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Então vamos lá, boa noite a todos, sejam bem-vindos. Hoje eu queria continuar aqui com o assunto do Schelling. Mas isso ainda não é uma apresentação da filosofia do Schelling, mas apenas de certos elementos históricos que ajudaram a produzir. Porque a carreira filosófica do Schelling é muito longa, abrânei de 60 anos de trabalho e com muitas transformações nesse interacito. Foi uma luta, pela verdade, não foi assim, um jeito que teve um instalo e apresentou uma doutrina pronta. Ao contrário, custou muito trabalho, muita dificuldade, muito drama íntimo e é um caso no qual a biografia pessoal do Schelling está muito ligada ao desenrolar da sua filosofia. Não ao conteúdo dela, mas ao desenrolar dela. Por exemplo, existe... Canta via Lido as obras do místico visionário sueco, Emmanuel Svedenborg, e escreveu o livro Sonhos de um Visionário, Descendo o Cacete na Quilfe, dizendo que era tudo uma impossibilidade por simples, ninguém podia ter uma visão do além, etc. E o Schelling leu os mesmos livros, mas com impressão contrária, ele levou muito a sério o Svedenborg, pelo fato de que ele leu esse livro imediatamente após a morte da esposa dele. Ele se casou com a mulher que ele adorava e viveu apenas quatro anos com ela, morreu prematuramente muito jovem, e ele ainda dentro daquele abalho, ele leu os livros do Svedenborg e naturalmente estava muito mais aberto a questão da infinitude, da eternidade, do que o Canta. Canta nunca gostou de ninguém, nem mesmo de um cachorro, não ligava pra ninguém. Então, acesso a diferentes circunstâncias emocional provoca, dizer, um lado um fechamento e um outro uma abertura. Assim, muitos outros acontecimentos na vida do Schelling determinam o interesse dele por outros assuntos. Ele vai ampliando, ampliando, ampliando. É um caso extraordinário, porque dificilmente você vê precociidade filosófica. Ele não aparece nas duas quarenta e cinquenta anos e geralmente chega a produzir as obras, a produzir as obras de 60 ou 80, isso é ele, é a norma geral. Mas o Schelling, no primeiro dos primeiros trabalhos dele, já mostra um certo gênio filosófico, embora não uma grande originalidade, o começo era quase um seguidor do Fist. Já vamos explicar como é que era esse negócio. E foi um sucesso extraordinário e isso acaba pesando muito sobre a sua carreira, porque o pessoal esperava um desenvolvimento no mesmo sentido e ele toda hora introduz novos elementos de acordo com os novos assuntos que ele vai estudando. Por exemplo, o interesse dele, pelo assinio da natureza, ele chegou a ganhar um título de Dr. Arnold Scouse e medicina, o interesse dele vai se apunhando primeiro, interesse pela ciência natural e depois pelas artes, tudo isso. A vida dele ilustra muito bem a minha definição de filosofia, como uma unidade do conhecimento, uma unidade consciência e vice-versa, sendo uma unidade sempre virtual e que tem sempre que refazer. A vida do Schelling é exatamente a ilustração disso aí, absorbendo cada vez mais elementos da cultura ambiente e integrando-as de maneira cada vez mais inventivas. Na época em que ele estreia com os seus primeiros livros, havia um grande interesse na Alemanha pela filosofia de Espinosa. Espinosa representava o supra-sumo do que então se chamava o dogmatismo, o realismo dogmático. O que é o realismo dogmático? É a filosofia segunda a qual a estrutura do universo real corresponde milimetricamente à estrutura da razão. Ou seja, a razão tem o domínio sobre a totalidade do conhecimento, sobre a totalidade do existente. E portanto, segundo o Espinosa, o conhecimento do absoluto, da infinitude e do curso das coisas, pode ser alcançado pelo simples uso da razão afastando-se, fechando os olhos para o conhecimento por experiência. Espinosa, desde o conhecimento por experiência, não significa nada, a não ser por uma coincidência, ele considerava que o raciocínio indutivo só mostrava coincidências. E ele dizia, por exemplo, um louco que em pleno dia diz, é dia, né? Ele não está na verdade, por favor, ele me disse, houve apenas uma feliz coincidência e todas as induções são felizes coincidências. Então, só a razão pura, no exercício, da dedução mais estrita com o modelo geométrico, como eles usaram, só isso pode levar ao conhecimento. E eu vou ler aqui as primeiras definições com que Espinosa começa no seu livro, que isso é uma ética, mas que não é uma ética, é uma metafísica, na verdade, onde ele começa definições, depois coloca as axiomas e depois baseado nas definições de axiomas, começa uma série de proposições que, em princípio, estão todas demonstradas com base nas definições de axiomas. Exatamente como no livro Geometria. Eu não sei se hoje em dia ainda se ensina Geometria, mas em meu tempo ainda era. Eu, Clidiano, estava definições dos axiomas e daí a demonstração de cada teorema. E eu cheguei até o Teorema 300 e tanto sem entender absolutamente nada, porque o professor me traumatizou ao dizer que um ponto não mede nada e que vários pontos compõe uma reta. A partir desse instante eu considerei que tudo aquilo era uma imensa fantasia. Eu demonstrava lá os teoremas sem saber se eu estava, na verdade, eu só estava fazendo uma brincadeira. Mas o Espinosa usa esse mesmo. Decate já usa o modo geométrico e raciocínio, mas o Espinosa formaliza como se fosse realmente um livro de Geometria. Então, eu não vou ler todas as definições de axiomas, mas só aquelas que são necessárias para o entendimento que eu vou dizer depois. Ele diz, por causa de si, entendo aquilo cuja essência envolve a existência. Ou seja, isso aqui remete ao famoso argumento de Santo Anselmo. Se você define um ente como infinito, então esse ente tem de existir necessariamente. É inconcebível, infinito, inexistente, já não seria infinito. Eu não sei se Espinosa lê o Santo Anselmo, se ele tirou isso da sua própria cabeça, foi uma coincidência. Eu realmente não sei, alguém já deve ter ilusidade isso aí. Por causa de si, entendo aquilo cuja essência envolve a existência. Dito de outro modo, aquilo cuja natureza só pode ser concebida como existente, nunca como inexistente. Por substância, entendo o que é em si e se concebe por si. Isto é, aquilo cujo conceito não precisa de conceito de outra coisa para se informar. Por exemplo, o conceito infinito, não depende de nenhuma outra coisa. Por modo, entendo as afecções da substância, isto é, aquilo que é em outro e se concebe por outro. Ou seja, modo ou modificação, é uma coisa que só existe num outro. Como, por exemplo, a cor azul só existe nos objetos azuis. Ela não existe por si, você não vê a cor