Então vamos lá, boa noite a todos e bem-vindos. Hoje eu queria continuar com o tema das metafísicas antigas e modernas baseando-nos sobretudo nesta coletânea feita pelo Claude Trésmonton, a oposição metafísica monoteísima e o bril de spinosa Reider. O Claude Trésmonton dedicou muitos trabalhos a esse tema, em particular este aqui, que chama as metafísicas principais, ensaio de tipologia. Nesses vários livros ele foi trabalhando o seguinte tema, de que existe um número limitado de teorias metafísicas e que a maior parte dela já foi enunciada em muitos séculos ou milênios atrás e que novas filosofias que aparecem não fazem senão repeti-las com uma nova embalagem ou novos argumentos extraídos do estado da presença da cultura, mas sem modificá-los substancialmente. Todas essas metafísicas foram construídas sob a impressão do contraste entre a mutabilidade inconstância terrestre e a aparente estabilidade dos ciclos planetários. Então, essa imagem é recorrente ao longo dos tempos e isso gere, portanto que por baixo das mudanças que nós percebemos como sentidos, existe um outro mundo, é certo, que se torna mais particularmente visível nos céus, embora não se constitua dos céus, por exemplo, mas se expressa mais claramente nos céus do que na Terra, e é então o mundo das leis eternas. Este mundo pode ser concebido de várias maneiras, existe, por a própria versão platônica, onde nós passamos, o trajeto humano consiste em passar do mundo de aparências, portanto de mutabilidade, de impermanência, para um mundo das realidades eternas. Isso é evidentemente a ideia do Parmenides, o ser é e o não ser não, é, quer dizer, o ser é eterno e imutável, e tudo o que nós percebemos aqui é um véu de ilusões. Este tema reaparece em Platão, ele aparece quase igual na metafísica hindu, e mais tarde reaparecerá claramente no Espinoza, nós vimos aqui a teoria da substância, de que a substância é aquilo que é por si e é concebido por si, sem precisar de mais nada, em que o Espinoza conclui que a substância é eterna e mutável, e portanto todo mundo dos fenômenos é mais ou menos ilusório, de onde o Espinoza conclui aqui o conhecimento por experiência adquirido pelos sentidos e formalizado por meio de indução, não nos leva a conhecimento algum, porque são todas pelas possibilidades, mas que o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido a partir da noção da substância e por pura dedução lógica. Então a dedução lógica, a estrutura da razão, ela imita, por assim dizer, a estrutura da substância, então é só por meio da pura razão que podemos chegar a um conhecimento firme. A mesma ideia ressurge de tempos em tempos no lugares mais imprevistos. Se eu disser para você que Karl Marx e Nietzsche acreditavam nesta mesma teoria, pode parecer até absurdo, mas o fato é que isso está muito bem documentado. Se o mundo das aparências não é o verdadeiro mundo, se existe algo de eterno e mutável, mas tudo o que nós conhecemos muda com o tempo, então nós temos que achar uma explicação para a existência dessa mutabilidade. E existem duas soluções clássicas. A primeira é negar a mutabilidade, negar as aparências como nas outras induz, e a segunda é o recurso grego de apelar ao eterno retorno. As coisas vão mudando, tudo termina e começa de novo igualzinho, quer dizer, o ser, por assim dizer, se refaz. E essa teoria foi endossada pelo Nietzsche e por incrível pareça por Karl Marx e Friedrich Engels, especialmente Friedrich Engels no livro Dialetica da Natureza. Eu vou ler aqui alguns testes para vocês. E eu vou anotar uma coisa muito interessante. Essas filosofias, Marx e Nietzsche se desenvolvem, a segunda metade do século XIX, logo depois que o físico alemão, Rudolf Klausius, descobriu o segundo princípio da termodinâmica e disse que em todo e qualquer sistema materialmente existente, existe um desgaste e uma passagem de uma ordem inicial a uma desordem progressiva, ou será um nivelamento das diferenças e a produção de uma espécie de caos, dito de outro modo, manando mais simples de expressar e dizer que nenhum sistema rende mais do que 33% da energia que foi investida nele. Portanto, existe uma perda progressiva que é justamente o que se chama a entropia. Evidentemente, a entropia exigia que se renunciasse de vez à ideia do universo, especialmente do mundo celeste, como o mundo de estabilidade e eternidade. Ao contrário, ele exigia uma ideia da história do universo. É uma ideia que não havia ocorrido praticamente ninguém até o século XIX, mas que obtive tantas confirmações científicas depois disso que não tem mais nem como discutir. Porém, a reação imediata dos filósofos que haviam aderido de algum modo a ideia de substância do espinos foi negar o segundo princípio da termodinâmica. Então, nós vemos essa luta em glória de Nietzsche e Engels contra o segundo princípio da termodinâmica. Parece um absurdo, quer dizer, você bater de frente, assim como uma descoberta científica tão... Perdão. Então, sólida e refutável como essa? Seria como hoje nós tentamos refutar a física acótica. Já dizia o Aristótter que esse negócio de especulação é tudo uma coisa muito bonita, mas que você bater de frente com a experiência é coisa maluca. E, no entanto, nós é um filósofo, um filósofo tido como materialista, que é o Engels, batendo de frente com a ciência física e proclamando que haver coisa maravilhosa. Na ciência teórica da natureza, diz ele, na dialética da natureza, devemos contar frequentemente com grandeza que são incompletamente conhecidas. E a lógica do pensamento em todos os tempos teve de ver em socorro do conhecimento que faltava. Ou seja, esta ciência lida com elementos que são mal conhecidos e não podendo suprir-los, ela tem de pedir socorro que é a especulação, a lógica do pensamento. Então, você vai ver um filósofo tido como materialista, um dos mais materialistas, apelando ao método característica, metida e alista, que é da pura dedução espinoaseana. Daí diz ele, agora a ciência moderna da natureza teve de adotar o princípio da indestrutibilidade do movimento. E ela teve de tomar esse princípio emprestado da filosofia. Ou seja, a indestrutibilidade do movimento não é um princípio científico, é um princípio filosófico, diz ele. E a ciência atual está afirmando a indestrutibilidade do movimento, mas sem ter motivos científicos para isso, toma isso de motivos puramente especulativos ou racionais. Mas isso era exatamente o contrário do que estava acontecendo na ciência na época. Esse livro foi publicado em 1875, 25 anos depois da descoberta do princípio da termo dinâmico, que dizia exatamente o contrário, o princípio da termo dinâmico, afirma claramente a destrutibilidade do movimento. Todo movimento termina em entropia. E portanto, o segundo princípio da termo dinâmico implica que o universo teve um começo, que ele teve uma história e que ele está indo em direção ao fim. Ou seja, quando o Ortega C é muito mais tarde de ir assim, um homem não tem natureza, mas tem história, nós podemos responder à natureza também. As famosas constantes da natureza, hoje em dia se parece mais com hábitos da natureza do que com constantes universais imutáveis. Isso quer dizer que tudo no universo está se transformando e está indo em direção ao fim, justamente por causa do fator de entropia. Claro que esse fim pode demorar, sei lá, milhões de anos. Obrigado. A água na dia está muito nova, a infecção, ninguém segura. Já tomei. Então, eu vou repetir aqui, agora a ciência moderna da natureza teve de adotar o princípio da indestrutibilidade do movimento. Quer dizer, ele