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Bem-vindos. Antes de tudo, queria avisar que na segunda parte desta aula, onde ele responde as perguntas, antes de responder as perguntas, eu vou fazer uma breve apresentação da nova rede social, do Real Talk. Assim, um coisa de cinco minutos que depois será destacada da aula enviada para o pessoal da Radiovoque para começar uma difusão mais sistemática disso aí. Nós já anunciamos um pouco aí pelo próprio Facebook, irônicamente. E eu vou dar alguma explicaçãozinha a mais sobre isso na segunda, antes de começar as perguntas, mas que não estranhe a mudança de assunto na segunda parte. Nesta primeira, eu queria retomar o tema da aula passada, da perda da cosmologia medieval, que na verdade não é medieval, é bem anterior. Nós podemos de certo modo usar a mesma, o mesmo critério de divisão pornológica empregado pelo C.S. Lewis neste livro, The Discarded Image, a imagem descartada, por que o título se refere precisamente a essa cosmovisão. E ele divide a história das cosmovisões em três etapas. Nós temos uma etapa que ele chama de selvagem ou primitiva, onde a imagem do cosmos reflete segundo ele, não segundo este que você fala. A reação imaginativa do homem primitivo, entre aspas, a visão do universo e da sua própria posição do universo. Depois, uma segunda imagem que seja justamente a medieval, que já não reflete essa experiência direta e primitiva, mas já toda uma tradição de maneira que a visão do mundo homem medieval não expressava tanto a sua experiência quanto uma acumulação cultural que vinha já desde a antiguidade. E ele, para comprovar isso, cita inúmeros textos da antiguidade que serviram de base para a cosmovisão medieval. E ele ressalta que os homens dos intelectuais da idade meda eram essencialmente homens livrescos para eles. A leitura era um instrumento fundamental, então essa documentação que vinha da antiguidade tinha um peso enorme para eles. Na Javau vão voltar esse assunto dessa documentação. E em seguida existe uma terceira etapa, que seria a etapa moderna, onde a visão do mundo é baseada na observação científica, também entre aspas. Embora essa divisão coronalógica, ela, grosso modo, esteja certa, eu acho que ela não é satisfatória pelo seguinte fato, quando você observa algo da cosmovisão antiga, das civilizações antigas, você vê nelas um requinte científico, matemático muito superior àquilo que nós temos hoje na modernidade. Um exemplo disso é o grande livro do arqueólogo polonês René Chivalo de Ljubić. O livro foi publicado em franceses, o Tivoletan de Ljom, são dois volumes imensos, onde ele expõe as observações que ele fez no tempo de Luxor, no Egito, interpretando o tempo de Luxor como um modelo cosmológico. E a coisa é de uma riqueza e de uma precisão quase inimaginável. Sem falar os elementos da tecnologia egípcia que a teoria são inexplicados, até hoje ninguém sabe como que para construir as pirâmides eles conseguiam levantar pedras do tamanho de uma casa para empilhar as 50, 60, 70 metros de altura, de modo que eles têm um avanço tecnológico que ainda não está explicado e que a nossa ciência, do qual a nossa ciência não consegue dar conta, de modo que interpretar a cosmóvisão da antiguidade como um simples fantasia imaginativa resultante do impacto do universo sobremente do homem primitivo não me parece de maneira alguma correta. O que nós temos que admitir é o seguinte, essa cosmóvisão primitiva é um mistério, nós não sabemos daonde ela surgiu, mas pela sua riqueza e complexidade ela evidentemente não pode ser explicada por nenhuma psicologia do homem primitivo. Aliás essa teoria do homem primitivo já foi, o Probrejo faz muito tempo, quando o próprio criador da teoria, Lucien Levy-Brull, no início da sua carreira ele criou a teoria da mentalidade primitiva explicando que a mente do homem primitivo funciona de uma maneira diferente da nossa e depois no fim da sua carreira ele pediu uma sessão na academia francesa e disse olha a minha teoria está totalmente errada, as categorias de conhecimento são a mesmas, a lógica é a mesma, enfim eu não vejo nenhuma diferença entre a mente do homem primitivo e a do homem moderno a não ser algumas informações que nós temos e que eles não tinham e outras que eles tinham e nós não temos. Então em vista disso eu acho que qualquer conceito de primitivo tem que ser visto assim com muita suspeito, pelo menos com muita prudência. Eu me lembro do episódio