azul solta por aí. E com afecções, você quer dizer, modificações. Por Deus, entendo o ser absolutamente infinito. Isto é, uma substância composta de infinitos atributos, cada um deles experimento uma essência eterna e infinita. É evidente que este ser, Deus se concebe em si e por si sem depender de nenhum outro. Daí, disse livre a coisa que existe somente pela necessidade da sua natureza. Ou seja, que não é determinada por nada forte. A própria natureza determina a sua existência e não depende mais nada para existir. Por eternidade, entendo a própria existência concebida como aquilo que se segue necessariamente da simples definição de coisa eterna. Entre os axiomas, vou destacar o seguinte. Tudo que é, ou é em si ou é em outro, tudo que existe ou existe em si mesmo ou existe em um outro. O que não pode ser concebido por outro deve ser concebido por si. Quer dizer, aquilo cuja definição não pode ser obtida a partir de uma outra coisa, deve ser definida a partir de si mesmo. Muito bem. Partindo dessas definições e axiomas, o espinosa desenvolva uma filosofia justamente chamada monista. Monista quer dizer que para qual existe uma só coisa. Na qual só Deus é uma substância e tudo mais que existe são modificações, ou como dizer, afexões dessa substância. O resultado disso é que nós mesmos não temos uma existência, nós somos apenas modificações ou qualidades da substância divina. O que nos leva a uma conclusão muito parecida com o hinduismo. Tudo que existe é uma ilusão, o Brahman eterno e mutável, etc. E o nosso destino é, vamos dizer, nos anularmos e retornarmos ao Brahman no qual nos dissolveremos, certo? Então a filosofia de espinosa, de sentido rigorosamente hinduista. Embora houvesse muito interesse pela filosofia de espinosa, na época a via também é, claro, muita oposição. E essa oposição veio de três fontes. A primeira foi, evidentemente, o sete cismo de David Hume. David Hume negava a possibilidade de qualquer conhecimento humano, não só do conhecimento do infinito, do absoluto, etc., mas até o conhecimento dos sentidos. E todas as críticas dele são muito engenhosas. Quando ele diz, por exemplo, eu sei que eu tenho sensações, emoções, percepções, etc., mas eu não tenho nenhum conhecimento do meu eu. Eu não sei se existe o eu por trás de todas essas coisas, ou se eu sou apenas uma sossegão de estado independente dos outros. Eu não tenho nenhuma experiência direta do meu, tá certo? Porque o eu é uma conclusão que eu tiro. E como sendo uma conclusão, é ter uma validade muito relativa. Do mesmo modo, a existência do mundo exterior, tá certo? Eu não conheço o mundo exterior nenhum, eu só conheço minhas percepções e minhas sensações. E assim por exemplo, ele faz uma verdadeira devastação. Só que Hume nega toda a racionalidade do conhecimento por experiência, mas ele não duvida do conhecimento por experiência. Ele acredita que o conhecimento por experiência é baseado na tradição, no costume e na fé, que nós precisamos dessas três coisas. Nós não podemos viver sem elas, tá certo? Então, embora não tenha uma base racional, devemos acreditar nela. Isso é a filosofia do Hume, termina por aí. E evidentemente isso se opunha radicalmente às pretensões do racionalismo dogmático do espinosa. E canta, então, reage ao mesmo tempo as duas coisas. Você reage ao dogmatismo e ao ceticismo. E ele procura criar uma terceira coisa que ele vai chamar a filosofia crítica ou criticismo. Então, ele afirma a validade dos nossos conhecimentos, porém afirma que esta validade não depende da objetividade ou da coincidência do nosso conhecimento com o mundo externo real, depende apenas da ordem interna da razão. Quer dizer, a razão se baseia em certos princípios enquanto ela raciocinar corretamente segundo esses princípios, ela está, não na realidade, mas ela está num campo de validade. Então, não existe o conhecimento real, mas existe o conhecimento válido. Esse conhecimento válido pode ser até confirmado por experiências, mas essas experiências, todas, inclusive aquelas que confirma a lei da gravitação universal do Hume, do Rio do Nilton, refletem apenas fenômenos, isto é, aparenças que chegam até nós. E nós não sabemos se por trás dessa aparença existe algo de real ou não. Canta até afirmava que o que existe por trás dos fenômenos é real, mas que ele não tinha nenhuma prova disso e nós não podemos ter. Então, isso significa que segundo Canta, as leis da natureza são um produto da razão, e a razão impõe, por acender essas leis da natureza, e elas são estranhas à própria natureza. Elas não são obtidas da própria natureza, é a ordem da razão que organiza a natureza visível. Quer dizer, a natureza só chega a nós, o mundo externo só chega a nós sob a forma de estímulos fragmentários e caóticos, e a nossa razão coloca a ordem. Então, o que nós chamamos, por exemplo, de universo, não é um universo, é a unidade da razão que se projeta sobre esta poeira de impressões e a ordena. E a própria realidade que estaria por trás disso permanece eternamente obscura e incognoscível. Ora, esta teoria do Canta era assim como a teoria do Espinosa remetia a concepção induísta do cosmos, a do Canta remete diretamente à concepção gnóstica, onde o mundo criado é uma coisa obscura, incognoscível e vagamente ameaçadora, sobre a qual não temos nenhum poder de preenção intelectual. Embora possamos manipular ele aqui e ali, ele permanece um mistério eterno, separado, portanto, da nossa razão. Aqui tem dois universos, um universo da realidade que é incognoscível, inacessível e um universo da razão, que é claro e claro, cognoscível, auto-organizado, pela própria liberdade da razão. Quer dizer, a razão se determina a si mesma, se organiza, e em seguida impõe a sua organização ao universo exterior, o qual permanece misterioso e obscuro para sempre. E, principalmente, a concepção gnóstica, onde o mundo criado é uma coisa perigosa e má, e só o que é bom é a nossa liberdade, a liberdade do nosso pensamento, a liberdade do nosso espírito, da qual emerge a razão, e que o nosso destino é puxar esta parte livre e espiritual nossa para fora deste mundo. Então, é importante dizer que a finalidade do ser humano é a condenação do mundo criado. Segundo a Gnose, o mundo foi criado por uma divindade má, por um ato de rebelião contra a divindade suprema, que é puramente espiritual. Então, cria um mundo incomprensível, incognoscível e hostil ao ser humano, do qual devemos nos retirar o mais rapidamente possível. Então, as maneiras de retirar são muitas, existem escolas gnósticas que pregam o ascetismo total, renúncia total, o mundo e outras, ao contrário, que