sabia da existência do segundo princípio da termo dinâmico. Por que ele afirma exatamente o contrário? Ele não está dando razão, a ciência está lidando com elementos que são inexatamente conhecidos, então ela tem de fazer a pêlo, a lógica do pensamento. E com base na lógica do pensamento, ele tem essa indestrutibilidade do movimento. Ou seja, o movimento é eterno. Se ele é eterno, acontece a seguinte coisa, ele é eterno para trás, eterno no passado e eterno no futuro. Se nós aceitamos a eternidade do movimento e ao mesmo tempo, recebemos notícias do segundo princípio da termo dinâmico, nós temos um problema. Ou as coisas estão acabando ou elas ficam sempre como estão eternamente. Tem mais uma consequência que não o Engelsmeid Nietzsche tira que é o seguinte, se existe a tal dentropia, ele não usa o termo, mas é disso que ele está falando, esse universo é eterno, ele é eterno para o passado como para o futuro, então nessa eternidade passada esse fim já deveria ter sido atingido. Se o universo caminha para o fim e ele é eterno no passado, então ele já acabou. É isso. E Nietzsche sai dessa, é para ver a ideia do eterno retorno, que ele vai procurar nos gregos. Então tudo acaba e depois começa de novo igualzinho. Tudo o que acontece vai acontecer novamente, por exemplo, eu estou dando aqui a sal no universo seguinte, eu estaria indo da mesma hora, você está nos sentadinhos aí, tudo igual, eu vou pegar a mesma gripe de nuve pela droga. E... Só que tem o seguinte, no intervalo entre os mundos, o que acontece? O mundo acabou, sobrou um nada. Então, da onde esse mundo se refaz? Do nada? Bom, do nada é evidentemente impossível, nada, nada produz. Nós temos o seguinte problema, se algo criou o ser, é porque ele já tinha o ser, não é isso? Então ele não era um nada. E se ele já tinha o ser, como diz o Clôtre do Trasmotores, que pareceu muito boa, ele já tinha o ser, agora é um pouco tarde para criar o ser, porque já está aí. Então essa é uma situação para esses autores, é absolutamente desesperada. Da qual eles têm de sair mediante afirmações absolutamente insensatas e insustentáveis, como o eterno retorno ou a ideia da ilusão. Mas a ideia da ilusão eles não podem apelar, porque são materialistas, estão afirmando a eternidade da matéria e do movimento. Então só resta mesmo o eterno retorno, que é exatamente o que o Engels vai afirmar. Deve ser. Aqui o resto assim, ele está como resumido pelo Clôtre do Trasmotores. Se o ateísmo é verdadeiro, então o universo físico é o ser, a totalidade do ser. Em consequência, o universo físico deve ser eterno no passado e eterno no futuro. Ele não é gastável, não se gasta, não se desgasta. A matéria e o conceito do universo físico deve, portanto, se engendrar a partir dela mesma eternamente. Então a matéria está continuamente se engendrando a si mesma. Se ele está continuamente se engendrando a si mesma, então segundo princípio da termodinâmica, não se aplica a matéria e ele é falso. Então, quer dizer, o Sr. Euclides está falando em nome da ciência, ele está indo diretamente contra o que a ciência vai afirmando fazia 25 anos. Ou seja, o que o Engels está fazendo é deduzir a constituição do universo a partir do ateísmo colocado como princípio. Encontrar-se com tudo isso, a cosmovisão, o Lodárico e o Cidânico afirmam o seguinte, este mundo aqui não é eterno, ele teve um começo, eterno, enfim. Mas para além dele existe uma outra dimensão que é eterna e imutável, que é puramente espiritual, isso não tem um corpo no espaço. E que é, portanto, o criador deste mundo. Então, este mundo não sai do nada, quando se diz Deus criou o universo do nada, não é do nada porque Deus estava lá, Deus não é um nada, então é o próprio Poder Divino que cria a matéria, o espaço, etc. E a expressão do nada quer dizer que ele não usou uma matéria preexistente, mas ele instaurou essa matéria. Então, até hoje, essa é a única cosmovisão que se sustenta de alguma maneira. As outras todas terminam em contradições absurdas. E o fato de que elas reapareçam na filosofia moderna é reaparecido disfarçadamente. Se você disser, por exemplo, que Engels ou Nietzsche estão voltando aqui a Parmen, ele diz ou ao hinduísmo, as pessoas nem sabem o que você está falando, o que vai parecer tão esquisito. Você me desculpe, mas tem uma médica aqui que durante 10 dias me deu uma remeda absurda, me diz, noco. E eu fui piorando, piorando, piorando, e só começaram o tratamento, faz 4 dias na verdade. E a minha mulherzinha que eu não sei porque não gosta de mim. É que eu falei para que eu sou fulmão e não ouvi o mar na minha cara. Receito remédio errado, só passa a canhar. Então, se existe esse fenômeno da entropia, então evidentemente o universo está caminhando para a sua extinção. E, portanto, tem uma história e, portanto, você não pode mais falar de leis da natureza propriamente. Pode falar em leis no sentido cognitivo, no sentido epistemológico, mas não de leis físicas, absolutamente constantes. Hoje você vê isso na física quântica, de uma maneira ostensível, acho que não tem teoria física mais amplamente comprovada, apelo independente do que a física quântica. E, no entanto, tudo isso, no século XIX, apareceu como espécie de escândalo. Porque, se o universo material tem uma história, então presta minha atenção. A eternidade dele não pode ser concebida no sentido em que usamos a palavra eternidade quando nos referimos a Deus. Eternidade, quando falam que Deus é eterno, nós não queremos que ele dura para sempre. Eternidade foi definida por Boés e como após se plena e simultânea de todos os seus momentos. Ou seja, é uma espécie de supratempo, onde todos os tempos possíveis estão incluídos simultaneamente. Quando esse pessoal aqui falem eternidade, eles estão querendo falar duração infinita. Por isso que usam essa expressão, é eterno para o passado e eterno para o futuro. Se você pensar em isso, são expressões que não fazem o menor sentido. Não existe uma eternidade. Qual o sentido de você falar de passado e futuro? Passado e futuro só existem quando a eternidade se projetou na dimensão temporal. E, portanto, ela se desdobra em momentos separados. A característica fundamental do tempo é que os seus momentos não podem ser simultâneos. Então, o transcorrer de um desses momentos é absolutamente incompatível com a presença de outro momento. Você não pode ter 2 anos de 17, é o mesmo tempo. Então, você não pode estar aqui hoje, sendo que hoje já será amanhã. Assim como no espaço, você tem uma separação entre os corpos. No tempo você tem uma separação entre os momentos. Exatamente a separação que no plano da eternidade não existe. Isso quer dizer que todos os momentos concebíveis, Deus transita entre todos eles sem a menor dificuldade. Se existe uma diferença entre passado, presente e futuro, é o próprio Deus que a instaura desde uma dimensão onde todos eles já estão abrangidos. Por isso que o Santão Gostinha dizia, define o tempo como uma imagem móvel da eternidade. Por exemplo, toda a história que nós contamos do transcurso temporal, nós podemos imaginá-lo também como uma estrutura espacial. O que é a partitura de uma música? É um desenho no qual todas as notas que serão tocadas em sequência estão todas juntas. Claro que se você tocar todas juntas, você não tem melodia nenhuma, é uma confusão dos diabos, mas na partitura estão todas juntas. Eu não tenho jeito de você. E com a partitura, se a gente entrega duas notas hoje, ou até amanhã, ou até amanhã, não é possível isso. Num disco, todas as notas estão juntas. Mas você toca o