Então, boa noite a todos, ser um bem-vindos. Antes de tudo, eu queria agradecer o apoio de todos, é um real talk que está fazendo o sucesso que ultrapassou de tal modo as nossas expectativas, que nos primeiros dias tiveram dificuldade de comportar as novas inscrições. Então, houve alguns problemas técnicos e essa altura já estão, praticamente resolvidos, e logo logo teremos o aplicativo para o WhatsApp e celulares. Então, eu queria ainda insistir no tema da imagem do mundo medieval, que no meu entender é o tema mais importante, assim, em escala mundial, sobretudo num momento em que as ciências físicas entram de novo numa crise de fundamento, já tiveram uma crise de fundamento no começo do século XX, tem o outro agora, em que tudo pode ser recolocado em discussão, inclusive, aquelas crenças que apareciam as mais solidamente assentadas e inabaláveis. Então, um ponto importante é que, durante a Idade Meda, a imagem do universo físico não tinha autonomia que tem hoje, ela era, como disse, um sistema cosmológico e não cosmográfico. Ademais, o uso intenso da língua simbólica pode tornar as coisas difíceis para o intérprete moderno, que vai procurar sempre ali um correspondente do que seria a imagem atual da coisa, quer dizer, uma imagem baseada na autonomia do mundo físico. Essa autonomia é, por si mesmo, uma figura de linguagem, quer dizer, quando Newton, Galileu e outros criam a ideia das sensações primárias e secundárias, ou seja, das características primárias e secundárias dos objetos físicos, acreditando que os primários, portanto, que têm uma realidade objetiva em si mesmo, são aqueles que podem ser mensurados e o resto, tudo que dependa da percepção humana é subjetivo, então significa que o mundo fica dividido em duas coisas, de um lado, um imenso sistema de objetos materiais, que em princípio não significam coisa nenhuma para o ser humano, e do outro lado, o mundo do significado, que é o mundo humano puramente subjetivo, esquecendo que o próprio conjunto das ciências faz parte do mundo humano, ele é uma criação humana, não é outra coisa, então a conexão entre homem e a realidade se torna uma coisa totalmente evanescente, ao ponto que se tenta buscar uma solução reduzindo uma coisa a outra, quer dizer, se você puder reduzir o universo humano, do significado, do linguário, do símbolo, etc. etc. Há algum dado do mundo externo, então ficaria resolvido o problema e esse dualismo estaria superado, acontece que esta operação é francamente impossível, você imagina se para que admitíssimo dessa possibilidade seria necessário que você pudesse explicar, por exemplo, as obras de Shakespeare a partir de um combinatório de elementos químicos ou do movimento de partículas subatômicas e evidentemente entre uma coisa e outra, há um abismo absolutamente intransponível, então tanto na antiguidade quanto na idade média, o ser humano era visto como um componente do universo, ele não estava desligado, ele não era uma parte separada, em grande parte essa ilusão moderna, essa divisão moderna, ela nasce com a ideia de fazer do ser humano um observador fora do universo, quer dizer, buscar, a famosa busca carteseno da certeza faz com que o eu seja, ou seja, uma substância por si mesmo, o eu pensante é uma substância por si mesmo, que não depende em nada do universo exterior e que pode, portanto, observá-lo desde fora, o que é uma coisa que evidentemente nunca acontece, mais tarde, vou dizer certas reações contra este substancialismo do eu, tomaram um rumo ainda pior na medida que começaram a negar a existência do eu, como faz David Hume ou como fazem inúmeras porrentes que pretendem dar explicações externas para a existência do eu, por exemplo, você tem um eu porque as pessoas se chamam pelo mesmo nome e você se acostuma, vários antropólogos vocês chegaram a dizer isso, porque é uma coisa inteiramente absurda, porque se eu não tenho eu, como é que eu vou saber que o nome é o meu, como é que eu vou me reconhecer várias vezes, só porque repetiram o mesmo nome, como é que eu vou saber que é comigo, o que é esse migo, se só tem um lado o meu corpo e do outro lado, um nome que não tem nada que conecta uma coisa com a outra, então teria que se empregar, o eu teria que se impregnado, o indivíduo pela força do hábito, mas como adquirir um hábito sem você ter um eu, quem vai adquirir o hábito? Então a coisa entra num circo vicioso, então existem muitos elementos na cosmóvisão antiga e medieval que são absolutamente preciosas, que nunca foram explorados, porque nunca se fez a seguinte triagem, se você tem uma cosmóvisão simbólica, o que que é um símbolo? Um símbolo dizia Suzane Langerand, matriz de intelectões, um símbolo não corresponde vamos dizer a um significado preciso e determinado como palavras não adicionar, porque ele corresponde vamos dizer a uma série de círculos de significado possíveis e des significados possíveis alguns certamente correspondem a um plano de realidade e o outro da outra, o plano de realidade, seria preciso descascar isso aí e fazer todas as classificações corretinhas, então por exemplo, a ideia das esferas planetárias, como não apenas círculos que demarcam o movimento dos astros em torno da terra, mas como escalas numa ascensão espiritual ou como escalas na ascensão da alma depois da morte, essas duas coisas estão ali misturadas, a certa ela ser o cosmografia medieval é as duas coisas ao mesmo tempo, e o número de descrições que existem da ascensão das almas por esses vários círculos é muito grande, então se você tomar aquilo apenas como um desenho físico do céu, você está emputando metade, seria preciso ver essas duas coisas juntos e daí de dentro dela, de dentro desse complexo discernir o que é cosmografia, o que é cosmologia ou até antropologia, isso nunca foi, sinceramente nunca foi feito, mesmo as pessoas que estudam isso em profundidade não fazem essa distinção, por exemplo, esse livro, no mais que o livro admirava do C.S. Lewis, a imagem descartada, ele procura as fontes antigas da cosmologia medieval, ele vai mostrando então que praticamente tudo que os medievais conceberam em matéria de cosmologia já estava dado na antiguidade, com fontes que dificilmente chamariam de científica, você tem um monte de poemas épicos, que eles usam dramas, peças de atras, etc, mitos, tudo isso vem ali misturado com o desenho cosmográfico, então se nós colocarmos a pergunta, mas essa concepção é verdadeira ou falsa, digo bom, você não pode responder essa pergunta, como já explicava