promove uma dissolução do ser humano no próprio mundo sensível para provocar uma espécie de exaustão, uma espécie de enjou, você enjoa do mundo, você esgota as possibilidades do mundo sensível até você não aguentar mais, até você começar a odiar. Então, a concepção do canto desses dois mundos impenetrares, o mundo da liberdade da razão de um lado, o mundo dos objetos sensíveis de outro, ecoa claramente a concepção gnóstica. A partir do canto surge uma terceira alternativa, onde um cidadão chamado Yofangotlibvigt não se conforma com esta impotência cognositiva, que o canto aceita tão de bom grado, e diz não é possível nós termos que ter alguma via de acesso ao absoluto, porque se não todo o conhecimento ficará eternamente incerto, independendo de aparências fenômenicas que não sabemos se refletem uma realidade ou não. E, se existe aqui o mundo da natureza, que é incognosivo, o mundo da razão e da liberdade, que é perfeitamente cognosivo, mas não tem poder de preenção sobre o outro, da onde surgirem esses dois mundos? E ele diz, tudo isso surge num negócio chamado Will, eu vejo que essas duas coisas brotam em mim mesmo, então a única realidade por trás de tudo isso é o eu. O que eu chamo de natureza, o que eu chamo de liberdade e razão, não são senão aspectos parciais que emergem de mim mesmo, um que eu concebo como sendo a expressão da minha liberdade e o outro que eu mesmo concebo como sendo oposição à minha liberdade, é aquilo que resiste a mim, tá certo? Fui eu mesmo que coloquei lá para eu me conhecer melhor a mim mesmo. Bom, era assim que as coisas estavam quando entra em cena o Schelling. Então, o Schelling, quando há muito novinho, 20 poucos anos, ele aceita a solução do Fischl, mas a gente vê que ele não está muito confortável ali dentro, está faltando alguma coisa. E como é que ele começa a sair disso, desta alternativa entre o hinduismo e o gnozem, ou entre espinosa de um lado e Jom Kante Fischl do outro? Aconteceu que ele desenvolveu interesse pela ciência da natureza, não por coincidência. O grupo dos estudos da natureza na Alemanha na época era composto de católicos, eminentemente de católicos, ao passo que o pessoal do outro lado, o pessoal protestante, seguindo o Kante achava que o conhecimento da natureza é perfeitamente inútil, já que é, a penetração num campo obscuro, nós somos privados da nossa liberdade. Ele se dedicava mais, a filosofia não sentiu mais abstrativo da coisa, e viu com mausalhas o interesse pela natureza, mas tinha esse grupo de católicos meio marginal ali, o Schelling entra em contato com ele, e se desenvolve um interesse tal pela natureza que acaba ganhando um título de doutor e medicina. E ele observa o seguinte, a razão se caracteriza pelo seu senso de finalidade, ela determina suas próprias finalidades e elas realizem, então é o campo da liberdade humana. Porém, ele diz, é só você observar a natureza e você vê que fenômenos doutados de propósito existem na natureza, quando você vê, por exemplo, um gato que vai saltar um muro. O que é um ato doutado de propósito? Um ato do qual um dos componentes não está presente ainda, só está presente como uma possibilidade futura concebida pelo sujeito. Então, o gato que vai pular um muro não pula o muro ainda, e você vê que ele olha para cima e calcula a força que ele vai precisar fazer para saltar o muro. Então isso quer dizer que este ato que não foi realizado ainda está presente para o gato como propósito ou finalidade do seu ato. Então, todos os animais têm condutas, então, finalísticas, que são orientadas, vou dizer, teleologicamente, para a consequência de um propósito. E isso está presente em toda a natureza. Então, claro que mais tarde a ciência materialista negará isso, dizer não há propósito na natureza, é tudo determinado por causas anteriores. Mas no século XX isso já não se aceita. Quer dizer, o pessoal voltou mais ou menos a um ponto de vista do Schelling, quer dizer, algum elemento finalístico existe, pelo menos em alguns entes na natureza. Se existe uma finalidade na natureza como um todo, se existe o tal do design inteligente, não, isso é outro problema. Mas é só você estudar a vida de alguns animais e você vê que a concepção finalística deles é um negócio extraordinário. Eu lido muita coisa sobre o urso, por exemplo. O urso, quando se vê perseguido por seres humanos, ele inventa um jeito de virar a situação de modo que o perseguidor vire ele. Não é possível ele fazer isso sem ele ter alguma concepção do que vai acontecer depois. Também, quem tem um cachorro, vê o cachorro age de uma maneira intencional, ele tem uma intenção, a intenção dele é de curto prazo, evidentemente. É claro que ele não é capaz de conceber uma vida inteira, fazer um plano de vida. Quando cresceu você é engenheiro, etc. O cachorro não faz isso. Mas pelo menos os seus próximos atos tem um senso de finalidade. E se eles têm um senso de finalidade, essa finalidade é o que? É a realização da sua própria natureza, eles não vão agir contra a natureza deles. Portanto, não podemos conceber a natureza como algo que foi como uma mera, na base do espinosa, como um mero conjunto de modificações da substância, desprovidas de qualquer substancialidade própria. Não, ao contrário, cada um tem uma natureza própria, e isso significa que Deus não impôe as criaturas leis regulativas desde fora e desde cima. Mas ao contrário, desenvolveu cada ser para que se realizasse de acordo com a sua natureza. Então, se é assim, o monismo do espinosa já acabou. Então, não é possível que todos entes sejam apenas ilusões, criadas por um Deus Unipotente, que as projetas para fora obrigam-as a agir segundo as linhas que ele mesmo determinou até o fim das suas existências, sem que elas tenham nenhuma possibilidade de escolha, nenhuma liberdade. Então, aí, os Schelling existe liberdade na natureza. Hoje em dia, nós vemos que existe esse negócio finalístico até na escala subatômica. Você dá física à quântica, ela mostra que tem certas partículas, que elas têm como se fosse uma liberdade de escolha, não tão predeterminadas. Então, se a sua partícula não é certamente, ela pode decidir se ela vai para cá ou para lá. Não é previsível, isso é previsível estatisticamente. Então, se isso não é previsível estatisticamente, então não há uma causalidade mecânica implacável, está certo? Estudo na natureza tem mais de manobras, desde um gato, um urso, até uma partícula subatômica. Então, o tempo está dando cada vez mais razão para o Schelling, é? Então, com isso, aí, nós resolvemos o problema do espinosa, está certo? Mas sobra o problema do Ficht. Então, se nós