disco, elas se separam no tempo. Supondo que seja possível tocar o disco na mesma velocidade como que a música é executada. Se houver uma defasagem, pronto, já melou tudo. Mas nossa história também, nós vivemos momentos distintos. Eles não podem ser fundidos. Mas nós podemos conceber a nossa vida como uma ordem, uma estrutura. Quando eu falo, por exemplo, das 12 camadas da personalidade, eu estou falando delas todas ao mesmo tempo, e elas são concebidas ao mesmo tempo. Quer dizer, a ordem temporal se torna uma estrutura lógica, ou que pode ser representada por uma estrutura espacial. Quando você, às vezes em arquitetura, se fala do ritmo de um edifício, ou do ritmo de uma pintura, ou seja, você pega a imagem estática, também no quadro e converte numa narrativa. Aquela imagem, o que está acontecendo aqui? Se vocês se lembrarem das aulas que eu dei sobre o quadro dos embaixadores do Holbein, você vai ver claramente isso. Você tem uma cena estática, mas tem uma história ali dentro. Então, essa passagem, vamos dizer, que nós frequentemente operamos do temporal para o espacial, já é o sinal de que nem o espaço, nem o tempo subsistem por si mesmos, de que eles remetem uma ordem, superam o que os transcende, e que, de algum modo, nós aprendemos alguma coisa dessa ordem, senão não poderíamos fazer essas permutações. Quer dizer, uma espécie de antevisão ou precentimento da eternidade é algo que está por baixo da sua simples possibilidade de ouvir uma música ou de entender o quadro. Entendemos claramente que essa dimensão da eternidade, embora não tenhamos acesso completo a ela, porque seria um absurdo uma criatura que está presa dentro do tempo, aprender a eternidade, seria como você querer fazer ser um balde de água cabido dentro de uma gota, não vai dar. Então, nós temos esse precentimento da eternidade, e ele é suficiente para nós compreender que essas duas dimensões, e espaço e tempo, elas não podem ser concebidas separadamente, não tem como. Elas não são a mesma, elas são totalmente diferentes, mas a outra, quer dizer, a presença de corpos separados equivale a sucessão de momentos separados. Mas, se eles fossem 100%, absolutamente separados, não poderíamos concebê-los juntos, nós concebemos juntos, porque concebemos o espaço como o tempo e o tempo como o espaço. O que já prova claramente que a nossa mente transcende essas duas dimensões e a capacidade de articulá-las, qualquer um consegue fazer isso. E hoje que até certos animais fazem isso. Nós não precisamos nos achar tão importantes só porque nós fazemos isso, porque de algum modo, de maneira menos perfeita e menos completa, os animais também podem fazer isso. Então, essa me parece que a única maneira possível de conceber essas coisas, mas ao longo da história você vê uma espécie de revolta contra isso. Porque essa visão estava consagrada na narrativa bíblica. E o judeus era um povo, para dizer, subalterno, inferior, uma nação pequena, errante, muitas vezes expusta das suas terras, que chegou a viver em outro país, como na condição de escravos, ao passo que os gregos tinham a sua cultura local, o seu domínio territorial. E eles não têm a menor ideia dessas coisas. Uma dimensão, por exemplo, de história cósmica, eu digo, na bíblia está claríssimo que é uma história cósmica. E não é apenas uma cosmogonia, isso é, um relato do surgimento do universo, mas é uma cosmologia da criação. Portanto, há um diálogo, há uma permutação entre a eternidade e o tempo, entre o infinito supraespacial e o espaço. Isso está em cada linha dos gêneses. E isso não tem similar, em cosmologia nenhuma. É isso. O que você observa nas outras cosmogoniação, é uma espécie de personalização de força da natureza. Não existe a referência. Há uma eternidade, um ser eterno, que cria dialoga com a criação. Se pegar na cosmogonia hindu, por exemplo, o branco não tem diálogo com este mundo aqui. Ao contrário, a existência dele nega este mundo. Ele não é o criador do mundo, ele é a negação de todo mundo. O mundo é reduzido à aparência. Se desfaz como pó, o trajeto do ser humano, do buscador da verdade, consiste exatamente em negar o mundo e afirmar o ser eterno. A concepção, vamos dizer, de um Deus infinito, criador do mundo finito, com o qual ele dialoga e ao qual ele dá uma destinação temporal. Porque tudo na Bíblia, você vê, se realiza no desenrolar das histórias humanas, das biografias. Isso quer dizer que quando o cidadão nasce e aparece, o destino dele não está completado. Ele tem algo a fazer, mas se você ver todas as vocações proféticas, Deus chama um sujeito e lhe dá uma missão que ele pode aceitar ou não. Você vê a história de Jonas. Quer dizer, o destino humano não está decidido diante mão, mas o próprio ser humano é, em parte, o agente criador. Ele não cria esse destino no vazio, não tem liberdade integral. Ele opera sempre dentro de um quadro de condições que ele recebeu prontos, sobre o qual não tem nenhum poder. Mas ele tem alguma capacidade de decisão e é das suas escolhas sucessivas que se fará ao seu destino. O que é a história humana se não a sucessão das biografias de todas as pessoas que foram compondo as gerações e das quais algo da anterior se passa para o seguinte, o que permite a existência do negócio chamado história. Quer dizer, se não houvesse uma herança histórica, uma herança que passa de uma geração para outra, não teria o menor sentido você falar a história, porque cada história começaria do zero. Isso, biologicamente falando. Você pode dizer que começa do zero, quer dizer, cada nova criatura que aparece. Ela é algo por si mesmo e, a partir do momento em que ela foi gerada, ela é independente do gerador. Quer dizer, se o teu pai te gerou, ele não vai precisar gerar de novo, né? Seu ser já foi gerado, já nasceu e isso não depende mais dele. Porém, o quadro inteiro da vida deste cidadão será preenchido com elementos recebidos da geração, inteiro inclusive para começar pela língua, pelo lugar em que ele está, pela casa onde mora, pelo leite que recebe, etc. Então, se a própria natureza física tem uma história, tudo que se passa dentro dela também tem uma história, inclusive a nossa vida. Então, esta dimensão radicalmente histórica da visão bíblica é totalmente desconhecida de todas as outras cosmologicas. E hoje nós entendemos que nós não podemos viver sem ela. Só que, até o século XIX, ainda havia esta noção de que existem ciências que lidam com os elementos constantes e matematizáveis. Existem ciências que lidam com os elementos históricos mutáveis que podem ser narrados. Essa ideia apareceu por exemplo, Heinrich Räckert, Wilhelm Diltrey, Vivalvindelband, que são os criadores das chamadas ciências do espírito. Você fala de ciências do espírito para distinguir a ciência da matéria. Então, a ciência da matéria buscaria um constante da natureza. E a ciência do espírito buscaria uma história. É a famosa frase do Ortega, que é um discípulo de Diltrey. O homem não tinha a história natural, mas assim não tinha a história. É a natureza também. A natureza não tem natureza nenhum, ela tem uma história. A história dela procede mais devagar, se mede nos 500 milhões de anos, mas é uma história de mesmo jeito. Por exemplo, hoje nós conhecemos facilmente a ideia de uma história do planeta, uma história do solo, das modificações que o solo foi sofrendo, tá certo? E nós temos às vezes uma enorme dificuldade para decifrar essa história porque, como é próprio da passagem do tempo, os indícios são apagados. Por exemplo, até hoje existe a discussão de se o petróleo é de origem fósforo