Aristóteles no livro da interpretação, antes de você saber se uma coisa é verdadeira ou não, você precisa discernir os vários níveis de significado que ela pode ter, os vários níveis de predicação que ela pode ter, se eles estão todos fundidos de alguma maneira, é preciso você separá-lo cuidadosamente e ver que uma coisa que não é verdadeira pode ser verdadeira em outro sentido, verdadeira é um sentido factual, por exemplo, uma coisa que me chama a atenção é a ideia das ascensões ao céu, quer dizer, ou uma subida iniciática, ou uma subida miraculosa como a de Elias, ou a simples subida da alma depois da morte, se você for ver na concepção cosmográfica moderna, a ideia de subir aos céus não faz o menor sentido, porque você não tem um chão, você não tem um centro, então subir ou descer vai dar na mesma, mas como é possível que nas experiências de quase morte as pessoas tenham nitidamente a experiência da subida e se vejam no chão, é verdade que dos relatos que nós temos, os relatos são comprovados, excluindo todos os relatos que possam ser postos em dúvida, por exemplo, relatos de experiências celestas, o nego que subiu ao céu e conversou com o Jesus Cristo, ele pode estar enganado em tudo isso, porém quando nesta subida o indivíduo vê dados do mundo sensível que ele não poderia ter visto desde o ponto de vista onde estava o seu corpo, então esse relatos eu considero os mais fidedignos e podemos nos basear neles, é verdade que nesse relato ninguém passa sequer da esfera lunar, ele só sobe um pouquinho dentro da atmosfera, mas a experiência da subida está ali mais do que documentada, quer dizer, a mulher que vê o teto do edifício onde ela está, onde o corpo dela está deitado, morto, e vê o que as pessoas estão fazendo nos compartimentos vizinhos, vê o que se passa na rua, é bom, então esta experiência da subida realmente existe, então se existe uma subida até, vamos dizer uma certa parte da atmosfera, bom, não temos relato de subidas que foram além disso, pelo menos não temos um relato muito meticuloso, mas a ideia das esferas começa a fazer algum sentido, quer dizer, se as esferas não podem ser desenhadas geocentricamente como eles faziam na época, o fato é que essa experiência da subida ela é essencialmente geocêntrica, então se você olhar com um telescópio, você vai ver as coisas de uma outra maneira, e você talvez chega a uma conclusão heliocêntrica, porém do ponto de vista da acessão, o que continua vigorando é o geocentrismo, na medida em que essas experiências se comprovam e der com todos os critérios científicos, então muito bem, então algo dessa cosmovisão medievão já começa, já surge para nós como uma representação verdadeira da experiência, pior ainda é que o problema geocêntrico, o heliocêntrico, ele dentro do ponto de vista da cosmologia medievó, não existe por um motivo muito simples, que é o que eu vou ler aqui para vocês, que está aqui no livro do Ossias Lewis, como Dante disse mais claramente do que qualquer outra pessoa, a ordem espacial é o oposto da ordem espiritual, e o cosmo material espelha, portanto inverte a realidade, de modo que aquilo que é verdadeiramente a periferia parece ser o centro, este elemento aqui está presente em toda a cosmologia medievál, então você chamara de geocêntrico, heliocêntrica não faz o menor sentido, é simplesmente o papel não admite, ou pelo menos na época não admite, o modo de representação que permita projetar graficamente esta inversão, então quando Dante disse o céu visível, por exemplo, o céu físico, ele é a inversão da realidade, então o que ele está dizendo? A Terra não está no centro, a Terra está na periferia, embora ela nos pareça no centro, então este problema, fazer essa tensão entre geocentrismo e heliocentrismo, ou qualquer outro centrismo possível, já estava dado na cosmologia medievál, agora se tiramos dela essa tensão, essa tensão dialética, tiramos dela esse aspecto do nozzle lógico que ela tem, ela tentou expressar um modo de conhecimento humano, isso sobra dela, somente o desenho visível, bom, daí começa a discussão de geocentrismo e heliocentrismo, que aliás até hoje não acabou, mas é claro que o essencial da coisa aí se perde totalmente, o fato de que, a própria intelectualidade católica tenha perdido isso de vista durante séculos, e note bem, o próprio C.S. Lewis não trata essa cosmologia medievál como verdadeira, apenas como uma representação estética, mas isso aí contradiz a própria noção, vamos dizer, da unidade dos transcendentais, o bom, o belo, o verdadeiro, é certo? Fierro, praticamente um dogma na ideia do médio, e... Então isso significa que todo esse universo de representação que contém tantas verdades profundas sobre a posição do homem no cosmos, se perdeu completamente, mas e quando você é, por exemplo, esse pessoal islâmico que trouxe esse debate de volta para o ocidente, no livro do Titus Burkard sobre alquimia, ele diz que o heliocentrismo era uma verdade esotérica que foi repentinamente popularizada, causando então um trauma, ele diz, ah, mas eu não tenho como negar isso aqui, quer dizer, se em Dante estava tão claramente explicada essa tensão entre, quer dizer, a aparência visível e a verdadeira ordem das coisas, é certo? Então é claro que quando você faz uma dessas duas visões tensionais, se impor como realidade única, suprimindo a outra, é certo? Então você realmente inverteu a visão do homem, mas não é que você inverteu, você é um puto metade, é certo? E suprimiu a outra metade, mas a outra metade continua existindo, não apenas como concepção cultural, mas como realidade tal como se vê nessas experiências da ascensão da alma nos estados de quase morte. Estou entendendo o que eu estou falando. Então, eu não encontrei em toda a bibliografia que eu consultei a isso, a respeito, e olha que eu estou lendo coisas sobre isso, eu não vou fazer mais de 30 anos, eu não encontrei ninguém que discutisse a coisa sobre este ponto de vista. Mesmo aqueles que tentam restaurar essa cosmovisão como um conhecimento esotérico, eles não entram na questão da veracidade factual, positiva, material daquela visão. Mas eu acho que isso é o que nós temos de fazer agora. Espera aí, nós negamos uma concepção que nós não entendíamos realmente em todos os seus detalhes. Então, seria preciso pegar, vamos dizer, em todas as tradições místicas do mundo, todos os relatos de ascensão, em vez de um famoso voo de malné, ascensão de alias, etc. Tem que ser milhares de relatos e conferi-los com os relatos de experiências de