em que havia uma região do Nordeste que estava com uma seca desgraçada, ninguém conseguia resolver aquilo, não conseguiam transportar água, não conseguiam fazer chover, não conseguiam nada, daí alguém no governo Fernando Henrique teve a ideia de chamar dois Pajés indígenas que diziam que eles sabiam fazer chover e chamaram os Pajés e os Pajés foram lá e fizeram os ritos deles e disseram vamos sair daqui que vê uma ópeda água e de fato veio. E daí aparecia todos os intelectuais dando grandes explicações antropológicas, digo escuta mas uma explicação antropológica não pode explicar um fenômeno atmosférico, isso aqui é uma coisa elementar, a cultura indígena esqueci sim mas peraí o problema é que algum conhecimento do modo operando e dá natureza física eles tinham, se não essa coisa funcionou é porque eles sabiam fazer funcionar e vocês não sabem, então como é que você que não sabe fazer o que ele está fazendo vai conseguir explicar o que ele está fazendo, é mais fácil indo explicar a sua cultura do que você explicava dele, já que ele está nesse ponto pelo menos você está sabendo mais. Então essa questão vamos dizer do valor de veracidade objetiva dos conhecimentos ditos primitivos ou medievais etc etc é a questão que é sempre escamoteada em todas essas discussões, quer dizer o estudioso moderno já assume uma postura de que a nossa cultura é superior sabe mais abrange mais etc etc então tudo que está na outra cultura só pode ser explicado subjetivamente, são elementos daquela cultura, são criações culturais etc etc sim mas tudo que nós fazemos são criações culturais, agora acontece que algumas criações culturais refletem algo da realidade objetiva e outras não, isso quer dizer você não vai comparar por isso a tecnologia desses dois pages, a história do chapéuzinho vermelho, não é mesmo, as duas são criações culturais, só que esse conhecimento deles algum valor científico objetivo tem o qual você não sabe explicar, agora a ausência de uma explicação não é prova da falsidade de uma ideia, não é porque eu não sei explicar a ideia do outro que ela passa a ser falsa, ao contrário se ele sabe fazer eu não sei e tão burso eu, eu não tenho nada que explicar, quer dizer a ignorância não pode explicar o conhecimento por definição, né isso, então ou você descobre qual é o princípio fundante da tecnologia desses dois pages ou então você cala a boca burro e vai aprender com eles, do mesmo modo como o Orlando Vilaçoboas, mas eu me contou uma história fantástica de dois meninos índios que haviam se perdido no mato e ele ressaltava isso, o pessoal da cidade pensa que índio gosta de mato, índios tem terror do mato, só quem vai pro mato são os caras mais velhos, pedindo, o pessoal da taba não sai dali, não é besta, né, mas esses dois meninos tinham se metido no mato e sumiram e foi funai, exército, todo ono, todo mundo lá procurando os moleques, não acharam e também ouviram falar de um pajé que tinha numa outra tribo e que achava qualquer coisa ou qualquer pessoa e chamaram o pajé, ele nos reuniu todos numa oca, grandes, fez lá os ritos dele, disse quando eu terminar aqui os meninos vão estar na porta e dito e feito, quando ele terminou apareceu os dois meninos na porta, eu sei fazer isso, eu não sei, o Orlando Vilaçoboas também não sabia, ninguém sabia, o pessoal da ONU também não sabia, o pessoal da funai também não sabia, agora vão aparecer naturalmente as explicações antropológicas, agora de novo, como é que uma explicação antropológica, né, pode explicar a localização de duas pessoas no meio do mato, a antropologia não trata disso, né, a antropologia não é, não é topografia, não é geografia, não é aerofotogrametria, não é nada, não é nenhuma das técnicas capacitadas a localizar uma pessoa no meio do mato, então isso quer dizer, aquele pajé tinha alguma tecnologia que nós não conhecemos e que portanto nós não podemos explicar de maneira alguma, então esse privilégio, vamos dizer, da explicação é um dos elementos, vamos dizer, do culturocentrismo, ou como eu costumo chamar, o cronocentrismo, quer dizer, você acha que a sua época, o seu tempo é o centro iluminado e o resto tudo são zonas de sombra, nas quais o nosso tempo iluminadíssimo vai lançando a sua luz, tá certo, eu acho que isso é uma coisa tão fácil de impugnar, tão fácil de desmascarar que os fisos só não o fazem porque estão interessadas nisso, porque de algum modo o prestígio delas depende desta mesma preconceito