entendemos que nos entes da natureza existe uma certa margem de liberdade, então significa que algum tipo de eu eles têm, algum tipo de liberdade, e essa liberdade é o próprio eu. Então, já não podemos conceber o eu como uma substância única e universal. Existem vários eu. Então, claro que a liberdade desses eu é relativa, mas ela existe, efetivamente. Então, com isso, o Schelling vai se aproximando cada vez mais da cosmologia cristã. Santo Mariquim. Eu tenho um resuminho aqui da cosmologia cristã feita pelo John Laflanthes. Eu vou ler um pedacinho aqui para vocês, então você der o contraste entre essa concepção e essas concepções grósticas e hinduistas que acabaram influenciando tanto a filosofia ocidental. Ficou a dizer, a distinção fundamental entre a cosmogonia juda cristã e as outras é bem fácil de explicar. Na tradição juda cristã, a criação é o resultado de um ato livre e amoroso de Deus. Em consequência, o universo criado é basicamente bom, ordenado e inteligível. As palavras de abertura do evangelho de São João, capítulo 1, versículo 3, afirma, por ele todas as coisas foram feitas, sem ele nada o que foi feito e ele é sido feito. Enquanto a sentença de Deus viu que era boa repetida seis vezes no primeiro capítulo dos gênesis. O universo portanto não é em si mesmo, eterno ou divino, ele foi criado até o começo e vai ter um fim. Nem é a criação uma progressão necessária desde um absoluto impessoal, como virou a afirmar os neoplatônicos ou em uma degradação ou colapso como virou a aumentar muitos mitos orientais, que é a Gnoze também quer dizer, ou um desastre inicial, uma parte da divindade se rebele, a conta de divindade espiritual é cria este baixo mundo por um processo de degradação. Um zê com uma degradação, outro com uma progressão, etc. Mas de qualquer modo não existe nessas concepções um iato entre a divindade criadora e o universo criado. O universo criado procede dela. As almas não estão aprisionadas em seu corpo de decorrer de uma catástrofe e sua existência não precedeu a criação tanto quanto mais, nada mais a precedeu. As almas não são parcelas da substância divina, embora desfrutem da inteligência da liberdade e embora tenha sido criado aimar de Deus, o homem é ontelogicamente separado do distinto de Deus. Portanto ele não é, vamos dizer, uma modificação da substância divina. Ele é um ente que tem a sua natureza própria, tá certo? E que participa de alguns atributos divinos, mas não é divino em si mesmo. O homem é convocado a retornar a Deus e unir-se a ele, mas nessa união a separação é preservada. Como diz o santo Maedekino, nele estarem nos fundidos mas não confundidos. Quer dizer, sua individualidade não se dissolve no seu retorno à eternidade. A teologia cristã e judaica da união é precisamente o oposto de uma cosmogonia da unidade, segundo a qual tudo, inclusive o homem, é ontelogicamente contigo com o absoluto. Mas ainda na visão judaica cristã, o mundo criada é real. Ele não é como sustentar os orientais uma ilusão que esconde a fundamental unidade da realidade. Porque a criação é boa, o mal não lhe é inerente. Em vez disso, o mal vem do homem, isso é, da liberdade que Deus criou. A separação entre o homem e Deus é o resultado de uma rebelião moral e somente dela. Ou seja, o mal é um acidente na criação. E esse acidente foi criado pelo homem. Claro que a possibilidade do mal já existia, mas existia apenas como possibilidade. O mal é a presença do mal no mundo e não só no reino das possibilidades, é determinada por uma escolha humana. Longe em ser um fato intrínseco à existência da criação, o mal, na visão judaica cristã, é precisamente aquilo que tenta destruir a criação. Clô de Trêsmontã escreve, o mal é a destruição da criação, é a oposição à criação, é uma inversão dela e ela é propriamente espiritual e não física. O mal não é matéria, mas vontade, ou vontade própria. Ou seja, o mal não está na matéria, ou seja, no mundo criado, na natureza. O mal está justamente na liberdade humana. A liberdade humana é que escolhe o mal. Se eu não puder escolher o mal, não sei se é liberdade alguma. Está sendo portada a existência de uma criatura livre. Implica que ela possa escolher o que não deve escolher. A separação entre o homem e o Deus é certamente em parte ontológica, porque o homem não é divino. Existe uma distinção da própria natureza do homem e a natureza do ser, portanto o homem não é divino. Mas essa separação é em parte moral. Quer dizer, quando Deus cria o ser humano primordial, a D.Eva, eles já são distintos de Deus, eles não são de Deus de maneira alguma, certo? Porém, a separação é agravada pelo ato da liberdade. O ato da liberdade, portanto, a separação é em parte ontológica, mas principal que de ordem moral, resultando da escolha. A bondade da criação é sublinhada pelas doutrinhas específicamente cristãs da encarnação e da ressurreição da carne. Os evangelhos contam-nos aspas deus, tanto a mão ao mundo que lhe deu seu único filho, para que quem acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna. Ao fazer isso, Deus santificou o corpo e enfatizou o seu amor pelo mundo que ele havia criado. Os cristãos, em menor medida os judeus, aspas, aqui ele está citando um parágrafo do Lesec Kolakovsky, acreditam na bondade, embora relativa e derivada da história profana da vida secular. Essa atitude foi confirmada no Doma Cristão da Encarnação, da ressurreição do corpo e da alma como forma do corpo. Com certeza não pode haver mais forte ilustração da visão segunda a qual o eterno pode inerir ao finito do que a encarnação de Cristo como homem. E como veremos, o último Schelling azeitará com vocabulário religioso o seu desejo de criar um real idealismo. A rebelião do homem tornou-se possível graças a sua liberdade genuína que Deus também criou. Esta liberdade também tornou possível um genuínio diálogo entre Deus e o homem que permeia a totalidade da Escritura Sagrada. E aqui ele cita o Clô de Trêsmontan no livro La presciência de Deus, onde há uma lista dos diálogos que na Bíblia existem entre o homem e o Deus, que são uma infinidade. Quer dizer que se o homem fosse apenas uma modalidade da substância divina, uma modificação da substância divina, não tendo nenhuma existência por si, como seria possível conversar com Deus? Ser o próprio Deus conversando com Ele mesmo? Abraão Peixincha com Deus a quantidade de homens justos que tem de haver em Sodoma para impedir que toda a cidade seja destruída. Nesse caso você vê e também no livro de Jó você vê uma oposição entre a opinião de Deus e a opinião do homem, num diálogo de Deus que é assim, mas o homem quer que