ou não. Os dizem que sim, os dizem que não. Ou seja, nós não estamos conseguindo reconstituir a história, da onde surgiu essa coisa. Ora, isso acontece no nosso conhecimento da natureza e também no nosso conhecimento da história humana. Então, eu estou acabando aqui de receber um livro que eu já conhecia por resenhas. Eu estou chamado Pierre Berra, as línguas ocultas da ranascença. Então ele diz o seguinte, entre o período escolássico, os últimos escolássicos que eram os escolássicos nominalistas e o advento do pensamento moderno com Galileu, Galileu-Newton, etc., existe um século inteiro. E este século é tudo ocupado por ocultismo, magia, alquimia, etc., etc. E acontece que grande parte desse material, mais de metade dele, é indecifravel ainda. Por isso você pegar os famosos quartetos de Nostradamus, que foram importantes na cidadania. Até hoje nós não sabemos o que eles querem dizer. Mas em inúmeras gravuras e símbolos da época, ninguém consegue decifrar. Então, qual foi a transição entre o pensamento medieval e o moderno? Foi esse século de ocultismo que não conseguia entender, mas sempre me jogando no lixo, já me de conta que não existiu. Então, o fato é que o mundo da alquimia, magia, etc., não tem nada a ver com a idade média. Ele é o elemento fundador da modernidade. E no século seguinte, quando aparece a ciência moderna, ela vem carregada desse ocultismo. Só que ela aparece ao mesmo tempo como resultado do ocultismo e como sua negação. Ou seja, ela tem que esconder as suas origens. É como você ser filho de uma senhora de mafama. Você vai ter que inventar uma outra história. Vou dizer que sua mãe é outra. Foi por isso que os estudos da alquimia, feito por Newton, foram escondidos durante três séculos. Hoje em dia, nós sabemos que toda a chamada obra científica do Newton é 5% no máximo do trabalho dele. A grande ideia dele era uma macro-teologia de tipo unitarista, como o Islam, por exemplo. Um cristianismo não trinitário. A ideia da teoria da unidade absoluta, parecida com a do Moedin ibn Arab, que era isso que ele queria fazer. Inclusive, a própria teoria da gravitação universal era apenas um capítulo da argumentação. Ou seja, hoje nós sabemos que, sem esse elemento mágico alquímico, nós realmente não entendemos a ideia de Newton, entendemos um pedacinho que nós tiramos a obra dele e colocamos num outro contexto que nós chamamos de ciência moderna e que para ele não tinha menor importância. Ou seja, nós queríamos um Newton para o uso dos meninos da escola. Que não corresponde absolutamente ao Newton verdadeiro. Eu cheguei até algumas discussões com pessoas. Quando Fritz estuda uma ciência no universidade, a mente dele fica tão viciada, só as horas do cenário daquela ciência, que frequentemente os problemas fundamentais da própria ciência, que diz respeito aos princípios da própria ciência, e tornam incompressíveis para ele. Uma vez que eu tive uma discussão com o engenheiro, o Brasil Levo, que mora aqui no Estados Unidos, quer dizer que o Newton tirou tudo, tudo, tudo da experiência. Eu digo, mas o Newton começa com a noção de espaço absoluto e tempo absoluto. Mas onde que ele encontrou espaço absoluto e tempo absoluto na experiência? São noções totalmente apriorísticas. Ele por acerto, ele postulou isso aí. O que acontece? A pessoa confunde a verificabilidade da coisa pela experiência com a origem do conhecimento. Não é porque uma coisa funciona na experiência que ela for obtida da experiência, ou que ela poderia ser obtida da experiência, ela é confirmada depois pela experiência. Uma coisa tem nada a ver com a outra. Quer dizer, você está confundindo o fundamento lógico da coisa com a sua origem. Que é uma coisa, é um erro elementar. Mas eu conheço milhares de pessoas que cometam esse erro. Isso quer dizer que assim como na história da natureza existem capítulos inteiros, ou livros inteiros que permanecem desconhecidos na história humana também. Tudo isso só prova que de fato existe a história cósmica e a história humana e faz parte da natureza da história os seus capítulos seriam esquecidos. Se você mover seu esquecimento, se você conservar todas as impressões de cada momento, não haveria espaço para novas impressões. Então isso quer dizer que assim como a natureza oculta as suas ações, como se fosse camadas, também na história humana você vê a mesma coisa. Só que tudo isso só se torna compreensível em termos de pensamento moderno a partir do segundo princípio da termodinâmica. Só que tudo isso fratava no livro do Gênesis. Então você vê uma curva de milênios para você começar a entender do que que estão falando, o Gênesis é feito de uma sucessão de novidades. Cada capítulo da criação não determina o seguinte, no princípio Deus criou o céu e a terra. Isso obriga ele a criar depois os animais, após a plantação, absolutamente, poderia ter feito outra coisa. Isso quer dizer que não há uma ligação causal de uma etapa com a outra. Existe a introdução de novidades. Existem novidades na natureza? Existem. É o que a teoria quântica demonstra acima de qualquer possibilidade de dúvida. Ao ponto de dizer metaforicamente que certas partículas parecem agir por vontade própria. Isso aqui é que elas fazem uma coisa, mas elas fazem outra. Então existe um certo coeficiente de indeterminação ou de liberdade até no nível subatômico. Assim como existe no nível 1. O fato de você ter feito uma coisa hoje, ontem, não te obriga necessariamente a fazer uma outra coerente hoje. Então isso quer dizer que a diferença entre o mundo histórico e o mundo natural parece que está se apagando. Com o que voltamos exatamente à concepção dos gêneses, onde a história humana é o prolongamento da história da natureza. E assim como na história da natureza, existem novidades. Quer dizer, num dia Deus fez a Luminária, só a Lua, no dia fez a Terra, no dia bom, o que eu vou fazer? Eu vou fazer os animais. Mas os animais não estavam previstos antes. Existe essa novidade do mesmo modo que Eva muda tudo na hora que ela decide. Seguia serpente e vende o que Deus disse. Ela era obrigada a fazer isso? Não, ela fez como ela quer e que nem o Jornal 4 fila o porquê-quilo. Se ela decidiu fazer e fez isso aí, mudou tudo para diante. E cada nova vida que aparece implica uma multidão de escolhas, em geral, imprevisíveis. E mesmo quando são previstos, não são obrigatoras. Você vê no campo da história, irmão, acho que a previsão histórica é uma especialidade minha. Eu costumo acertar as previsões porque eu sei que na maior parte dos casos o acontecimento são imprevisíveis. E que a margem de previsibilidade é limitada por isso mais aquilo, mais aquilo, mais aquilo. Então, a própria possibilidade de você prever depende de você admitir o imprevisível, isso tanto na natureza quanto na história humana. Você vê que no livro do Gênesis, você não vê uma ruptura entre a criação do mundo, dos animais e a criação do homem. A coisa que simplesmente continua. Nesse caso, o homem está dentro da natureza, embora sob certo aspecto de transição da natureza. Ele tem um favor especial de Deus. O que é esse favor? Esse favor é que ele tem um eu. O que é o Deus? Deus se define como eu sou. Está certo? Então, Deus se caracteriza por ser e por ser ele mesmo. Portanto, ele não é definido por uma coisa externa. Ele é o ser e, portanto, a origem de todo ser. Nesse. E a semelhança de... Um momento, está chegando a nossa pessoa. Você espalha de cuchichai. Quer dizer, há a semelhança de Deus, o homem toma decisões. Nesse. E evidente as decisões dele não afetam o universo