cronocentrismo, eu percebi isso muito tempo atrás, acho que mais de 40 anos atrás, eu percebi que tinha um treco errado nisso e eu percebi que para minha própria formação, eu jamais poderia seguir esse critério cronocento, eu não posso embarcar nessa. Quer dizer, eu quero me aproximar, quando jovem estudante eu pensava, eu quero me aproximar dos melhores conhecimentos que existem, a disposição do ser humano, eu como não tenho que prestar satisfação a nenhum correio conneverstário, eu posso investigar onde eu queira, eu posso vasculhar tudo, eu posso ler o que eu quiser, tá certo, eu não tenho que ler só aquelas coisinhas para fazer um exame no fim do ano, então eu estou livre para investigar, então eu quero procurar o que há de melhor, de mais válido, de mais sólido, de mais útil, em todos os elementos culturais que eu vasculhar. Então duas coisas se tornaram para mim uma espécie de princípio guiador, o primeiro é aquele famoso princípio jornalístico que ninguém segue, que é ouvir o outro lado, isso é uma coisa que na verdade ações todo mundo diz, mas que ninguém jamais pratica, quer dizer, se você está de um lado você tem que ouvir o outro, mas o jornalismo só ouve o outro lado para escolher um baco em ele, evidentemente, né, é assim como fizeram agora no Fox News, o debate com o<|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|> DDfi a intenção da Fox News, a Fox News, a intenção não era fazer um debate honesto, era queimar o Donald Trump os outros candidatos todos são muito fracinhos, não intelectualmente, tem alguns caras, eu acho o Mike Huckabee, eu acho um gênio mas infelizmente ele não é popular, não tem voto, e de repente aparece esse maluco do Trump que encantou todo mundo eu só estou simplesmente dizendo que todo mundo sabe, ele até disse muito corretamente, se não fosse por mim o tema do imigrante ilegal nem apareceria neste debate, e você veja, os imigrantes ilegais são responsáveis hoje por 30% dos homicídios nos Estados Unidos quer dizer, eles não são nem 10% da população, mas eles fazem 30% dos homicídios, então é claro que é um assunto grave e então, você vê que esse debate da Fox News é um modelo do jornalismo atual, quer dizer, você finge que varou o vírus do outro lado mas você não vai ouvir, você vai fazer um processo contra ele, você está julgando o outro lado, né? quando comecei a trabalhar no jornalismo, de fato não era assim, as pessoas tinham aquela precaução de, eu vou tentar ouvir os dois ou três ou quatro lados sem julgá-los, entrega o material para o leitor e ele cria a sua conclusão então, este princípio que se é válido no jornalismo, é infinitamente mais válido nas ciencias ele é o princípio mais violado, mais desprezado em todo o universo do conhecimento moderno então, ouvir o outro lado, principalmente aquele lado que não é normalmente ouvido e isso significa, vamos dizer, você se abrir justamente até para aquelas ideias de opinião que lhe parece as mais repugnantes, à primeira vista se elas me parecem repugnantes, eu tenho que botar isso entre parentes, estudá-las e depois chegar a concluir vamos ver se elas são repugnantes mesmo, se eu estava enganado isso quer dizer que você tem que ouvir o ponto de vista nazista, comunista, vegetariano, espírita, tudo, tudo, tudo aquilo que você menos gosta é o que você tem que ouvir até outro dia eu estava lendo um depoimento do Pedro Settama e depois de muito tempo ele se dividiu fazer um curso de letras e ele disse, olha, nem tudo aqui é ruim daí ele começa a citar o George Lucas, você descobriu que existe o George Lucas, falou, mas isso tem que ter algum valor, claro que tem mas isso eu não sabia, 50 anos atrás, aos 17, 18 anos eu estava lendo o George Lucas que nem um doido entendo perfeitamente o valor disso, comparado comigo, o George Lucas era um gigante eu era uma formiga, só que depois o nosso senso de medida vai se aprimorando eu sei, bom, George Lucas é um pensador bom, mas comparado com Eric Fiergeling ou com Bernadolone ou com Zubyli, é um mico então, normalmente nós julgamos a estatura das pessoas pela nossa própria estatura então aquilo que parece grande em comparação com nós, que parece sempre giganteço que às vezes não é porque tem outro gigante maior a prova você adquirir um senso de medida que reflita a objetividade das coisas dentro de uma escala universal você precisa ter adquirido muita coisa, você precisa ter estudado muito tempo então isso não é coisa para