seja o contrário. Então ele fala com Deus para ver o que ele consegue. No livro de Jó acontece a mesma coisa, quer dizer, Deus ferra certas coisas e Jó cobra dele uma explicação. Quer dizer que Jó está contra aquilo, né? Então quer dizer, esta separação entre o homem e Deus, ela pode tomar uma forma de uma oposição. Esta oposição será legítima enquanto ela reflete a simples natureza do homem, as suas necessidades, mas ela se torna uma rebelião, assume o caractere não de uma oposição, mas de uma rebelião, quando ela se torna uma oposição a toda a criação. A Virgem Maria responde livremente, Orcânio Gabriel, faças em mim conforme a tua vontade, e o próprio Jesus ensina, pedi e você será dado. Que sentido faria você pedir se você é apenas uma modificação aparente da substância? Então por aí, por essa breza descrição, você vê quanto nós estamos longe das concepções do cante e do fiste e do espinosa, e está se preparando, um retorno à cosmogonia cristã na mente do Schering. Ao longo da sua vida, ele vai aprofundar isso aí e vai dizer o seguinte, a natureza é a mente visível e a mente é a natureza invisível, mas é a mesma coisa que está por trás. Portanto você tem um eu-criador por trás de tudo isso, e esse eu-criador não é o eu humano, é o eu divino. Isso aí eu mesmo já, eu diria essa tese faz tempo, que nós só temos um eu por delegação divina, Deus cria o nosso eu, o criar o nosso eu quer dizer não cria o inteiro, ele cria a possibilidade de esse eu-criar-se assim mesmo por livre escolha. Ao longo do tempo, como diz o John, as escolhas farão o destino. Quem faz a escolha? Somos nós mesmo, mas da onde eu tirei a possibilidade de fazer a escolha? Essa não fui eu que criei, então quer dizer, nós temos uma liberdade, mas uma liberdade que não é causada inteiramente por si mesmo. Nós sempre escolhemos dentro de um cabo de possibilidade que nós recebemos um pronto, no qual nós não fizemos absolutamente nada. Então um pouco mais tarde, Shelling verá que a característica fundamental tanto da natureza quanto da mente humana ou do eu, é a sua criatividade, quer dizer, a possibilidade de tentar coisas que ainda não foram tentadas. Hoje nós sabemos que existem novidades na natureza, não temos mais aquela ideia da natureza com a máquina que foi construída, a ideia do tempo de Descartes e do próprio Newton, quer dizer, uma máquina que foi criada com um relojoeiro, ele de seguida deu o corde e aquilo continua funcionando automaticamente. Dentro da própria física quântica você vê hoje que a concepção da natureza é muito mais criativa. E quando você vê esses estudos, quando eu vou para Shelling, a respeito da ressonância mórfica, você vê que existe uma memória na natureza, mas essa memória não predetermina o que vai acontecer em seguida. Então isso funciona exatamente como a liberdade humana, isso não faz sentido você falar de uma escolha se você não tivesse memória, você vai ter que colher entre coisas que você conhece de algum modo e que ao longo do tempo se conservam na sua mente, mas isso que vem do passado não predetermina o futuro, quer dizer, o passado cria um leque de possibilidades, mas ele não determina qual possibilidade que você vai escolher em seguida. Então essa tensão entre determinado e indeterminado é uma das carestas que ele se quer principalmente da psíquia humana. Se vocês lerem a minha postiló, que é a psíquia, que é uma postiló horrível porque apenas uma transcrição de aula e está muito mal feita, mas o que tinha que ser explicado está ali explicado. Você verá que em psicologia, isso todos os psicólogos sem exceção, só falam de uma causa psíquica das ações quando esta causa nem é totalmente determinada por causas anteriores, e nem é totalmente livre, quer dizer, uma liberdade condicional, por assim dizer. É só aí que você pode falar de uma causa psíquia, por exemplo, se você cutuca uma pessoa e ela tem uma reação, ela reflexa, isso não pode dizer que é uma causa psíquica, isso aí é uma causa neurológica apenas, mas se existe uma situação na qual há uma certa margem de manobra e aquele indivíduo, aquela entidade em particular, pode reagir desta maneira ou da outra e escolha uma delas, então aí começa a falar em causa psíquica. Naquela postilha, eu disse que existem vários tipos de causas, uma delas seria, as causas puramente físicas que são marcadas pelo elo de necessidade, necessidade vem do lado de nexedo, aquilo que não sede, aquilo que não pode ser de outra maneira. Então necessidade é o conceito principal de qualquer explicação científica, só que existem dois tipos de necessidade, uma que chama necessidade metafísica, que é a necessidade absoluta, que é inelutável, como por exemplo quando você soma 2 mais 2 vai ter que dar 4 de qualquer jeito, ou por exemplo as propriedades que você pode deduzir de um triângulo, elas estão lá necessariamente e não tem como abolir, existe a necessidade física ou relativa, que é de tipo estatístico, toda a nossa física é baseada neste tipo de necessidade relativa. Porém, nem mesmo a necessidade relativa explica os atos psíquicos, porque o máximo que uma explicação física pode oferecer é uma probabilidade, quer dizer, é uma probabilidade X de que estou com o texto de que aquilo acontece, porém os atos psíquicos não se detém na probabilidade estatística, eles escolhem alguma coisa, por exemplo, você pode dizer que existe uma doença que é assim, 30% dos casos são autoremissivos, é o caso do D'Arcy Ribeiro, que ele estava com câncero médico, ele foi lá, 32% dos casos dessa doença são autoremissivos, ele se curou sozinha, ele falou, estou nessa, isso é o que foi para casa, e felizmente, funcionou, mas não precisava ter funcionado, porém, esta remissão é puramente estatística, ele não se curou por decisão própria, está certo? Então esta outra remissão não é um fato de ordem psíquica, está certo? Mas de ordem, fiz o alorca, mas a escolha do ser humano, vou casar com essa, vou casar com aquela, bom, vamos dizer, você tem 70% de chance que ele case com a Mariazinha e 30% de que ele case com a Roninha, e eles colam uma das duas, então, a explicação física se detém na estatística, não pode dar um passo mais adiante, não pode dizer o que vai acontecer, o que vai acontecer, depende do que? Da liberdade, então, a psíquia humana é caracterizada pelo exercício da liberdade dentro de um quadro limitativo, isso todas e quaisquer explicações que a psicologia tenha dado para os fenômenos psíquicos, leva isso aí em conta, pode haver até, claro que dentro da concepção dos psicólogos, a psíquia é um elemento quase misterioso, que eles dão muitas definições diferentes, pode