir os problemas seriamente e agir com alguma responsabilidade, mas nós não temos isso. Então, toda hora o próprio povo tem que sair tudo na rua para concertar. O que é isso, pô? O sistema representativo foi inventado para não precisar isso. Porque na nossa constituição, eu disse que todo o poder e mano do povo que o exerce diretamente ou através do representante. Mas o povo não pode exercer o poder diretamente o tempo todo. Não dá para fazer isso. A autôma tem que trabalhar, pô. E agora tudo tem que chamar o povo inteiro para a rua. Você já percebeu isso? O povo é capaz de ir lá, de tirar o Mimimitio, de tirar o Doriana, tirar essas filhas da puta toda. Você é até capaz de botar isso na cadeia. Mas o povo pode ficar fazendo isso toda hora. Tira isso e daqui a pouco vem outros. Então, o problema da formação das classes superiores é o problema mais grave do Brasil. A gente aparece com um monte de gente que resolveu provar de educação popular. Eu digo, não, meu filho. Você tem que resolver o problema da educação da elite primeiro. Porque educação é um negócio que funciona em círculos consensos. Você educa 10, que educa 100, que educa 1.000, que educa 10.000, assim por exemplo. Não pode ser o contrário. Primeiro você educa 1 milhão, depois você reduzindo para 10. Não é porque é o que tem. O pessoal tem tentado fazer iniciativas de educação popular. No Brasil são 1 milhares. Eu digo, e educação da elite? Eu vi um projeto de educação da elite que foi do Getúlio Vargas, um criador do Dato Departamento de Administração e Serviço Público. E formou uma geração de autos funcionários muito qualificados. Assim que dá uma inveja para outros países. Eu conheci alguns remanescentes dessa época, no autos funcionários ali no povo brasileiro. É uma coisa de dar orgulho. Mas era assim, era pouquíssima gente. E preparava só para as funções públicas. Mas aonde você viu algum esforço para dizer, nós vamos criar a intelectualidade mais séria do mundo, porque nós temos problemas muito graves, chega de brincadeira. Agora nós usamos uma geração de gente enormemente dedicada que esteira cagando para sua carreira universitária, para sua carreira jornalística, e que realmente resolveu os problemas. Então, gente, é isso que nós precisamos fazer. É isso que eu estou apelando para vocês. Então, o curso que eu vou dar, ele tem muito a ver com isso. Eu quero mostrar para vocês como, sobretudo a narrativa literária, é um elemento fundamental para o amadurecimento da consciência. Sem isso, o pessoal não vira gente grande. É um pessoal que só vive num mundo de simulações, de palavras, e não tem substância, não tem o exemplo concreto de nada. É isso que nós temos que comparar. Então, é isso. Bom, deca para que nós voltamos com a pergunta. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. Muito obrigado. 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