o moleque, você começa a ter algum senso de medida depois de 40, 50 anos, 50 na verdade por isso mesmo que você vai ver que as grandes obras filosóficas foram escritas por homens de 50, 60 anos e não por jovens filosofia não é como poesia ou como matemática ou como música, no qual aos 12 anos o negro pode ser um gênio não existe gênio filosófico de 12 anos de idade, nem de 15, e se você quer saber, nem de 20, tá certo? quando aparece um gênio filosófico é como Otto Weininger, é um gênio, tem umas ideias esquisitíssimas tão esquisitas que ele leu o próprio livre e decidiu estourar os próprios miolos então é um dos poucos gênios precoces com uma teoria que é muito sugestiva mas na maior parte dos casos está errada é um produto de imaginação e não de sabedoria, então essa foi a primeira norma, ouvir sempre o outro lado isso quer dizer, por exemplo, que até hoje eu sou conhecido como um sujeito muito anti comunista até hoje eu leio as produções comunistas em toda abertura, com toda compreensão, sou admirador do António Negre eu acho que ele é um caro admirador assim, pela força, não pela qualidade humana, ele não presta, mas é um gênio assim como o Lukakis também não prestava mais, é um gênio, então até hoje eu me abro pra essa coisa, eu não tenho medo da contaminação isso eu quero ensinar pra vocês, se você não quer se contaminar com as ideias do seu adversário, você não pode ouvir você tem que se recolher, fechar dentro de uma redoma, uma alminha pura, candida que não pode ser contaminada não pode ver um exemplo da revista Playboy na banca que vai corromper a sua alma, se é assim, é melhor você não estudar nada você fica naquela inocência poeira, agora se você é um homem de estudo, você vai se contaminar porque senão você é como um guerreiro que não quer ter contato com o inimigo, isso é onde o inimigo vai, é onde você não vai, não, eu não quero encostar nisso aí porque faz mal eu digo como é possível você fazer uma guerra, como é possível você trocar sopapos com o sujeito sem encostar nele, sem sujar as suas mãozinhas, não é possível então, se isso vale para a guerra intelectual, como vale para qualquer outra guerra? então esse é o primeiro princípio, o segundo princípio foi um corolário, uma consequência desse é aquela frase do Leo Paul von Rahn, que é o grande fundador da história moderna, a ciência histórica moderna, todas as épocas são iguais perante Deus então eu não vou privilegiar o ponto de vista do meu tempo, não vou achar que quem veio antes de mim é necessariamente mais burro do que eu porque você não precisa ser muito inteligente para perceber que patão é mais inteligente do que você, é certo? e às vezes você encontra nos autores antigos algumas noções que são erradas, que foram demonstravelmente erradas, é certo? mas você tem ideia de quantas ideias demonstravelmente erradas você tem? você não tem ainda eu vi o número das minhas ideias erradas que foram sendo superadas ao longo tempo é enorme, então não adianta ter o rio de um autor antigo pensando que ele sabia menos do que eu, porque eu também sabia menos do que eu, para algum tempo então, à medida que eu fui avançando nessas coisas, eu vi que toda a ciência antiga e medieval era terrivelmente mal compreendida pelo Estébric do Antacadêmico, que embora houvesse dentro desse Estébric sempre alguns estudiosos mais profundos que dedicavam alguma atenção melhor a essas coisas e entendiam que não estavam entendendo então, um desses tópicos que eu vi que a modernidade não entendia e sobre o qual eu escrevia algumas coisas até muito toscas, 30 ou 40 anos atrás é exatamente esse problema da cosmovisão ou da representação gráfica da cosmovisão então, hoje você pega por exemplo um mapa geocêntrico da idade média e pega um mapa heliocêntrico agora e diz que aquele lá estava errado porque nós agora sabemos que as órbitas planetar nas são heliocêntricas isso é muito bem, acontece que fazendo isso você está comparando não duas cosmologias mas duas cosmografias, dois desenhos, dois mapas apenas acontece que se você perguntar o que está contido num mapa atual, apenas as posições dos astros, nada mais, ali não tem mais nada quer dizer como se você tirasse um retrato do céu e pronto, num mapa medieval tem muito mais do que isso aquele mapa é o mesmo tempo, um mapa dos céus e um mapa da consciência humana, os dois articulados entre si isso quer dizer que o mapa geocêntrico da idade média heliocêntrico também porque