haver até os gente que diz que todo o universo é psico como um, ou pode haver outro como o Skinner que diz que não existe psico nenhuma, psico nenhuma que tudo é fissolórgico, mas nos dois casos está subentendida essa definição. Então, tudo isso aqui, toda essa problemática aqui é tão característicamente atual, estou vendo com o Roper Sheldrick, tudo isso já estava no Schelling, numa época em que o pessoal estava embevecido com espinosa, canta e fiste. Então, você ver a imensa capacidade de previsão que esse homem teve, ele anuncia temas que o orissão da discussão científica, e que escapavam tão formidamente a imarinação dos contemporâneos, porque eles só conseguiam conceber as coisas dentro do debate entre dogmatismo e setecido do lado e critico do outro, dogmatismo, seteismo, criticismo e idealismo. Eles só conheciam essas alternativas, o resto escapava a sua... a horizonte de consciência. Então, foi assim que começou a caminhada filosófica do Schelling. Começou evidentemente muito bem, mas a verdade é que a pessoa não entendia um direito que ele estava falando, ainda tentava o compreendê-lo dentro dos termos do idealismo do fiste, ou do espinosa, e ele sabia que nenhuma dessas duas ou três soluções poderia satisfazer, ele queria precisar continuar investigando, investigando, investigando até chegar a algo que ele chamava do real idealismo, não sei, superar a distinção de realismo e a oposição de realismo e idealismo, numa terceira coisa onde dirá ele, a natureza é a mente invisível, mas é a mesma liberdade operando no fundo de cada uma das duas. Claro que essa liberdade é graduada, um gato, ao escolher saltar o muro, fica no chão, ele não tem a mesma liberdade de um ser humano que prevê atos que ele vai fazer, dentro de 10 ou 20 anos, mas ele tem alguma previsão importante, alguma liberdade. E nós podemos conceber que essa liberdade, se ela desce até um nível subatômico, ela também deve estar presente em pedras, plantas, etc., etc., de algum modo. Está certo então? Então, haverá ainda no século 19 quem fale, você dá contingência das leis da natureza, ou como se dirá no século 20, você verá que quando o existencialismo, principalmente o Ortega cedis, o homem não tem uma natureza, ele tem uma história. Bom, é o modo de dizer porque ter uma história, ou seja, ser constituído de uma história que foi sendo escrita ao longo de decisões livres, é a natureza humana, é a própria natureza humana, está certo? Mas essa natureza humana, essa aplica também ao gato quando vai saltar o muro. Então, algum coeficiente de liberdade existe para tudo quanto é lado. Existe um jogo, o jogo de determinismo à liberdade está presente em todos os fenômenos, seja da natureza, seja da história. É por isso que a famosa discussão da predestinação não tem solução. Mas se existe a predestinação ou a liberbida, tudo que existe é uma mistura das duas coisas. Se você suprimiu um ou outro, tudo fica impossível. A liberdade total seria indeterminação total, então nada é nada. E se fosse o determinismo total, nós voltaríamos ao espinosa, onde tudo que existe é uma ilusão, isso é a substância infinita tem existência. Então, claro que tudo isso leva a contradições. Então, como questão teórica, determinismo verso o livro Habito não faz o menor sentido. O que faz sentido é você medir o coeficiente de determinismo de liberdade em cada acontecimento. Você então pode fazer uma escala de maior determinação e maior liberdade. Então, é fácil você ver que você tem mais liberdade do que um gato, uma planta ou uma partícula subatômica. Por exemplo, a partícula subatômica pode ir para a esquerda ou direita, ou para a cima ou para a baixo, mas ela não pode descandar para o presidente da república ou sem papá, e quando nós podemos. Então, o determinismo de liberdade é uma questão de escalaridade, são conceitos, são unidades de medida que não refletem por si mesmo nenhuma realidade, mas são aspectos, não são, não tem uma diferença substancial, são atributos diferentes que só podem existir numa relação dialética inseparável, e de maneira escalar, deu para entender? Então, só por isso aí você vê quantas controvérsias teológicas não poderiam ter sido poupadas. Até hoje o pessoal discute o negócio do Calvinista, predeterminação, essa coisa é toda. Tudo isso está completamente deslocado em relação à realidade, quer dizer, você está pegando possibilidades extremas que a sua mente concebe e querentratá-las como se fossem elementos da realidade. Isso, então, isso é a mesma coisa que você dizer que uma coisa... Ah, essa coisa mede 32 centímetros ou mede um pé? Você está falando duas unidades de medida que você projetou em cima, e tanto faz medida de um jeito ou medida do outro. Então, determinas liberdades são unidades de medida que você concebe, não são substâncias, não são distinções reais, elas estão presentes, mas só como elementos de uma oposição dialética, não como possibilidades que existem de perci. Então, por hoje é isso. Vamos fazer uma pausa, daqui a pouco a gente volta com a pergunta. Então, vamos lá. Aqui o Pedro Paulo Funari pergunta, não consigo enxergar como se dá a influência de Descartes, que eu coloco como ponto-chave para o evento modernismo, sobre cantos, cantos, filmes, pinós, etc. Bom, então, em primeiro lugar, quando Descartes coloca, eu autoconsciente como o fundamento de todas as coisas, ele divide o mundo em dois pedaços. Você tem o mundo da mente, o mundo físico. Por outro lado, ele faz uma segunda divisão, que é a divisão das qualidades primárias secundárias. Quer dizer, só tem existência científicamente comprovável, aquilo que pode ser contado, pesado, medido. Portanto, é isso que ele chama de qualidades primárias. Ele não, o termo acho que é do Newton, na verdade. Mas o conceito é o mesmo. Então, seria o peso, a extensão etc. São qualidades objetivas e, por os lados, qualidades objetivas como cor, gosto, etc. Então, este... Essa divisão, é a base de tudo o que veio depois. Esse mundo dividido entre uma parte racional e outra irracional. Isso aí é a base do canto. Então, o que o canto rejeita no Descartes é o racionalismo do Descartes. O Descartes acredita que a partir desses princípios fundamentais, sobretudo, da... o predominio cognitivo do eu, você pode deduzir uma série de coisas como o de Pinosa faz, quer dizer, mesmo sentido, vão de da dedução racionalística da estrutura do universo, a partir dos princípios da razão. Isso aí o canto contesta. Mas o dualismo do Descartes está lá. Não existiria nem Hume, nem Kant, nem... Não existiria sequer o idealismo alemão. O Eliton Unis pergunta o solypsimo divino