quase morte, porque aí você tem uma identidade de estruturas muito nítida, e isso está expressando, não apenas um simbolismo, um conhecimento esotérico, a alma desses indivíduos que moram e têm experiências de quase morte, elas só não simbolicamente, elas só fisicamente. A visão que elas têm não estão vendo símbolos, estão vendo mistérios esotérios, estão vendo coisas, coisas, pessoas, a rua, edifício, etc. Então, você vê que em tudo isso pode ter havido um engano monstruoso. Esse engano monstruoso, ele se consolida pelo fato de que a imposição da nova ciência, a partir do século 16 e 17, se deu em grande parte mediante a falsificação da história, a falsificação das biografias e uma investida de propaganda, de uma virulência fora do comum. Era importante derrubar as concepções da igreja e nessas pessoas empenharam o melhor de si. Então, é claro que com isso, embolaram o meio de campo e nós tivemos que esperar três ou quatro séculos para que os fatos começassem a aparecer. Se você vê, por exemplo, as obras de Newton, você vê claramente que a cosmografia de Newton é parte de uma cosmologia que, por sua vez, é parte de uma teologia, exatamente como a concepção medieval. Só que o que fizeram com Newton separaram só aquela parte da lei da gravitação universal e estudaram como se fosse a única coisa importante e o resto varrei para o bar do pano. E o fato é o seguinte, nós temos que hoje, nós temos que confesar, nós não entendemos Newton, ninguém entendeu. Entendeu um Newton pré-fabricado, um Newton recortado à medida da mentalidade que se desejava impor. Mas quando você vê hoje, pelo ponto de ir sair no old net dele, um indivíduo especulando sobre profecias que Newton fez sobre esta época que nós estamos vivendo. E de bom, a lei da gravitação universal era um elemento dentro de uma promovisão que implicava, cujo objetivo final era justamente a interpretação da profecia. E é muito engraçado quando alguns historiadores começam a estudar este aspecto de Newton como se fosse apenas uma curiosidade, como se o verdadeiro Newton fosse só o da lei da gravidade e o resto fosse uma curiosidade, uma esquisitice dele, etc. Sim, sim, sim, só que essa esquisitice dedicou toda a vida. E ele estava muito, ele insistia muito claramente na conexão entre a lei da gravidade e o resto que ele estava fazendo. Portanto, o fato é que a interpretação do pensamento de Newton foi totalmente mutilada e deformada. E hoje nós temos que voltar lá e começar a ler tudo de novo, para ver se chegamos a entender o que ele está querendo dizer. Então, nos séculos seguintes, esta ideia, vamos dizer, de que a natureza é como se fosse uma máquina regida por leis totalmente mecânicas, ela acabou sendo totalmente impugnada quando veio o relativismo e a física quântica. Isso acabou. Porém, é esta imagem que ainda prevalece na fantasia na mente das pessoas. A pessoa acredita que tudo aquilo que não é material e mensurável só existe na mente humana. E dizem, bom, e onde está esse raio da mente humana? A mente humana opera com significantes que são inespaciais. Não pode localizar onde está o propamento do pensamento, onde está o significado das coisas. Mas o sujeito pensante está em algum lugar e, sob muitos aspectos, o pensamento é condicionado pela sua condição espacial. Aquela famosa experiência do Alain, você abre a boca como quem vai falar a e tenta pensar o som de I. Não sai. Então, você vê que o seu pensamento está condicionado para uma simples postura física. Então, a conexão entre o pensamento e o corpo também aparece aí como um problema que, nessa perspectiva, é absolutamente insolúvel. Porque nós, embora as pessoas, a todo momento, proclamem que o cartesianismo está superado, mas continuam pensando pensamento e corpo como se fossem duas substâncias. Quer dizer, não são capazes de entender a simples distinção de carestotélica entre matéria e forma. Quando a Aristóteles diz que a alma é a forma do corpo, a forma da coisa não existe independente da coisa. Nem a coisa independente da sua forma. Portanto, você perguntar a relação entre mente e corpo, que é um problema que atormenta filósofos há três ou quatro séculos, até hoje atormenta. Se você pensa bem, essa questão não faz um menor sentido, porque você perguntar qual é a relação entre o elefante e a forma de elefante, como se fossem coisas que existem separadamente quando, evidentemente, não existe. Então, essa ideia da síntese indissolúvel de alma e corpo desapareceu e sobra então um pseudo problema que é a relação entre duas substâncias das quais nenhum não existe, se você pensar bem. Então, a perda do senso das formas implica também uma incompreensão terrível de toda a cultura de séculos atrás. E, evidentemente, a ideia perdida, a ideia que é reprimida, ela reaparece sob forma deformada ou caricatural. Você vê que a ideia do senso da forma voltou muito no tempo da nova era, por exemplo, com o negócio das pirâmides, o poder das formas, etc. Você coloca lá uma gilete em baixo da pirâmide e a gilete conserva o seu corte para sempre. Então, isso aí seria o poder da forma. Então, é claro que isso é uma maneira grossêrica, caricatural de colocar as coisas, mas você pode entender que, facilmente, a indissolubilidade da matéria e forma, quando você ouve uma música, por exemplo, se você não tivesse um corpo, a música não acertaria você, não chegaria você. Mas, se a música não tivesse uma forma, você também não ouveria como música. As frases seriam, musicais seriam todas absolutamente incompreensíveis e todos seríamos como se sofressimos de surdez tonal. Nós não reconheceríamos uma frase melódica. Portanto, é só você ouve uma música, você percebe que ela é indissolivelmente matéria e forma. Elas são ondas que vêm através do ar, mas que obedecem uma certa forma e que você só reconhece por causa da forma. Aliás, qualquer ruído tem uma forma. Vou ruído, uma pedra cai na água, é diferente de uma galinha cacarejando, como é que você sabe disso? É por causa da matéria, não, é por causa da forma. Os elementos são ondas sonoras nos dois casos, mas elas se ordenam internamente de uma certa maneira, um dos casos e de uma outra maneira no outro caso. Então, essa pedra do centro das formas, ela já equivale imediatamente, é uma baixa de K.I. absolutamente extraordinária. Por que eu não ia dizer, 100% da inteligência consiste em reconhecimento de formas. Formas não só dos objetos físicos, mas formas de relações inespaciais. O que é uma equação, se não uma forma? Uma forma que é