existia já modelos heliocêntricos na mesma época esses mapas antigos não eram pura cosmografia, eles eram um resumo gráfico de uma cosmologia, quer dizer de uma concepção integral do cosmos, da posição do homem, dele, do destino humano e de toda a realidade espiritual que transcendia a própria condição física do ser humano tudo isso está contido num mapa medieval, então quando alguém quer dizer que esse mapa está errado, fala que ela está errado sob um ponto de vista que é o seu ponto de vista limitado que é puramente cosmográfico agora, que mapa cosmológico você e toda a ciência atual tem a oferecer o ser humano? resposta nenhum, então vocês não têm um produto idêntico para comparar com aquele, dizer que o seu é melhor vocês simplesmente não entendem o produto antigo e comparam com alguma coisa que não tem absolutamente nada a ver porque uma das características dessa cosmografia, cosmologia medieval era a ideia da coexistência de dois centros um centro humano e um centro vivino então quando colocava a Terra no centro, que é a Terra, é o ser humano então este é o centro da nossa perspectiva e, aliás, é até hoje, todos nós andamos sobre a Terra e, como dizia Edmond Russo, essa Terra na qual nós andamos não se imove a única Terra que se imove é uma Terra hipotética vista de uma posição celeste bom, hoje até nós podemos andar um satélite, fotografar, filmar, etc, mas durante muito tempo no tempo do próprio Copernicus, o ponto de vista do qual se podia falar de um movimento da Terra era um ponto de vista extra terrestre, no qual ninguém podia se colocar materialmente e que, portanto, não podia ser testado fisicamente, ele só podia fazer, vamos dizer, certas deduções matemáticas, dizer, deve ser assim ou deve ser assada então, é a mesma coisa que dizer, um mapa cosmológico nós não temos hoje então se veja, neste mapa, me deva o antigo, que é o mesmo do tempo de Cicero e da Idade Média as várias esferas planetárias correspondem a distintas dimensões da experiência humano exatamente como aparece também no livro do Morridin ibn Arabi, a chave espiritual da srgm musulmana que foi, não era o livro de ibn Arabi, é um livro do Titus Burkart baseado no ibn Arabi mas provavelmente ibn Arabi copiou de uma fonte ocidental porque você já tinha os modelos de Santiago de Bingham 70 anos antes do nascimento de ibn Arabi, portanto, ele pode ter recebido essa informação por lá e ele trata estas esferas planetárias como se fosse escalas numa ascensão espiritual onde o iniciado sufi, à medida que transpunha as escalas planetárias, chegava a outras dimensões de consciência que lidavam à absorção do conhecimento essencial, estrasido por profetas anteriores então o que se passa é a esfera lunar e a esfera lunar era ativa nessas duas cosmologias, tanto na medieval quanto na islâmica como a fronteira entre o mundo da existência física e o mundo criatório então você obtinha ali alguns conhecimentos que tinham sido trazidos por Adão seria o primeiro dos profetas e ele coloca Jesus como um profeta entre outros, uma é normal no mundo lã então você passa pela esfera de Jesus, pela esfera de Arão e assim até chegar a última esfera que era a esfera de Abrão e a partir da esfera de Abrão terminava o que se chamava os pequenos mistérios o que são os pequenos mistérios? São os mistérios de ordem cosmológica, os mistérios sobre a estrutura do cosmos e sobre a posição do homem da do corpo e isso aumenta a partir daí você passava para os conhecimentos de ordem espiritual para que ele pudesse lidar pessoalmente então esta divisão de pequenos mistérios e grandes mistérios atravessa toda a história desde na antiguidade até o século 18 por assim dizer então isso articulava a imagem física do cosmos com a sua imagem funcional do ponto de vista da consciência humana e o detalhe mais interessante era justamente a coexistência de dois centros, um centro terrestre, um centro solar mas o próprio C.S. Lewis, nesse livro, ele dá algumas fontes antigas a respeito deste centro solar então ele diz o seguinte ele está se referindo aqui à República de Cícero, na Orpulha de Pratão, onde num capítulo tem uma história que se chama o sonho de Scipião então Scipião Neto está conversando com Scipião, o avô e o avô lhe dá uma série de explicações e entre essas aparece o seguinte no capítulo 17 podemos notar que o sol é a mente do mundo, Mens Mundi o vídeo, no capítulo 4 Metamorfose, fez do sol, Munde óculos, o olho do mundo