de George Berkeley, onde o universo era manifestação do pensamento de Deus, trata a realidade de forma similar, a realidade para os hinduistas? Não, não. Na verdade, o que George Berkeley está falando não é uma cosmologia, isso é uma ontologia, uma metafísica. Ele está afirmando simplesmente o primado do Espírito sobre a matéria, o que é óbvio, né? Quer dizer, tudo existe porque a mente de Deus garante, mas ele não está a dizer que nada existe fora da mente de Deus. Ele disse, inclusive, o que nos conecta com a realidade é a mente de Deus. E isso aí não podemos negar, quer dizer, sem a ação do Espírito Santo que após sustentar nossa inteligência, nós não saberemos nada. Então, eu acho, até onde eu entendi, esse idealismo do Berkeley é inteiramente compatível com a cosmologia cristã, embora esteja expresso numa linguagem que parece a do setecido do Rio na época, mas não é a mesma coisa, né? Abner Schmiller, se eu poder nos disponibilizar esse resumo acerca da cosmologia cristã, eu estou fazendo melhor que isso, eu vou traduzir esse livro inteiro e botar para publicar um dos melhores livros que eu já vi sobre Schellen. O Felipe Lessard pede novamente que eu anuncia o curso dele sobre História e Filosofia da Música Sacra. Vocês podem ver lá no facebook.com.br Felipe Lessard com esse só. Caio de Cruz Casaruto. A ordem política moderna com esse vídeo de mal de separar de autônomo com relação à ordem cósmica divina reflete a algum modo a pretensão gnostica, o cantante, o ser humano como espécie de entidades feisualmente autônomo, sem sombra de dúvida. Quer dizer, a influência do canto no mundo do direito da lei de autônomo moderna é um negócio devastador. Quer dizer, a ponto de você transformar o leis de lador num criador de ordem, né? Isso hoje está tendo consequências absolutamente devastadoras, porque não só o leis de lador, deputado, senadores, são criadores da ordem, mas os próprios rizes. As sentências judiciais agora são... elas criam leis. Então, não há acima da ordem jurídica existente, não há nenhum compromisso. Os rizes não precisam nem acreditar em realidade e objetiva. Eles podem acreditar o que ele quiser. Então, o que é isso aí? É um efeito do canto. Aqui, Érico pergunta, parece que quando aprendemos algo da realidade, geralmente é uma possibilidade, um conjunto imenso de uma generalização possível. Portanto, o trabalho do escritor de ficção, formulando todas as possibilidades de certo panorama, podem, alguns casos, ser mais trabalhoso do que estudos que fixam aspectos gerais, como leis. O senhor estava pensando nisso quando elaborou o curso Guerra Cultural, mas sem insombres, sem dúvida. Quer dizer, se não há uma primeira apreensão imaginativa do estado de coisa da espécie, então não há mais nada. O trabalho da inteligência se torna absolutamente inviável, porque a inteligência não opera diretamente sobre os dados sensíveis. Ela opera sobre esquemas condensadas na memória e conservadas na memória. É daí que você vai tirar a generalização, que a gente não avessa a estabilização dos dados na memória, de um conjunto de dados na memória. Como é que você poderia discernir, por exemplo, num ente qualquer, o que é constante e o que é mutável? Para você ver um gato, se ele tem alguma coisa, ele tem de ser melhante ao outro gato. E tem coisas que ele tem diferente dos outros gatos. Como é que você vai fazer isso e você não conservar na memória a imagem de pelo menos dois gatos? Para você poder comparar um com o outro. Danilo Roberto Fernandes pergunta, essa constatação por parte do Schelling, da estes de outros gatos, com menor maior liberdade da natureza, também já tinha invisto uma crítica, o subjetivo de Kant, Fisch, e sim, exatamente, ele rompeu com tudo isso. Kant, Fisch e Hegel rompeu com tudo isso, mas a ruptura não foi repentina, foi progressiva. E a concepção de Hegel foi uma ajuste à descoberta de Fisch, que só eu era a realidade do racionalismo de espinosa sendo possível, a partir dessas duas concepções, chegar ao conceito do absoluto indeterminado, que se desdobre e se determina para conhecer. Essa concepção do absoluto que se indeterminado, que se determina ao desdobrar-se no mundo físico e histórico, que isso é o Hegel. Já certo. Então, hoje tudo isso nos parece confuso, mas o fato é que os conceitos correntes na discussão de quase todos os problemas filosóficos ficam fixados nesta época aqui. Quer dizer, até hoje nós dependemos de algum modo por parte da filosofia do Fisch, quando nós ouvimos ele, ele reduzia tudo, ou eu nos parece absurdo no primeiro momento. Mas os conceitos que ele desenvolveu ali têm efeitos até hoje. Por exemplo, esse subjetivismo autoritário do Fisch, esse é um precursor do nazismo mesmo. Pessoal viu culpando o coitado do Nietzsche, que não tem nada a ver com a história, mas quem tem algo a ver com o nazismo é o Fisch, e ele falar claramente. Quer dizer, a partir dessa conce... Porque ele conceba eu, sobretudo, como uma vontade que se impõe. Então, a imposição de vontade para ele é o mecanismo da realidade em geral. O eu que livremente cria conforme a sua liberdade e impõe a situação. E ele chega a dizer explicitamente que o destino do povo alemão é dominar os outros. Claro que ele dizia em parte por complexo de feroridade, mas isso é o que na época a Alemanha estava apoiando muito do Napoleão. Diogo Reggiano. Bom, o que você me pergunta aqui e dá um curso inteiro, ele disse. Seria possível traçar uma relação, uma ressonância mórfica, o circo de latência, o campo de inteligibilidade, se sim quais os problemas você acharia relevantes envolvendo esse sentido. Então, isto aqui é um curso inteiro, isto aqui é o centro de todo o meu pensamento filosófico. Quer dizer, o circo de latência é o seguinte, nenhum objeto existe apenas como uma presença pronta e estática. Todo e qualquer objeto tem um conjunto de possibilidades de transformação que o caracterizam, não é certo? Então, ele tem um conjunto de possibilidades e tem algumas possibilidades que estão excluídas. Por exemplo, eu sei que esta mesa aqui não vai levantar essa eandando, mas eu sei que ela pode sofrer modificações pela detororação com o tempo. Eu também sei que eu próprio posso desmontá-la e fazer outra coisa com ela. Ela se caracteriza não pela materialidade fechada da sua presença física, mas por um leque de possibilidades. O leque de possibilidades é exatamente o que a gente chama a essência dela. A essência de uma substância não é, como tanta gente pensou, um conceito estático, mas ao contrário ao algoritmo, é uma fórmula de possibilidades de transformação. Possibilidades ilimitadas