preenchida não por elementos materiais, mas por uma outra forma que se chama quantidade, uma forma das formas. Daí você vai ter vários graus de abstração, onde primeiro você capta, vamos dizer, a distinção, não diferença, não separação, entre um objeto e a sua forma. Por que você pode captar essa diferença? Porque você vê um gato, como é que você vê a forma do gato separadamente do gato. Você pode fazer isso porque quando você se recorda do gato, você não está criando com o seu ambiente um gato de carnivoso, você está criando apenas a forma. Essa forma, ela só existe na sua mente. Na hora que você pensa separadamente do gato, ela se diz na sua mente, mas no gato ela existe junto com o gato. Então nós fazemos essa operação de abstração, que é separar uma coisa da outra. Mas isso é só o primeiro grau de abstração. Em seguida você pode pegar várias formas e captar a forma comum entre todas elas. É isso o que faz a lógica. Você pega vários esquemas pensáveis e nos articula num sistema mais abrangente, por exemplo, vários tipos de silurgio. Que são vários tipos de silurgio? São várias conexões possíveis entre premissa e consequência. Vários modos de conexão. Quando você vê o Itim, aqueles tracinhos, tracinhos contínuos, tracinhos cortados, a combinação dá 64. E segundo a aristótica, as formas do silurgio também são 64, das quais 18 são válidas, mas as outras não deixam de existir por isso. Mas você vê que coincidência, quer dizer que a aristótica estava raciocinando sobre proposições, modos de articular proposições. E o autor do Itim, seja ele lá quem for, ele estava articulando várias formas de relação entre a categoria da ação e a categoria da paixão. O Yang é ativo, o Yin é passivo, está falando das duas categorias lógicas. Ação e paixão, os dois chegam ao mesmo resultado. Então, você vê que o senso das formas que essa gentinha era puradíssimo. E hoje em dia, quando você vê a dificuldade que até historiadores categorizados têm para distinguir entre a referência material da cosmografia medieval e a sua forma, a lógica da sua forma, algo parece que se perdeu. Então, quando as pessoas falam, por exemplo, de Cristo, cristianismo, eu pergunto como o cristianismo pode sobreviver num mundo onde só existem dois tipos de substâncias, o corpo e a mente. Não tem como sobreviver, porque o cristianismo está falando de uma coisa que não é nenhuma coisa nem a outra. Então, eu ver o que o esforço que os militantes cristãos fazem para se opor à cultura contemporânea, é só atacar na sua periferia, nas suas aspectos mais externos e menos importantes, que são aspectos de ordem moral ou até legal, sem entrar numa crítica em profundidade. Eu acho que assim, que a incompatibilidade entre a cultura moderna e o cristianismo, ela é total. Um dos dois vai ter que morrer, tá certo? O cristianismo não dá sinais de estar morrendo, ao contrário, não é isso? Quando uma igreja cristã cai, a outra levanta, não é isso? Então, por exemplo, você vê um número imenso de conversões que está vendo no mundo islâmico, na China, etc., etc., tem um livro, Cristo em Pequim, dê uma olhada lá para você ver que o negócio está expandindo para caramba, não é o islâmico que está expandindo, não é o cristianismo que está expandindo. E a cultura moderna está em crise atrás de crise. Então, nós já sabemos quem vai ganhar a briga ao longo do tempo. Mas, essa briga está apenas na questão do número de adeptos, é isso? E a crítica em profundidade que o cristianismo teria que fazer da cultura moderna não foi feita. Eu não conheço, no mundo cristão, nenhuma crítica em profundidade como foi feita pela Reneginói Fritzlöfschröhn, não conheço, não. Eles foram mais fundo do que qualquer autor cristão, embora utilizando elementos que na sua origem são inteiramente cristãos. Ou quando se baseia em uma bibliografia, em uma fonte islâmica, essa fonte islâmica, por sua vez, bebeu no cristianismo, ou diretamente no cristianismo, ou bebeu nas fontes antigas da cosmovisão cristã, nos autores greco-românicos. Então, se você pensar bem, qual é a contribuição islâmica? Ela é praticamente nada. Ela consiste de adaptações, de arranjos, esse é de um material que já vinha da própria antigüidade e que adquire no mundo islâmico figuras bem parecidas com a da cultura europeia da Idade Média. Com a diferença de que a cultura europeia da Idade Média, que dava um grande relevo às artes figurativas, alcançou, onde é um nível de representação estética, que num mundo islâmico é impossível, porque as artes figurativas são, no fim das coisas, praticamente proibidas. Então, os islâmicos tinham que se conformar com o simbolismo das letras, com o simbolismo das formas geométricas, etc., e não podiam fazer uma exploração tão profunda do simbolismo do mundo físico como o Faire, por exemplo, ou Luís Javon de Lassé, no livro Le Bestia de Christ. Então, tudo isso, vamos dizer, é um legado cultural imenso e imensamente valioso que ainda está para ser reinterpretado e revalorizado. Recentemente surgiram algumas tentativas de restauração do geocentrismo com esse Robert St. James. E, bom, isso pode ter alguma utilidade, mas você vê que a própria oposição de heliocentrismo e geocentrismo já é uma característica moderna, porque as duas perspectivas estavam ligadas de uma maneira dialética, não harmonizada, evidentemente, mas ligadas com uma tensão dialética talvez insolúvel. Quando eu penso nesse talvez insolúvel, eu li o livro do Robert St. James e li as críticas aí, e quando eu leio um eu digo, ele tem razão, eu leio outro, eu digo, também tem razão. Então, parece que os argumentos de parte a parte se equivalem, esse problema não tem solução. Se isso não tem solução, então significa que estas duas possibilidades, como dizia o Dante, a visão direta da realidade, a sua visão inversa, são inseparáveis pelo simples fato em que nós estamos num ponto do universo e não observando desde fora e desde cima, como se fossemos deus. Também é curioso que na ascensão, na cosmologia medieval, nos vários círculos planetares, várias esferas planetárias, elas apareciam com cavas, enquanto você estava dentro delas, convexas na hora que você saía, você estava assim, depois que você saía, você via assim. Então, você vê que até como essa cosmovisão nada tinha de uma representação gráfica simplória. É um negócio de uma complexidade imensa onde os dados astronômicos apareciam intrínsecamente ligados, vamos dizer, a experiência cognitiva que está ali envolvida. Então, é claro que esse é um tema que eu não