inteiro, como Deus, que cura decisão, determina a existência do próprio universo. Mas afeta um certo horizonte de possibilidades. Isso é sem dúvida a capacidade divina do ser humano. Essa capacidade decisora a liberdade humano está intrínsecamente ligada ao fenômeno de eu. Quer dizer, de você ser capaz de se referir a si mesmo como personagens criadores da sua própria história. Como é que você conta a sua história? Eu fiz tal coisa, depois de me acontecer outra. O como dizer, o que é a ser na vida, é o que hacemos e o que não passa. É o que nós fazemos e o que nos acontece. Ou seja, tem uma parte que eu fiz e outra parte que me aconteceu. Nesse. Um bicho pode fazer isso. Ele pode ter uma certa memória de curta, de curta ou de longa duração. Mas ele não pode se compreender a si mesmo como sujeito criador das suas decisões e nós podemos. Exatamente como Deus faz também a mesma coisa. Ou seja, Deus pode rever as suas decisões. Por exemplo, ele determinou que o ser humano fez esse, isso, mais aquilo, mais aquilo. Mas o ser humano usando a sua liberdade, decidiu outra coisa. Então, Deus também muda a sua decisão. Quando ele decide via o dilúvio e depois ele dizia que não vou fazer mais. Não vou fazer de novo. Esse foi o último. Quando via o outro, então daí já não vai ser esse mundo, vai ser outro mundo. Então, toda essa ideia da história cósmica e da história humana como continuidade da história cósmica sou muito estranho no século XIX, só que com a segunda perspectiva termodinâmica, ela se tornou absolutamente inevitável. Então, exatamente ao contrário do que está dizendo o Engels, em vez de a ciência afirmar a eternidade do movimento, a eternidade do cósmica, está afirmando sua perecibilidade, sua historicidade, por assim dizer. E essa noção, você, da historicidade, ela vai penetrar cada vez mais fundo na consciência humana ao ponto de que hoje a própria ideia de leis eternas da natureza já não funciona mais. As leis são todas estatísticas, todas mutáveis, exatamente como no mundo humano. Isso quer dizer que aquela separação absoluta entre o mundo da mutabilidade e o mundo da eternidade ou da permanência, como foi vir pelos gregos, isso aí simplesmente não existe. Mesmo porque permanência não é eternidade. Lembrando, é a simultaneidade de todos os momentos, o domínio simultâneo sobre todos os momentos. Eu não tenho nada a ver com permanência. Essa confusão, vamos dizer, de eternidade com permanência, ela está presente em todo lugar. O grupo católico tradicionalista do Rilhub, quando fez uma revista, chamou de permanência. E ao mesmo tempo, se você vê no livro do David Bohm, e diz que a eternidade é hora implícita, ele diz o seguinte, nós não podemos mais admitir a substância como uma coisa permanente. A substância não é um ser, ela é apenas um sendo. Eu digo aqui, a diferença vai fazer isso aí. Então, se a natureza de um ser consiste em ter uma história, o ser humano, isso é a natureza dele. Então, a natureza tem que voltar a ser concebida, a natureza de um ser tem que voltar a ser concebida, como a concebir Aristóteles, como um algoritmo, não como uma estrutura permanente. Ou seja, é uma estrutura, mas não é uma estrutura permanente, mas não uma forma, um formato definitivo. Ela é uma matriz de transformações possíveis e, portanto, demarca o limite das transformações. Então, um gato, no seu curto seu desenvolvimento, pode sofrer essa alteração, que ela outra, no fim pode virar cuica, mas ele não vai virar um urubu definitivamente. Então, ele pode sofrer tantas mutações ao longo da sua vida, e o conjunto não seja sequer matematizável, quer dizer, não é humanamente concebível, não podemos saber antecipadamente tudo que vai acontecer com um gato e tudo que ele vai fazer. Ninguém pode fazer isso, se você lutar todos os computadores do mundo, não dá. Mas você sabe que essa mutabilidade ilimitada tem um limite, na verdade. Ele não vai virar um urubu, ele não vai virar a tartaruga, e ele não vai virar eu, tudo isso está garantido. Então, isso quer dizer, na noção da natureza dos indivíduos, como algoritmos, como matriz de transformações possíveis, mas em princípio ilimitadas, numéricamente ilimitadas, são limitadas qualitativamente, mas não quantitativamente. Então, você não pode saber de entermão quantas transformações o ente vai sofrer, mas você sabe que existem outras séries de transformações que são inacessíveis. Então, você vê que todo o círculo da filosofia moderna é ter profundamente influenciado por espinosas e pela ideia da substância. Uns podem conceber a substância espiritualmente, mas associando com a ideia de permanência, portanto da estabilidade, então é o círculo parmenídico, o círculo que não muda, mas é não muda porque ele não pode mudar, não é porque ele não precisa mudar. Deus pode mudar, claro que pode, você vê até uma certa data, isso a existir no céu, chegou uma certa data, e decidiu ver, até aí veio. Depois não aconteceu isso, mas aquilo, mas aquilo, ele não veio, não morreu, voltou, voltou. Então, acontecem coisas para o próprio Deus, portanto, Deus pode, sofrer modificações sim. O que caracteriza Deus não é a permanência, é a eternidade, é que todos esses momentos das suas transformações, ele já os tem todo na mão. No instante ele já tem todos, e ele transita entre todos esses momentos do jeito que quiser. Então, esse é todo o pensamento moderno, ele está preso nesta oposição do mutável e do permanente, e nenhum concebe o que ser a verdadeira eternidade. Se você pegar todo o livro do David Bond, essa é uma guerra contra a ideia da permanência em nome da mutabilidade. Eu digo, escuta, mas permanência só pode ser concebida em termos de mutabilidade, né? Portanto, permanência e mutabilidade são termos que se exigem mutuamente, porque se tudo mudasse ao mesmo tempo, as mudanças seriam imperceptíveis, você percebe que uma coisa mudou, porque a outra ficou no mesmo lugar. Você vê os ponteiros do relógio, e eles mexem, mas o relógio não mexe. Se o relógio mexesse junto com os ponteiros, porque o ponteiro está virando para lá, o relógio também está virando. Você não perceberia a coisa nenhum. Portanto, a permanência não é o oposto da mutabilidade, logicamente, ou seja, como conceito, mas na realidade a permanência e a mutabilidade se exigem, e ambos são parte da mutabilidade. Então, permanência não é, senão, uma mutabilidade concebida por contraste. E o que tem a estudar, a ver com a eternidade? A estudar é a melhor nada. A eternidade supera, transcende, abrange tanto a permanência quanto a mudança. Eu me lembro na época em que soltar esse livro no Brasil, o livro do David Bowman, foi um sucesso, já sabe? E eu dei a primeira linha para perceber, mas esse sujeito tem uma besta quadrada. Assim, eu não entendo nada do que está falando, não precisa ler nada. E vai enganar um montão de jeito, agora superamos essa visão estática, e estamos aqui no dinâmico. Eu não me focaria, tudo já estava no gênesis, você que não está entendendo nada. Se você fala da eternidade, você já engoliu permanência e mudança, tudo. Ele dizia que a concepção da substância como estática, eu falo, mas nunca houve uma concepção estática da substância. Isso seria impossível, a concepção estática da substância, por exemplo, você pega uma vaca, e a concepção estática exigeria uma vaca interna e mudava. Deus terá, mas o conceito da vaca permanece mesmo, o que é o conceito? É uma trilha de transformações. O que é uma vaca? A vaca nasce dando leite, não, ela já fica com a sua seriedade para dar leite. Ela nasce um bezeinho, depois ela