Pliny o Velho, na história natural, capítulo 2, reverte a Cícero com uma pequena mudança, Munde ánimos, alma do mundo Bernardo Silvestres usou ambos esses títulos do norífico Mens Mundi e Mundanos Cueóculos, que é a mente do mundo e o olho do mundo John Milton, que não tinha lido Bernardo, mas com certeza tinha lido o sonho de Scipião e o vídeo e provavelmente também Pliny faz o mesmo tem o verso 2 sol deste grande mundo olho e alma Shelly, desde a século 19, Shelly provavelmente tendo em mente ainda John Milton, levanta a imagem do olho a um nível mais alto o olho com que o universo se contempla a si mesmo, esse reconhece divino você verá a antiguidade e permanência dessa imagem do sol como o olho do mundo, que vai desde... quando o Psícil escreveu isso, já era uma coisa velha, já estava na mitologia fazia tempo e vem até o século 19 ainda, se pleia no século da eclosão do cientificismo moderno, essa imagem ainda aparece em Shelly então eu me pergunto, mas esta é uma imagem literária? é claro que não, porque o que do mundo seria visível sem o sol? aí eu remeto vocês a apostilas da tribo intuição onde eu digo que esta identificação do sol com o olho e com a consciência é uma coisa estrutural no ser humano você não pode ser apagado, porque em qualquer situação onde você não tem uma iluminação artificial uma fonte de iluminação artificial, então o mundo é visível quando tem sol e se torna invisível quando não tem sol a não ser que você tenha um reflexo lunar que dá uma iluminação parcial, mutável, instável etc então você tem esses dois tipos de iluminação, uma iluminação plena, estável e outra iluminação parcial e instável então quer dizer, o simbolismo do sol e da lua é o que eu chamo simbolismo natural, ele não pode significar outra coisa isso não é uma imagem literária, não é uma figura de linguagem, isso é a tradução de uma experiência estrutural do ser humano claro que a civilização urbana coloca a disposição do ser humano tantas fontes secundárias de iluminação que o indivíduo pensa que sempre foi assim, que sempre houve luz elétrica, que o homem de Neanderthal também acionava um interruptor e aparecia uma luz, mas vira durante milênios a experiência correta do universo material, da visão do universo material o sol é o olho do mundo meu Deus do céu, então nós somos o olho do mundo não, nós participamos disso nós também somos iluminados e graças a isso nós vemos, porém nós não estamos no sol, nós estamos na terra então você tem esse duplo, essa tensão do duplo centro, é uma tradução muito exata da, por exemplo comparar isso com a famosa definição pitagórica da filosofia, como amor a sabedoria isso quer dizer, o filósofo não é um sábio, ele ama algo que está acima dele e esse algo, se ele pensa que aquilo é amável e digno de ser possuído, é porque essa sabedoria não é hostil ao homem mas ao contrário, ela de certo modo também ama ao homem então você tem a sabedoria que busca, o homem, o homem que busca a sabedoria então essa é outra experiência que é estrutural e permanente no ser humano todos nós estamos nos dirigindo, vamos dizer um conhecimento que não é superior mas que não nos é hostil, ele nem foge de nós e nem nos engana ele está ali para ser possuído pelo ser humano, não possuído completamente, jamais só temos fragmentos assim como nós não recebemos o sol, mas apenas raios de sol então você vê como essa imagem antiga e medieval, ela traduzia toda uma concepção da posição do homem no cosmos e não somente os lugares dos planetas e você vê até a disputa de geocentrismo e aliocentrismo, não faz diferença sobre esses aspectos se você tem o duplo centro, então você pode desear tudo a partir daqui ou a partir de lá que você vai dar na mesma, não é isso? então quando se perde esta cosmologia, se perde a possibilidade de interconectar as várias dimensões da vida você ver aqui, pela cosmovisão medieval, por exemplo, você podia associar determinadas criações artísticas ou criações poéticas a certas posições, a certas esferas planetárias e hoje você pode fazer isso? por exemplo, se você pega um tratado de astronomia hoje, você pega esse tratado de astronomia a partir deste e cria alguma relação entre todas as conhecimentos astronômicos e, sei lá, a obra de William Shakespeare ou a divina comédia, ou as instituições do estado americano, a constituição de qualquer republica ou ao regime comunista ou qualquer outro fato da história humana, não há correlação não