sei quantos de vocês vão se interessar por isso, mas eu gostaria que alguns, pelo menos, se dedicassem a esse estudo, não dei o que nós vamos revolucionar a concepção do cosmos, nem é só nosso objetivo, é nós queremos apenas nos orientar melhor, ainda que a nossa percepção das coisas não adquira a validade pública, na verdade, não importa a validade pública, o interesse é você estar orientado, você saber onde você está, a validade pública é apenas uma questão de persuasão e não de veracidade. E além disso, quem está empenhado numa descoberta não pode estar ao mesmo tempo empenhado em validá-la retoricamente, isso não dá pra fazer. Quando você tenta fazer, você cai em exagero como caiu o próprio Galileu que colocava o Sol não como sendo o sistema solar, mas como sendo o universo, que é uma bobagem, o que permitiu que, na época, ele fosse muito criticado e condenado por causa disso, mas acontece que, no caso de Galileu, Galileu era um retórico, era um homem que dava muita importância à persuasão, ele descobriu uma coisa e assim, daí, escreveu um monte de coisa, reforçando aquilo com argumentos retóricos de toda espécie. Mas, em geral, quem está procurando descobrir a verdade não tem tempo de ficar argumentando retoricamente com a massa, para dizer, ou com a opinião pública. Muito bem, vamos fazer uma pausa daqui a pouquinho, a gente volta. Não precisa testar? Tá bom, então podemos ir direto. Muito bem. Aqui, o Luiz Alcídez me pergunta, o livro do Líwiz é um bom começo para a estudar cosmologia, cosmografia simbolida, sim, com essa ressalva de que ele faz abstração da veracidade desta imagem. Ele atrata apenas como uma visão no sentido estético da coisa, e ele estuda, sobretudo, as fontes antigas da cosmologia medieval, pegando texto por o texto. O que os camaradas das universidades liam na idade média? Deslium isto, mais isto, e daí ele vai pegando de cada um desses textos os elementos que se impregnaram mais profundamente na mentalidade medieval. Mas eu não creio que isto baste, eu acho que você teria que seguir alguns outros livros, por exemplo, o livro do Jacques Legoff sobre a legenda dorada, legenda dorada é uma coleção de vidas dos santos, mas que é essencial para a concepção do tempo na idade média. Os livros do Titus Burkart, sobretudo, o livro dele sobre a alquimia é absolutamente fundamental, e o livro do Renegas enovo símbolos da ciência sagrada. A bibliografia é muito grande, mas já que comece aqui você já pode começar. O que hoje se chama cosmologia e do senso de mortalidade? Será que a cosmologia medieval absorveu este conhecimento muito pecariamente? Quase tudo o que se sabe da cosmologia egípcia foi descoberta do século 20, sobretudo com Henry Frankfurt e o Schwaller de Louis. Então isto não é que não foi absorvido pela idade média, não foi absorvido até hoje pela civilização. Eu acho muito difícil de absorver porque é muita coisa, é uma concepção muito grandiosa, muito complexa, que em muitos aspectos ultrapassa o que nós entendemos da cosmologia hoje. Na idade média também tem elementos que não foram absorvidos de maneira nenhuma. Por exemplo, toda a obra cosmológica de Sainte-Dé Garda de Bingen, muito aspectos ela vai adiante de Newton, Galileo, etc. Nada disso entrou no fluxo da cultura moderna. Agora no intervalo da Compreção de Coalessando, ele me lembrou o caso da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe no México, em que ela apareceu para um índio e como prova de que ela tinha aparecido, ela imprimiu na capa do índio a sua imagem. Esta imagem tem uma série de características em comum. O primeiro lugar é feito de um, o manto é feito de um tipo de pano que geralmente ele se desfaz em paras de 15 a 30 anos e esse aí está há 400 anos, não desfez até agora. E segundo você não tinha, por baixo da pintura você não tinha um esboço alápeso, ela pintou é impossível de fazer sem um esboço primeiro. E terceiro, o mais bonito de tudo é que o manto Nossa Senhora retrata as estrelas no céu e esse retrato da estrela está exatamente na posição que as estrelas estavam naquele momento da aparição, porém não vistos desde a Terra, mas vistos de algum ponto do céu. Então isso aqui é outro elemento que a cosmologia moderna não tem, não tem como explicar, não tem nenhum rudimento de conceito necessário para lidar com isso. Ela estudou desse universo dos milagres, foi necessário valê-lo para baixo o tapete, porque para você poder manter esta visão cartesiana da dualidade de substâncias é uma coisa tão forçada e tão absurda que você tem que realmente esconder continentes inteiros da realidade. Fui tudo isso, um estudo dos milagres sob este ponto de vista que eu sugiro, que é o ponto de vista fenomenológico, baseado na pergunta do que é um milagre afinal de contas, eu acho que nunca foi feito. Existem estudos científicos sobre milagres em particular, como é o estudo doutor Ricardo Castanhon e esses todos feitos sob a aparição do nosso Hólogo da Lúpoca e tem um documentário muito bom na internet, procura Our Lady, A Vigual da Lúpoca e documentaria e você vai achar. Mas a questão mesmo do que é um milagre, eu não creio que foi explorada como se devia, né? Isso por que? Porque ainda se ressuscina dentro da perspectiva newtoniana de leis da natureza, que é um conceito que cientificamente não se sustenta mais. Só que não existe leis da natureza, existem algumas constantes estatísticas da natureza, mas são geralmente constantes estatísticas que podem mudar amanhã ou depois. Então esse conceito mecanicista do universo como regido por leis eternas, isso vai for pra qualquer coisa, mas é isso que ainda está impregnado no imaginário das pessoas. Você vê que a ciência é um elemento importante na formação da cultura, mas ela não tem um efeito imediato, quer dizer, o que hoje se descobre em ciência leva às vezes sem 200 anos até entrar na cultura. Aliás, esse livro do Lewis, ele é importante por causa disso, ele busca a documentação não nas obras científicas, mas nas obras literárias que refletem o progresso da ciência de uma maneira evidentemente atrasada, mas você vê que o escritor ainda às vezes se baseia em imagens de 200, 300 anos antes. O que é o que é inteira menos normal mesmo, porque às vezes a cultura literária, a linguagem popular não tem meios de transmitir certas coisas que são compreendidas numa linguagem científica. Então, quer dizer, o que ficou pra trás e foi perdido é tão imenso, tão imenso que a gente só pode pensar nos termos do Jean-Fourastier, quer dizer, o