cresce, começa a dar leite. No fim, ela morre e vira outra coisa, se aproveita o couro, o chifre, tudo isso é a vaca. Portanto, o conceito de vaca só é estático, do ponto de vista do dicionário. A fórmula verbal é estática, mas você vai confundir a fórmula. A fórmula verbal com a coisa designada, mas isso é muito burro para fazer um negócio desse. Agora, fiquei sabendo que o meu amigo Romero Aurea Patapievic, que fez o dia do entrevista, falou muito bem do meu debate com o Dugin, que ele traduziu o livro do Bom. Eu prefiro que ele não tenha acreditado pelo menos, isso não. O Bom fez mais um de trouxa. Na época, virou uma moda de você falar, não, não é o ser, é o sendo. E quando não foi? O ser absolutamente imutável, mas nem Deus é absolutamente imutável, se ele fosse absolutamente imutável, ele não poderia fazer nada. Como é que ele poderia se encarnar na Terra se ele é imutável, meu Deus do céu? Então, Deus não é imutável, Ele é eterno, infinito, portanto, Ele abrange todas as mutações possíveis, de maneira simultânea. Ele não está preso numa permanência. Agora, este choque da ideia de mudança com a ideia de permanência é um dos elementos constantes da modernidade. Se você pegar, o que é que se divide a política? Progresistas e conservadores. Um só a favor da mudança e o outro da permanência. Então, tem que dizer, como diz o Rosa Ftokhersi, eu não entendo como as pessoas podem ser conservadoras ou progressistas, toda pessoa normal é conservador e progressista ao mesmo tempo. Então, pode querer um tipo de mudança, mudar algumas coisas e fazer com que o outro apercebe, e o outro pode ter outra preferência diferente. Mas, nos dois casos, existe permanência e mudança. Portanto, você, é por isso que eu não gosto dessa história de você ser um conservador. Eu falo, bom, às vezes eu acho que sim, às vezes eu acho que não, dependendo do que eu estou falando na hora. Agora, se você vestir a camiseira de que você é um conservador, então, para você ser conservador, você tem que manter tudo como está. Então, adia uma esterina do poder até agora, ou lula, não pode mudar nada. Então, algo você quer mudar. Então, você acaba caindo, fazendo esses elogismos, falando em poeiris, isso é agravado no Brasil, porque no Brasil as pessoas dizem que algo é verdade, porque elas aderiram a essa coisa. Não é que elas aderem porque é verdade. Então, a noção de verdade, nos debates públicos brasileiros, está totalmente corrompida. E pior, eles acham que todo mundo é assim. Já você diz tal coisa porque você pertence a tal partido, tal coisa é verdade porque você prenei essa coisa, não pode ser que eu entrei no partido que eu achei que era verdade, isso é exatamente o contrário. Então, em certos países, essas absurdidades da filosofia moderna se tornam imensamente mais graves, porque as pessoas não têm a flexibilidade e habilidade de lidar com esses conceitos. Então, você vai criar um deslocamento total da linguagem e faz da experiência. Eu até botei uma nota antes, o trânsito que vai dar da experiência direta até a sua manifestação verbal é tão complicado que se você consegue fazer isso direitinho, você é o shake, você é o camões. Ele conseguiu dizer o que estava acontecendo. A maior parte da prisão não consegue dizer nada o que está acontecendo, o que estão sentindo, o que estão precisando. Ela pega fórmulas verbais prontas que elas acham que se aproximam da sua experiência e repete aqui, mas aí você vai parar para lá de bagunhar. E em cima disso você cria debates públicos, em cima dos debates públicos você cria decisões e no fim você cria leis e decisões de governo que não têm absolutamente nada a ver com os assuntos que elas tratam. No Brasil eu já conheço inúmeras leis que são escritas como figuras de linguagem. Mas o que é uma obrigação expressa como figura de linguagem? É uma coisa que não é obrigatória para ninguém. Então às vezes eu acho o debate público brasileiro uma coisa de sem esperança. A confusão mental é tanta, tanta, tanta, tanta que nenhum problema vai ser resolvido e faça você o que fizer. Quando as pessoas falam, nós queremos uma intervenção militar, eu falo, mas não tem uma intervenção militar em 1964? Muito mais avassaladora do que vocês estão querendo agora. E ela foi planejador entre dois anos e depois de seis meses já tinha perdido o rumo completamente. Os caras já esqueceram o que tinham prometido, já fizeram outra coisa. O que que te garante que não vai acontecer a mesma coisa de novo? Então, intervenção militar é um símbolo da passagem, da desordem a ordem. Mas é apenas um símbolo, não quer dizer que isso vai acontecer realmente? Então, se você vê a situação brasileira no momento, não é claro que precisa de uma restaberação da ordem urgentemente, só que como dizia Santo Mália aqui, não existe a ação sem um agente. E quem é um agente que vai fazer isso? São as forças armadas? Escuta, você acha ver mesmo que as forças armadas têm gente para botar assim, na presidência de todos os sindicatos, na direção de todas as escolas, no púlpito de todas as igrejas, em cada delegacia. Você acha mesmo que tem? Não tem claro que não tem. Então, vocês estão querendo chutar para as forças armadas? Uma coisa que é obrigação de todo mundo. As forças armadas, com um amplo apoio da sociedade civil, tomaram o poder de 64, achamado na verdade da sociedade civil, e não conseguiram mudar a grande coisa. Pessoal, tem que botar os corruptos, todo mundo entusiasmado, vou botar o Lúro na cadeia. Estudo de 64, a história do negócio se chama CGI, comissão geral de investigações. Casou o mandato a Garnel e mandou um monte de gente para cadeia, mandou um monte de corrupto para cadeia, não foi só o subversivo que ele percebe, mas muito mais os corruptos. Daqui a pouco está os corruptos de volta, mais fomeado que nunca. Mas, se você se apega ao símbolo, as forças armadas são o símbolo da hora de ir<|ru|><|transcribe|> como o símbolo funciona? Porque de fato, no exército, aí eram arquisados, as pessoas obedecem, as coisas funcionam de uma maneira racional, mas funcionam de uma maneira racional para as finalidades internas do exército. E, por exemplo, o exército possa irradiar a sua ordem para a nação inteira. E, por exemplo, o exército pode ir para a nação inteira, e você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. E você pode ir para a nação inteira. Só o que vai resolver é esse trabalho cultural em profundidade. Pode demorar, mas, como dizia Gert, é urgente ter paciência. Então, vamos lá. Aqui está a pergunta. Érico, pergunta. O senhor está dizendo no curso de guerra cultural sobre o intelectual contemporâneo e a ideologia comunista. O movimento cria a classe que vai defender representar. A minha pergunta é, na verdade, o que ele diz o seguinte? A propaganda revolucionária cria a classe que ela vai representar. Daí ele pergunta. Se há nesse ideal algum fragmento do pensamento de Kant, que o Rúmeto do Kirubu já evidentemente, isso é uma cantinização do marxismo. Até menos não dou, você acertou na música. Se bem que essa tendência já existia no próprio marxismo, de maneira meio inconsciente, mas existia. Aqui, Arão Berjamim pergunta. Se há algo que é eterno, não deveria conter todo o evento possível, o número infinito de vezes. Neste caso, o eterno retorno não se tornaria algo necessário. Não, primeiro lugar, conter todo o evento, o número infinito de vezes, seria você conter exatamente a mesma coisa multiplicada por ela mesma. E isso seria exatamente o contrário da eternidade. Aí, eu caramba, olha aí, tá vendo só. Começo a falar