em número, porém definidas, ilimitadas num sentido, vou dizer numérico para te dizer, mas limitadas no sentido qualitativo. Você sabe que, por exemplo, quando vê um gato, você concebe variações possíveis em outros gatos, por exemplo, variação de cor, de tamanho, de conduta, etc. Mas tem modificações mais radicais que são incompatíveis com a natureza de gato. Por exemplo, ele sai voando, ele não tem essa possibilidade. Se ele tivesse, ele não seria um gato, isso seria outra coisa. Então, cada ente que você vê e cada espécie que você vê se define por um conjunto de possibilidades. Esse conjunto de possibilidades é o que vai manifestar justamente a criatividade daquele ente, criatividade que é maior, não é um seres e menor em outros. Mas em todo caso, a diferença será sempre escalar. Qual é a diferença entre nós e esta mesa? Bom, nós temos muito mais possibilidades que vão além das mesas, mas ela também tem outros que nós não temos. Então, quando o Rupert Scheldrink fala em ressonância mórfica, ele está mostrando que esses vários círculos de latência se interpenetram e se afetam os outros, independentemente da causalidade física. Existe uma causalidade determinada pela pura forma dos entes. Quando ele diz que aqui tem um ratinho no laboratório na Califórnia, o ratinho aprendeu a sair do labirinto, mas tem outro ratinho na Austrália que aprendeu a mesma coisa. Não há relação de causalidade física, mas não é que um grato influencia o outro. Eles têm a mesma forma, portanto, tem o mesmo círculo de possibilidades e elas tendem a se realizar de maneira simultânea. Estou observado em toda a natureza de algum modo. Então, é claro que isto tem algo a ver com o círculo de latência. E, se eu disser o círculo de latência, este fenômeno seria absolutamente impossível. Quando a gente fala do campo de inteligibilidade, a inteligibilidade de um objeto depende de você aprender direitinho o seu círculo de latência. Você sabe o que aquele objeto pode fazer, o que ele não pode, o que pode acontecer a ele e o que não pode acontecer. O que isso se aplica, por exemplo, em filosofia política e ciência política, se aplica de uma maneira extraordinária. Quer dizer, se você paga cada personagem num certo momento, como é que ele vai se definir? Pela suas ideias, pela sua personalidade, pela sua ideologia, não precisa de nada disso. Se define pelo seu círculo de latência, isso é pelas suas possibilidades reais de ação. Essas possibilidades são, em grande parte, determinadas pelo que eu soum o horizonte de consciência. Uma coisa que você não sabe fazer, ele não vai fazer. E uma coisa que ele não sabe que existe, ele não vai agir sobre ela. Define, recortando negativamente, isso é, por exclusão de possibilidades irrealizáveis, você sabe mais ou menos o que o círculo de latência pode fazer. E o que ele vai fazer estará sempre dentro deste círculo. Às vezes, o círculo chega a ser tão limitado que você pode chegar a conclusão, necessariamente isto, porque é a única coisa possível. Então, se ele fizer alguma coisa, ele vai fazer isto. Quando eu disse, analisando a situação brasileira, na primeira leição do Lula, que eu disse, a eleição, a vitória do PT é não somente viável, não somente provável, mas inevitável. Como é que eu cheguei a isso? Eu não tenho possibilidade de ver as possibilidades de ação e de reação popular dos outros partidos. Nenhum pode ganhar, só isso aqui tem chance. Então, não adianta você ver com soldagem de opinião. Eu não posso dizer, ah, vou votar no outro, não, Argais, vou votar neste. Às vezes, não dá para você fazer esse cálculo por quê, porque faltam, você tem variáveis que você não conhece. Eu acho que por exemplo, uma presente eleição americana tem um número imenso de variáveis que você não conhece. Por exemplo, eu não sei, eu sei que existe uma imensa produção de títulos de leitor, de registros de leitor, de pessoas inexistentes ou mortas, mas eu não sei o quanto. Então, como é que eu posso prever alguma coisa? Não tem jeito. É... Rondon pergunta, até que ponto uma visão na sociedade com mais ou menos determinista influenciando a forma de governo? Se isso é um dos motivos da valorização de filósofos revolvendo da nova era? Bom, em parte sim, mas eu não acredito que nenhum governante sério tenha jamais acreditado em determinismo. O determinismo é hostil a qualquer ação humana. Você pode usar o determinismo como um pretesto retórico, ou pode usá-lo num sentido relativo com o próprio marxismo, o advento do socialismo é inevitável, mas não sabemos em quanto tempo nem por que vias. Então, seria um determinismo de última instância. Quer dizer, em última instância vai terminar um socialismo. Pode ser por aqui, por ali. Bom, no começo, Marx via apenas duas ou três maneiras de produzir o socialismo, mas hoje nós sabemos que elas são milhares. Essa concepção, um dos meios de ação, foi se multiplicando e ampliando e ampliando e ampliando. Então, por exemplo, se sabemos que, segundo Marx, o capitalismo precisa alcançar um certo nível de desenvolvimento e maturação para que o socialismo seja possível, então até trabalhar para o capitalismo pode ser um meio de chegar ao socialismo. Quer dizer que se você vê um sujeito fazendo um discurso proide e de rede privada, etc., não significa que ele é da direita. Vamos dizer, por mais difusa que seja sua definição da direita, para julgar a atitude política de um personagem, você precisa ver a totalidade dos comprometimentos que limitam a sua esfera de ação. Quer dizer, coisa que ele não pode fazer de gente nenhum. E se ele fizer, então a posição dele no quadro muda completamente. Então, acho que hoje é só. E, pelo menos, não poder responder as suas perguntas são perguntas demais. Agradeço a todos os bons votos de dia do professor. Que hoje em dia maior parte dos professores não merece de maneira alguma, que eles estão lá só para eu botar minha óca na cabeça da escritinha, mas tem alguns que estão tentando ensinar. Eu espero ser um deles. Então, até a semana que vem, muito obrigado. Ah, outra coisa, terça-feira, alguém aqui pergunta como acessar o Hangout sobre a Minas Histórica. Eu também não sei, mas fique atento que nós forneceremos um link. O José Mouton? É. Tem uma página no Facebook, o José, como faço? Tem uma página do Rafael Nogueira. Para do Rafael Nogueira vocês encontrarão. Para do Rafael Nogueira, quando mora o venturo, você dá um link. Mas eu vou publicar o link na minha própria página algumas horas antes. Esse Hangout é uma espécie de continuação do curso Guerra Cultural. Então, por hoje é só até terça-feira ou até o sábado que vem. Muito obrigado.