progresso da ignorância. Você descobre, você descobre novas coisas, mas você esquece outras. Então, às vezes, você estiver patinando em falso. A gente se confunde muito porque toma o progresso da tecnologia como se fosse progresso da ciência. Então, você vê a tecnologia transformando o mundo muito rapidamente e você imagina com os conhecimentos científicos que estão progressistas na mesma velocidade, mas não é isso, porque uma única descoberta científica se prolifera em milhões de aplicações tecnológicas diferentes que mudam completamente a aparência do planeta. Então, a ciência, de fato, ela progrede muito mais lentamente do que nos parece. E sobretudo, quando você pensa em termos de história da ciência, quer dizer, daquilo que foi perdido, daquilo que a gente não entende mais e que você depende de uma longa sondagem histórica, reinterpretação, etc., pra poder chegar a entender o que as pessoas entendiam 2 mil anos atrás, quando a gente pensa nisso, ele vê que o negócio do progresso da ignorância é uma coisa muito séria. Na escala individual, eu sempre falo da importância do mapa da ignorância, quer dizer, você tem uma ideia do que você precisaria saber e não sabe para entender certas coisas que sobre as quais você se pergunta. Então, começar fazendo o mapa da ignorância é um bom começo. Mas, no estudo da história e na interpretação de textos antigos, isso também é importante, quer dizer, você demarcar o horizonte de consciência do autor que você está lendo, quer dizer, o que ele não sabia e que precisaria saber para escrever sobre aquilo que ele está escrevendo. E eu usei esse método no livrinho sobre Maquiavel e também no Descartes, em parte. Não foi possível aplicar isso ao estudo Aristóteles porque é um estudo muito mais especializado sobre um ponto da lógica de Aristóteles e só. Agora, de qualquer maneira, já que você perguntou isso, eu acho esse livro do Jonathan West da maior importância, todos eles. Agora, alguém aqui me manda um soneto muito bom, mas não tem, não aparece o nome do autor, caramba. Quem é? Marra Sra. Le, manda aqui um soneto, o Vale da Lua, esse soneto está muito bom, está ótimo mesmo. Não vou ler tudo aqui porque nós temos outras perguntas, mas isso aqui está excelente. É, Lua G Souza. Durante um bom tempo, teve eu estudando a imagem estereoscópica, o 3D em moda atualmente. Essa em mar tem rondado a história contemporânea em vários momentos, aparecendo e foi saindo de moda. Essa em mar tem uma peculiaridade de possuir forma, volumetria, mas não possuir matéria, vai para aí. Claro que possui alguma matéria, senão você não haveria algum suporte material, tem para poder aparecer. Não sei que você querendo somente a fórmula, a equação matemática, dela e não a ela propriamente dita. Daniel Argole Pernodista, algum dicionário universal dos símbolos bom em português, eu acho que o dicionário Chevalier e Guerbrandt, Guerbrandt é G H E E R B R A N T, eu acho que foi traduzido em português, não sei por quem, mas foi e já faz algum tempo. Esse dicionário era muito bom, mas eu acho que o grande dicionário de símbolos ainda é o livro do René Gué-Nom, símbolos assim ensagados. Aqui, o Beval do Sampaio, na verdade não tem pergunta, estou feliz por participar do curso, eu também. Me agraciou a oportunidade de participar do curso do famigerado professor Olavo. Aqui, problemas técnicos, caiu em aqueita, comprei três dos cursos a você, mas depois que o site novo abriu, não tenho mais acesso. Você vai na normalidade em breve, é claro que caiu em aqueita, escreva urgentemente para leilacomhfinal.carvalho, arrobagmail.com, ela resolverá isso para você. A pessoa que passa por uma experiência de quase morte, poderia ter também a interpretação de que a divindade concedeu a ela uma nova chance de viver e mudar as atitudes erradas que ela poderia estar tendo em vida. Em alguns casos sim, mas nesse caso só quando vive tem uma experiência celeste, mas isso não acontece em todos os casos de quase morte, em alguns casos a coisa tem nitidamente esse sentido. Eu me chamo Cassiano, tenho 19 anos, entrei para o cofre esta semana. Conheci 8 anos voltando do mercado com meu pai, olhei o céu e contemplando a imensa idão da noite, quase que instintivamente tentei aprender mentalmente em sua infinitude. Depois de evidente, o fracasso do ato, aquilo me impactou de tal modo que acabei por sempre trazer comigo a experiência preservada na memória. Essa lembrança tem-me se evite combustível de produção de vários bons filósofos, que eu pretenho para o Fodão logo do tempo. Com base nesse relato, quero saber que na sua visão estou no correto caminho da investigação filosófica. Muito bem, quando eu digo a pessoa precisa se abrir a experiência da infinitude, da totalidade, você não quer dizer que ela precisa abarcar a totalidade, quando a palavra abrir-se significa que você está se abrindo justamente para algo que do seu ponto de vista é ilimitado e inabarcavel. Aprender a viver no inabarcavel, aprender a viver na infinitude, sabendo que não podemos abarcar, mas que nós estamos dentro dela e que ela não pode ser vivenciada como um conteúdo da nossa consciência, mas um quadro no qual nós estamos. Isto aqui é básico para todo o senso de realidade. O indivíduo começa a errar quando ele acredita que ele está dentro do mundo que ele pensa, dentro daquele quadro que para ele é pensável. Mas esse quadro que para ele é pensável é apenas um conteúdo da consciência dele, a consciência dele é só um pedaço dele e ele está dentro de um outro quadro que ele não abarca de jeito nenhum. Então essa permanente consciência de abertura é a condição básica para todo o senso de realidade, sobretudo para quem está estudando filosofia, para que você saiba que todo o quadro mental que você concebeu já está sendo dissolvido no mesmo momento porque ele está dentro de um outro quadro que é infinito e não abarcar. Isso aí você tem que ter, essa experiência é muito boa para você. Quem não teve aos oito anos eu sugiro que tenha agora. Os perguntas. O mesmo do caminho de nossa vida não é necessariamente a metade da vida, mas em italiano ou quando estamos no meio da rua estamos no centro sendo assim, quando o dante se encontra em equilíbrio, a mente exatamente no centro, ele entrou na selva escura, equilíbrio entre alma e corpo, intuição e razão, pode ser interpretado assim. Mas o meio do caminho também significa uma inclusilhada, você pode ir para cá ou pode ir para lá. Então tem esses dois sentidos. Rafael Manieri, pergunta, é