dessa coisa. Então... Tira a cemônia, se você não morar... A eternidade, se a gente define como o boécio, como o posse total e simultâneo de todos os seus momentos, pressupõe a distinção entre esses momentos. E não simplesmente a repetição dos mesmos momentos. Mas... Quer dizer, a repetição seria o contrário... Uma limitação, se não há uma diferença qualitativa entre os momentos, então não há eternidade de maneira alguma. Nelguém aqui embaixo pergunta também. Eita... Ah, uma pessoa que chegou atrasada na hora. O resto, tá bem interessante, pelo menos. Aqui, eu cheguei atrasado Francisco. Comecei a estirar o provotos com a anteriz de minutos. Não entendi o que você quis dizer, por ser uma mutabilidade de Deus. Bom, essa mutabilidade, evidentemente, só existe dentro da escala temporal. Então, aquilo que acontece para Deus na escala temporal, é, na nossa dimensão, uma mudança. Aconteceram coisas, você fala vida, paixão e morte ressurreiçando o Senhor Jesus Cristo. Essas coisas não aconteceram todo ao mesmo tempo, elas aconteceram no tempo, então houve uma mutação. Isso acontece que essa mutação só existe na escala temporal. Para Deus, Pai, todos esses momentos são simultâneos. Ou seja, ele já estava presente em tudo isso, você já sabia tudo isso? É o formoso problema da presciência de Deus, né? Você pode dizer que Deus é eterno e mutável em si mesmo, mas que a sua manifestação no mundo onde as vivas passam tem por lá. É obviamente mutável. Se ele fez um milagre de, não é a mesma coisa antes e depois de fazer um milagre? Se está aqui o frente paralítico daí, vai Jesus Cristo e faz ele andar. Bom, ele não estava andando antes, ele não estava andando antes. Quer dizer, algo mudou. Então a ação de Deus no mundo é ela mesma, é claro que ela é mutável porque acompanha o tempo. O próprio Deus não poderia fazer o contrário, o peito de fazer o contrário, ele precisaria transformar o mundo de espaço temporal e espaço temporal em eterno e mutável. Ele não pode fazer isso porque isso seria melhor que ele faz o outro Deus igual a ele. Então, entendeu? Então quando você fala dessa coroela, sobre a eternidade e tempo, o nosso vocabulário é sempre meio precário porque todo ele foi feito para nossa esfera e espaço temporal. Nós usamos metáforos, figuras de linguagem, etc. Quando o santa gostinho diz o tempo, uma imagem móvel da eternidade, isso é uma figura de linguagem, não é uma coisa exata, mas dava você entender. Até quando você fala a noção de infinito, por exemplo. Bom, o infinito não é pensável enquanto o tal, mas vocês sabem o que é. Então, vamos lá. É, Érico, perguntou se as coisas estão sempre se desgastando, eu queria dizer o mesmo, que é o contato dos valores que estão, mas sem sob dúvida. Quer dizer, qualquer mensagem divina, há uma intervenção divina, é certo que por assim dizer, detém o movimento entrópico e eleva o unido, quer dizer, cria um novo patamar de integração. Se não fosse isso, o mundo já teria acabado. Quer dizer, o mundo teve um começo e tem um fim. Mas essa linha, ela é, por assim dizer, escandida pelas intervenções de Deus no mundo. Mas essa intervenção, num instante em que ela penetra no esfero espaço temporal, ela começa a sofrer o mesmo processo de desgaste. Isso é uma coisa visível. Se você ler assim, é ler o livro do Jan Huizinga, o Autono da Idade Média, para você ver a vivência sensorial das pessoas na época, era muito diferente de hoje. Então, é claro que certas noções do cristianismo eram mais acessíveis àquela pessoa do que hoje. A própria experiência dos milagres. Hoje em dia, você só ouve falar de milagres muito remotamente e indirectamente. A partir daquela época era uma coisa presente o tempo todo. Então, a ideia moderna da natureza, a natureza como um sistema fechado, que tem de ser descrito em si mesmo, independentemente da interferência divina. É um hipótese e é um preceito metodológico. Como nós não temos um controle intelectual suficiente das intervenções divinas, então nós fazemos a abstração deles, dessas intervenções. Como se elas não existissem, estudarem da natureza, tal como ela é em si mesmo, separadamente. Não é um prestamento, é isso. Você não está dizendo que ela está separada. Você não está dizendo que ela está separada, você está dizendo que a ciência com seus métodos vai abranger só isso. Só que isso é muito comum na história da ciência. Aquilo que é relegado a um segundo plano por uma decisão metodológica acaba sendo declarado inexistente. Então, por exemplo, vamos dizer, um estudo científico dos milagres. Até hoje não existe, na verdade. Quer dizer, uma ciência dos milagres. Eu mesmo tentei fazer uma contribuição a isso, mas é muito rudimentar ainda. Então... Isso quer dizer que a natureza, tal como compreendida pela ciência, ela é hipoteticamente um sistema autosuficiente. Mas é só hipoteticamente ir para fins metodológicos. Mas isso é como acontece na antropologia. A antropologia não vai estudar diferença de valor entre as culturas. Então, de tanto não estudar, ela acaba dizendo que essas diferenças não existem. Um preceito metodológico se torna uma afirmação categórica de natureza ontológica. Claro que isso é um erro monstruoso. Mas grande parte da história das ideias modernas é a história desse erro que se repete, repete, repete. Então, é claro que existe esse desgaste, quer dizer, os símbolos passados por uma religião. Eles perdem valor, eles são entrópicos, quer dizer, no processo de entropia. Cada vez vão significando menos coisas. Isso quer dizer que hoje para você recuperar algo, é fácil falar em valores cristãos, mas para você recuperar, você precisa de um trabalho imaginativo imenso. Então, por exemplo, você fala, ah, caminhão adiante de Deus, você diz, bom, muito bem. O que é a tal da presença de Deus? Deus, se você não se coloca na presença de Deus, então, a sua raça não vale nada, porque como diria o Cântif, você está falando apenas com você mesmo. Mas, Deus não é separado de você mesmo. É como dizer, o Pálclado é aquele que em mim é mais eu do que eu mesmo. Então, você tem que chegar a uma dimensão mais profunda e estável do seu próprio Cê, para você poder ter ideias. Bom, se eu não estou falando com Deus, eu pelo menos estou falando com a parte mais estável que ele colocou em mim, para eu poder falar com ele. Se eu não estou falando com alguém do outro lado, pelo menos eu já peguei o telefone. No ambiente, vamos dizer, de multabilidade constante de hoje, onde você é bombardeado com novas impressões o tempo todo, este aprofundamento é muito difícil. Claro que a própria igreja desenvolveu muitas técnicas para você, colocar melhor diante de Deus. Santa Fonsa Ligora sugeria aqui, por exemplo, para você rezar uma armaria, você imaginar que a desviva do Médio está na sua frente, fisicamente. É uma maneira, não quer dizer que você vai ver lá. Se você começar a ver, você está vendo coisas. Mas é você sentir fisicamente a presença dela. Então, isto, evidentemente, é impossível sem vir acompanhado de um certo temor reverencial. Só que para você se situar de novo e de novo e de novo nesse estado de espírito, você precisa um exercício, é por isso que eu recomendo aos caras, para que você não resalte os todos os dias, senão você esquece, se não for todo dia, a coisa paga da sua memória. Só que, este, por exemplo, resalte os todos os dias, você esquece que se você recuar mil anos, você vai ver que a vida cotidiana das pessoas era marcada pela festividade religiosa. Então, o ano inteiro, elas estavam vivendo dentro da ciclicidade, da liturgia. Ou não, ou