há nenhuma possibilidade de você correlacionar uma coisa com outra ou seja, do ponto de vista da compreensão da situação real do ser humano na história e no mundo a ciência astronômica é inútil, ela só serve para você estudar astronomia e para você fazer viagens teplinetárias, etc. talvez para orientar os navios, serve para esses fins práticos, mas não tem significação isso quer dizer que com o banimento da ciência medea, foi banido também a ideia do significado dos fatos você só pode estudar os fatos abstraindo suas significações, não tem significação humana nenhuma a significação humana é colocada apenas com uma criação cultural que não tem nenhum fundamento na realidade material mas como? você está querendo dizer que todas as culturas que existiram foram puras e invencionistas sem base material alguma, sem nenhum conhecimento do universo material e essas culturas sobreviveram? como é possível? isso seria uma maior milagre todos os tempos quer dizer, todas as produtos culturais da civilização estão tudo loucura, imaginação, fantasia e não entanto as civilizações crescem, prosperam, duram milênios etc etc então é uma coisa inteiramente absurda, ou seja, ou essas civilizações tinham alguma noção objetiva da constituição do universo material embora a constituição do universo material em si mesma não lhes interessasse, mas lhe interessasse sobretudo a correlação com a vida humana ou então nós vamos ter que explicar toda a história humana como uma sucessão extraordinária de milagres só para poder conservar essa ideia da superioridade da ciência moderna quer dizer, para não abalar a autoconfiança do cientista moderno você vai ter que explicar toda a história humana como uma sucessão de milagres só que daí a história como ciência vai para as concuias também então você vera como essa simples decisão de ouvir o outro lado e sobretudo ouvir os outros tempos quer dizer, você não apenas quebrar o culturocentrismo, o cronocentrismo não apenas quebrar o culturocentrismo, é quebra também o cronocentrismo como eu expliquei naquela conferência da UNESCO os mais excluídos dos excluídos, que são os mais excluídos, são os cara que já morreu e que não falam mais eles só falam se você for lá e lê o que eles escrevendo quer dizer, eles não tem voz ativa, eles tem uma voz passiva por assim dizer que você que tem que desinterrar e fazê-los falar quer dizer que sem um porta-voz atual, os mortos morreram duas vezes morrando fisicamente, uma vez morrer historicamente porque ninguém quer mais ouvi-los mas quando você se dispõe a ouvi-los, você, a sua imagem do mundo, modifica completamente você percebe como engeno essa coisa da superioridade da cultura atual, isso é muito uma estupidez isso eu só posso dizer que você tem uma ciência superior quando você consegue explicar a ciência anterior de uma maneira melhor do que ela mesmo explicava mas, viu muito bem então, esta ideia do cosmos, do mapa cósmico como sendo ao mesmo tempo um mapa mais ou menos inexato do cosmos físico mas o mais exato possível com relação à ligação da consciência humana com esse universo ou você faz isso de uma maneira melhor do que os antigos ou então você para de se sentir superior, meu Deus do céu mas não é que a cultura moderna não faz isso de uma maneira superior a dos antigos ela não faz de jeito nenhum a ideia de, o que vocês ouviram falar, cosmovisão científica vocês sabem o que vocês estão ouvindo falar de uma coisa que não existe cosmovisão é uma visão abrangente do todo não é só um modelo de como o universo físico funciona você tem que explicar como dentro desse universo físico certas coisas acontecem na esfera humana então, como você vai explicar, por exemplo, a obra de Dante ou as catedrais góticas ou a obra de Shakespeare ou a própria existência da ciência moderna então, se o sredo me vem com um modelo evolucionista, por exemplo, de bom, tudo bem, pode ser que a evolução tenha acontecido mesmo só que é o seguinte, você vai me explicar qual é o elo causal entre a evolução e a existência de você mesmo como cientista como a evolução produziu você se você não tem essa explicação ou se você só tem como uma hipótese, quer dizer, eu suponho que a evolução ao longo de trilhões de anos foi combinando células etc etc e partindo, sei lá, num protozoário, criou eu que é o professor doutor catedral que não sei do que, na universidade não sei das quantas é uma construção imaginativa apenas eu me mostrei, quer