possível relacionar a ascensão da iniciativa, a ascensão e iniciativa da cosmovisão medieval com a ascensão nas esferas árvore da vida? Sem dúvida, não é possível, não só é possível, como os autores medievales faziam isso, quer dizer, uma espécie de mapa da árvore da vida. Então a simbologia da cosmovisão medieval pode ser comparada a cabala, sem dúvida, que pode. Bruno Queiroz e Sousa. Essa propaganda criada em Newton, puramente científico, foi a responsabilidade direta de Volter, foi mesmo, foi ele com o livro Elementos da Filosofia de Isaac Newton, que criou essa imagem do Newton higienizado, quer dizer, recortado à medida da cabeça do acadêmico moderno. Porque o que dá para entender é que o objetivo de Newton era compreender a Bíblia e não criar uma ciência mecânica, isso está no primeiro momento certíssimo, é exatamente isso que foi que os textos de Newton comprovam de novo e de novo e de novo e de novo, mas elas também comprovam que dessa imensa concepção bíblica do Newton, nós só entendemos um pedacinho, isso mal começou a ser estudado. Os primeiros que descobriram isso, eles varreram o problema abaixo do tapete tratando aquilo como se fosse uma purosidade. Newton era de fato uma personalidade muito esquisita, ele tinha umas esquisitíssimas, não quer dizer que a obra da vida inteira dele foi uma esquisitíssima e só aquele pedacinho que é conhecido pelo acadêmico moderno é que é parte racional, não, não é possível isso. Maria Jananinha perguntou, posso tomar uma arracha de assist para fazer o exercício de imitação? Pode e deve, ainda é o melhor escritor da língua portuguesa, no Brasil, não, mas você não esqueça, vamos dizer, a circunstância, a sua senhora na qual o machado de assist de dia, ele era um indivíduo que veio de baixo, mas pelo seu trabalho intelectual, ele se integrou numa pequeniníssima elite, muito culto e muito preparado, porque ele escrevia para estas pessoas, os leitores dele eram Joaquim Nabu, Colívio Alima, etc., e hoje quem foi escrever daquele jeito vai suar muito esquisito, mas como exercício de imitação é perfeito. Bom, eu acho que hoje nós vamos, ah, peraí, Carlos López, o que isso é o que nós do livro do Jacques Legault? Todos eles são indispensáveis, absolutamente indispensáveis, sobretudo os intelectuales da idade média, e esse sobre a elejana dourada, o livro se chama em busca do tempo sagrado, mas ele tem vários outros, e tudo isso é indispensável. Bom, tem aqui perguntas que não vai dar para responder, porque são muito complexas, eu tenho que fazer um momento. Talisson de Moura, pergunta, eu faço mestrado em ensino de física e no final de semana passada eu apresentei meu projeto, baseando em sua teoria dos quatro discursos de Aristóteles, pois acho uma pélola inestimável que deve ser utilizada no ensino de qualquer ciência, eu também acho. Não só no ensino, mas como o próprio aspecto metodológico da ciência, é claro que se você diz isso no Brasil as pessoas se empinam na arizinha, tá certo? Mas quando isso foi lido pelo Antoine D'Archac, que era o diretor do Instituto Pastel, um dos maiores biólogos do mundo, ele achou que aquilo para a pesquisa dele era de uma utilidade muito grande. Bom, eu escrevi para que fosse útil mesmo, sobretudo, mas era a interpretação dos textos científicos antigos, nos quais existem elementos poéticos, retóricos, dialéticos e lojas todos mesclados. São livros que às vezes fazem uma espécie de escalado, no próprio Platão você encontra essa escalada dos quatro discursos e portanto você tem trechos diferentes que devem ser interpretados em níveis diferentes. Cabe o mesquito, não que significa o termo ser aí, em português seria estar aí, no termo do ser aí do Heidegger, ele quer dizer que o homem está jogado na existência sem saber de onde veio para onde vai, isso é o que está aí. Cabe uma escrita, eu pergunto, sabe se eu frequente a igreja aí nos Estados Unidos? Sim, que se eu podes mandar para a igreja que atua o americano? Bom, está muito melhor do que no Brasil, mas incomparávelmente melhor, é só você entrar por exemplo numa livraria católica em Washington, Nova Orca e entrar no Brasil. O Brasil só tem teologia da libertação e autoajuda, em um livro do papo, evidentemente, que eles não podem deixar de publicar. Mas aqui não, aqui você tem toda a tradição católica lá sempre a disposição. Se você ver as editoras católicas americanas, elas mantém no seu catálogo tudo quanto é importante da tradição católica, você tem todo o material de disposição, no Brasil você não tem. Aqui é alguém, Fernando Carneiro pergunta, a respeito das últimas horas depois de ler a parte do livro do C.S. Lewis, no símbolo medieval não seria um 300 em vez de 2? Sim, sim, sim, porque tudo ali é o que ele mesmo diz, tudo na idade, não é do B.D.C. a famosa lei ternária, quer dizer, dois elementos não podem se relacionar a um terceiro. Mas eu não achei que fosse necessário mencionar isso aqui, mas isso está no livro inteiro, ele mostra que isso é esse princípio da ternária, está presente em toda cosmologia medieval. Muito bem, então acho que... Espera aí. Ainda Fernando Carneiro sobre a ambigüidade, todo o símbolo, eu notei também o le par do livro mencionado, que se durante o dia temos o sol com sua iluminação estável, durante a noite, a lua com sua iluminação instável, essa estrutura cósmica não pode ser vista durante o dia. E somos restritos a olhar o que é em torno de nós durante o dia, durante a noite temos a lua, os planetas, estrelas, etc., ou seja, parte dessa estrutura celeste. Sim, eu acho que esse simbolismo do sol e da lua, eles são simbolismos naturais, são elementos estruturais da mente humana. Então, você veja por dentro, você não pode aprender a unidade de uma substância chamada sol, você aprende da primeira, da certo sol e a luz, então eles impõem a sua presença, mas a lua, você não pode identificar a lua sem observá-la durante um certo tempo, observar as fases e ver que essas diferentes figuras que aparecem no céu são do mesmo corpo, tá certo? Portanto, a lua está ligada necessariamente à percepção de tempo. Então, aí também a importância, vamos dizer, do mês lunar nas civilizações mais primitivas, você vê que a mensuração de tempo é feita mais facilmente pela lua do que pelo sol. Então esses elementos são simbolismo naturais que se impregnaram na mente humana desde tempos e em memorais, esses simbolismos foram criados por ninguém, eles foram vistos, para se dizer no céu. Bom, então muito bem. Por hoje é só, a aula