você está na ciclicidade de trabalho e lazer, chamadas festas, é o dia do papai, o dia da mamãe, o dia do raio que eu parto, o dia da pqp, que é tudo, uma herança do quê? Da revolução francês, o calendário humanístico da revolução francês, trocava a festividade religiosa para ver festividades mundanas. E hoje as pessoas têm a cara de pau, desejar feliz dia da mamãe, feliz dia do papai, e achar que são muito cristãos, mas vocês não gostam de coisa nenhuma. Isso é tudo festa do capeta, meu Deus do céu. Então, vai ficando cada vez mais difícil você se situar dentro da atmosfera cristã, porque os símbolos vão perdendo vigor, eles vão se tornando mais indiferenciados, como é que se diz? Perdem significação. Esse mundo é um grande problema da cultura contemporânea. E na verdade, só quem fez um esforço para restaurar isso, foram os escritores e poetas. Os jorvenos, o Francois Moriac, o Paulo Lodéo, todos eles fizeram alguma coisa por isso. Recolocando o mundo atual, com toda a sua confusão, dentro de uma ciclicidade cristã. Sem contar, vamos dizer, a vulgarização e comercialização de certos aspectos. Na igreja que ficou a lair de André dos Seus Milagres, mas num dia eles fazem mais milagres do que tem toda a Bíblia. E por isso, mesmo você de dar um dizimo, vamos fazer, sei lá, fogueira santa, dorai, coparto. Quer dizer, tudo isso fez um mal desgraçado. Porque você é uma coisa, vamos dizer, essa coisa dos milagres, você introduziu uma gota de charlatanismo ali, uma gotinha, já melou tudo. Já estragou o símbolo. Quer dizer, tudo isso aí é blasfêmica. Então nós vivemos no mundo da blasfêmica, meu Deus do céu. Então, como se situar nisso aí? A tendência é a própria religião se desgastar e acabar sendo absorvida por outra coisa. O papá atual está fazendo todo o possível para que a igreja seja absorvida na teoria da libertação. Está certo? Então é o fim. Está acabando a igreja atual, está interverando. Está negando a ela o direito de ser alguma coisa por si mesmo. Ela tem que ser um apêndice do movimento pela igualdade, pelo raio que eu paro, etc. Então isso aí não é para obedecer a esse papá de jeito nenhum. Está em pio 9, se o viar um papo e ensinar coisa que é diferente dos seus antecessores, não obedeça. Então acabou. Marcelo Bernardelli. Quando eu falo sobre resgatar valores perdidos do passado, eu devo entender que não está sendo apenas falado sobre valores intelectuais, valores bárbaros da convivência social, como simplesmente dizer obrigado, bom dia, bota. Mas é óbvio. Quer dizer, esses valores comuns da convivência humana, eles se perdem com uma facilidade impressionante. Se você vê, o choque de realidade, que é você sair do Brasil e morar aqui nos Estados Unidos, no começo eu fico até traumatizado, as pessoas tão me tratando tão bem aqui, tão tramando alguma. Até agora ninguém me bateu, ninguém me xingou, ninguém me desprezou, ninguém me olhou de cima, o que que está vendo aqui? Eu levou anos pelo acostumáculo, não, pera, eu normal, é isso aqui. Então, você entra na filha do banco no Brasil, o Brasil maior do caixa é dizer não. Não, isso não é possível. E remeter a culpa para o computador. Não, o computador é assim, então, ele que fez, não posso mudar. Aqui os caras fazem da tripa coração para resolver o seu problema. Eles querem resolver, só às vezes não dá, mas em geral eles tentam. E isso é normal, é o dia a dia do americano, é isso. Pelo menos aqui no interior, não sei. Eu não gosto muito de Nova York, lá também todo mundo meio grosseirão, parece paulista. Rondon, eu vou mudar o assunto aqui. A entrada do congresso, os ativistas, essa semana, se eu ver com o marco do início da reação popular e o americano uniu o cultural, eu não ver não disso, porque isso aí já aconteceu em março de 2015. Fazer uma coisa mais de maior impacto do que março de 2015 eu não vou fazer. Agora, eu acho que você entrar no congresso e xingar a todos aqueles caras, é uma coisa que a gente devia fazer todo dia. É por isso que eu falei, eu não sou contra invadir a Câmara, eu sou contra você voltar para casa. Então, é bom que eles façam, claro que é, só que tem que fazer muito mais. E mais importante do que você invadir lá, é você mostrar esses camaradas o desrespeito total. Para você não merecer respeito nenhum, excelência é a PQP, é você e olha lá. E onde quer que eles estejam, você usam o pilhá, então não há outra coisa para fazer. Agora, se simbolicamente ir lá e invadir a Câmara, é bom. É justo, mas dar aí uma dimensão estratégica maior, eu acredito que não funciona. Afinal de contas, os caras foram lá, xingaram os deputados e pediram que uma intervenção militar. Isso, é bom. Uma intervenção militar, ela só funciona, você vê uma participação popular, entendo, não é apoio popular. Porque em 1964 eles tiveram apoio popular e depois marginalizaram o povo. Na hora que eles subiram, nós somos iluminados, nós vamos decidir tudo e pegaram as próprias organizações que os apoiaram e desmantelaram todas. Para que? Para eles ter sossego e poder decidir tudo entre minhas dúvidas generais e tecnocratas. Então não é questão do apoio popular, é da participação. Isso é a mesma coisa que você vê, em 1964 a população apoiu um maciçamento militar. Portanto essa população deveria ser mantida, mobilizada, título permanente. E dizer assim, não somos nós militares ou ministros, que vão fiscalizar tudo, são vocês. É o povo que tem que fazer. O Brasil só vai ter a democracia funcional quando a ação do povo for constante. É a democracia participativa assim, as pessoas que tem que fazer a democracia participativa, as pessoas que é a participação, as camaradas da Zong, as pessoas que eles vão comprar. Você fala, temos aquela assembléia popular, daí você avisa lá, meia dúvida, vem aqui. Você vai na assembléia popular, só nós. Então eles estão falando isso de brincadeira, mas eu estou falando de verdade, falando de democracia participativa mesmo. Por exemplo, se não tiver o tal do recall, quer dizer, você poder tirar o seu deputado, votei no caro, mas ele não fez nada do que prometeu, vamos tirar ele de lá. Isso aí não tem que ser o governo que caça mandar, tem que ser o eleitor, meu Deus do céu. É a coisa mais óbvia do mundo, né? Então o que tem que ter é maior e mais constante mobilização da sociedade civil. E a sociedade civil tende a impor o seu poder, ao representante, em vez de tentar fazer tudo pelo canal deles. Quer dizer, por que as coisas importantes têm que ser em Brasília? Porque você tem que falar com as pessoas do poder, elas que veio aqui se quiser. Eles estão lá em Brasília decidiram, mas nós aqui queremos fazer de outra maneira, vamos fazer do nosso jeito. E você nos prenda se puder. Pronto, eles não podem prender. Bom, eu acho que hoje já foi, né? Aqui, Emmanuel Robassa. Quanto tempo dedicar somente a formação literária? O resto da sua vida. O Eric Wiggler, ele relia as obras de Shakespeare todo ano. Para não esquecer aquele negócio. E aquilo ali é um oceano de sugestões, de símbolos, de intuições, etc. Paulo Coltinho perguntou. Nós criamos um grupo de acêbios de terrorias chamando-se politicamente incorreto. Nosso primeiro encontro com a participação de Eduardo Bolsonaro falando sobre segurança pública. Podemos contar com a sua participação no evento? Sim, claro. Pela internet, evidentemente. Aqui, Zinaida me manda uma série de sugestões de saúde. Muito obrigado Zinaida, por seguir as que eu puder. Tenho certeza que vai ser útil. Obrigado. Então, eu acho que... Por hoje é só. Até a semana que vem, muito obrigado. Desculpe, um mau jeito.