foi mais curtinha, se vocês me desculpem, eu estou muito cansado. Mas na próxima aula insistiremos um pouco mais nesses assuntos aqui. Eu gostaria de hoje ter explicado algo que eu comecei a explicar nessa série de artigos do Diário de Comércio e ilusões democráticas. Eu falo dois minutos sobre isso, onde eu digo ali que a democracia é um regime necessariamente instável que a todo momento se auto-destrói e cede o passo a regimes tirânicos e que isso não se deve apenas à força da propaganda das ideologias totalitárias, mas certamente a alguma deficiência estrutural da própria democracia. Os teóricos da democracia, sobretudo os iluministas do século XVIII, pensavam sempre em termos universais abstractos, um termo de noceos históricos, o censo da individualidade, o que depois foi cobrado pelo romantismo, essa noção do específico das comunidades nasso, das identidades nacionais, identidades regionais e da mutabilidade das sociedades no tempo, isso tudo foi cobrado pelo romantismo. Mas o pessoal do século XVIII não existia, então ao argumentar em favor da democracia eles apelavam a princípios universais e fizeram de todas as regras básicas da democracia princípios universais, como por exemplo dos direitos inalienáveis, a expressão direitos inalienáveis do ser humano ou direitos inatos do ser humano é uma expressão que não faz o menor sentido, um direito não pode existir por si mesmo, não pode ter uma existência substancial, porque o que é um direito? Um direito é uma obrigação que alguém tem para com você, quer dizer que é a obrigação que determina a substância do direito e não ao contrário, então dizer que um direito é um modo metonímico de pensar, você está falando da coisa não pela sua substância mas pelo seu efeito, por uma das suas manifestações, do mesmo modo, as noções de liberdade, igualdade, fraternidade, todas elas do ponto de vista prático são coisas muito boas, mas se você as eleva ao nível de princípios universais você cria contradições que não acaba mais e em resultado a democracia tem que viver de permanente negação dos seus princípios. Se você pensar por exemplo, o que é a liberdade? Vamos tomar no seu senso mais elementar que a ausência de coerção, qual a diferença entre a coerção e uma obrigação? Isso não pode ser definido em termos de liberdade, mas tem que ser definido em termos da obrigação, portanto a liberdade é um princípio cujo sentido depende da sua negação ou limitação, famosa frase, a liberdade é um termino onde começa do outro, ele diz muito bem, então você está dizendo que a liberdade é definida pelo seu limite, é aquilo que é definido pelo seu limite ou pela sua negação, por aquilo que se oponha a ela, evidentemente não tem substancialidade alguma e a igualdade, na hora que você proclama a igualdade como princípio você no mesmo instante estabeleceu uma desigualdade, aquele que proclamou o princípio e os que vem depois. Também se você pensar assim, você diz, mas nós nos referimos apenas a igualdade perante a lei, eu digo muito bem, então começa assim, igualdade perante a lei penal. Quer dizer que duas pessoas estão sendo julgadas, não interessa se uma é rica, pobre, preto, branco, será tratada de maneira igual, porém é só perante a lei penal, que elas são iguais, podem ser iguais perante todas as leis, por exemplo a lei tributária. O que quer dizer igualdade? Até aqui é um sujo que ganha 10 bilhões por mês e estou aqui, eu que ganho 200 reais e nós pagamos um imposto igual, pagamos 10%, vamos supor. Aí tem que lembrar que é o negócio do William Blake, a mesma lei, pro lobo e pro cordeiro em justiça, então já começa a mandar a impossibilidade de você resolver essas questões mediante o conceito de igualdade, você vai precisar recorrer a outro conceito que nega a igualdade. E do mesmo modo, a fraternidade, bom, a fraternidade entre todos os seres humanos em nível igual ou só aqueles da sua nação, ou só aqueles do seu partido, isso não é possível definir, você terá que colocar limites à fraternidade, você não pode exigir, por exemplo, que o soldado do seu exército se confraternize com os desertos adversários, você tem que confraternizar entre eles e tentar matar o adversário, então isso é que são conceitos absolutamente insubstanciales, que eles podem ter uma expressão prática, mas uma regra prática é definida por um monte de restrições, e um princípio não, um princípio ele tem que valer por si mesmo, com princípio de identidade, porque não tem barriga midói, sempre ele vai valer em todas as circunstâncias, até pra você discutir o estilo, até pra você questionar, só pode questionar com base dele mesmo, então isso é realmente um princípio, é isso, o princípio de amar a Deus sobre todas as coisas, não tem como você limitar isso aí, porque isso já está aberto pro infinito, sobre todas as coisas, quais coisas, todas, então esses são princípios de verdade, mas direitos de sinalianave, liberdade, igualdade de fraternidade, não, são regras práticas, regras práticas são, elas têm que se enviar com o manual de instruções, elas já implicam, a necessidade de uma série de limitações, se você as transforma em princípios universais, você certamente vai obrigar a coitada da democracia a viver-se negando, toda hora ela vai ter que negar a liberdade da liberdade, negar a igualdade, e assim por diante, então isso quer dizer que chega um certo ponto em que a ideologia democrática se torna indefensável, tanto são as suas vulnerabilidades e contradições, é o passo que se ela em vez de ser definida por esse princípio grande e louco antes, que na verdade não são princípios, são eslogans, se você quer transformar, pegam eslogans e se transformam em princípios, como eslogan, publicitar, vale, evidentemente, se fosse definida em termos de simples regras práticas de bom senso, seria muito melhor, na verdade quando você vê alguém defendendo eficazmente a democracia, ou como fazem os economistas austríacos a liberdade de mercado, eles sempre fazem em cima, não de princípios universais, mas de argumentos de bom senso prático, isso é o máximo que a democracia deve servir, isso quer dizer que a democracia nunca terá uma doutena universal perfeita e acabada, que possa se impor em termos de princípios, quer dizer, criar esses princípios, esse pseudo-principo, para efeito de retórico e de propaganda, mas intelectualmente isso foi um erro absolutamente desastroso, é isso, bom, eu vou explicar isso melhor nos próximos artigos, tá bom, então por enquanto até semana que vem, muito obrigado.