dizer, o elo causal, sucessão de elo causais produziu Shakespeare é isso? vira, você não consegue explicar nem genétricamente por que que os dois sujeitos que, evolutivamente, na escala da evolução, alcançaram o altíssimo que aí por que que um escreveu as obras de Shakespeare e o outro não fez nada não tem essa explicação o mundo está cheio de pessoas de elevadíssimo que aí por exemplo, a Madonna tem um que aí muito maior do que Shakespeare supondo-se que você conseguisse explicar você toda a linhagem genética da Madonna desde o começo dos tempos até chegar na Madonna você ainda não explica por que ela sendo tão mais inteligente que o Shakespeare ela não consegue fazer o que o Shakespeare faz em suma na ciência moderna não existe nenhuma relação possível entre o cosmos físico e o mundo humano por isso mesmo é que dividiram as universidades, as faculdades em ciências naturais e as atisciências humanas e o que existe entre os dois é apenas o caminho que vai de um prédio ao outro essa é a única ligação então se é assim e significa as duas concepções tanto aquelas que existem nas ciências naturais e matemáticas quanto aquelas que existem nas ciências humanas são falsas por que? porque essas duas realidades existem dentro do mesmo universo o mesmo universo onde a Terra gira em todo o sol, o sol gira em toda a Terra é onde Shakespeare escreveu as obras e onde construir as catedrales medievais e onde aconteceu na história, aconteceu na polião, aconteceu as guerras, aconteceu o comunismo tudo isso aconteceu no mesmo mundo meu Deus do céu e não há relação nenhuma, você não consegue estabelecer uma relação? então a sua ciência está furada e o modelo medieval ainda é melhor do que o seu ainda que ele esteja errado e muitos detalhes ainda que como cosmografia ele não sirva como cosmologia ele serve melhor do que a sua ciência então isso aqui é uma coisa que muita gente sabe no mundo só que você verá, a ascensão do atual modelo científico não foi uma coisa que aconteceu só na esfera intelectual aconteceu também na esfera política, na esfera econômica, na esfera industrial etc e você tem um esquema de poder imenso que sustenta isso aí e que as pessoas moram de medo de que isso caia porque se cair todas elas caem junto então você vê que por trás da afetação de honestidade, de donoidade do mundo científico existe tanta mentira quanto em qualquer outra dimensão da vida humana aos petrolões e mensalões científicos em grande quantidade e de tudo isso qual é a conclusão que nós tiramos eu mencionei num artigo recente a ideia de Hegel de que o estado é a maior criação da razão humana porém Hegel não resolveu o seguinte problema se ele é a maior criação da razão humana ele não pode ser ao mesmo tempo o portador por excelência da razão humana porque qualquer coisa que seja uma criação não é a força que a criou se você pegar qual foi a melhor criação, sei lá, de um pintor, Velásquez você pega aquele quadro das meninas e diz que isso é uma maior criação de Velásquez isso quer dizer que o quadro das meninas conseguia pintar outros quadros tão bem quanto Velásquez? não, ele fez uma criação, era não uma força criadora então Hegel nos vendeu esse terrível engudo que o estado sendo a mais vasta, mais complexa e mais admirável criação da razão humana é ele mesmo a encarnação da razão e a partir daí acontece que o estado se torna o juiz de todas as verdades porém você lança uma teoria científica lindíssima como você faz para que essa teoria adquira autoridade para um teu público? só o estado pode dar certo quando a hora com o estado consagre, já está aqui, é verdade, isso tem que ser ensinado em todas as universidades aprontar e o estado legitimou a ciência isso quer dizer que a ciência é escrava do estado, meu Deus do céu ela tem que pedir pelo amor de Deus legitimia a minha teoria, senão ninguém me ouve agora o sujeito que ir lá no estado julga a teoria, ele seria capaz de criá-la? eu sou Albert Einstein, eu faço lá a minha teoria e de bom, aí tenho que pedir para o governante, para o ministro, não sei da que, por favor coloque isso nos currículos isso vai ser julgado por um minuto idiota que não é capaz de entender a teoria, meu Deus do céu você veja aqui naquele livro, o sonho de Descartes o sujeito demonstra ali, que as pesquisas matemáticas hoje é tão complexa que os chefes de departamento não conseguem entender as pesquisas do seu subordinado e portanto eles liberam verbas a cegas tem aqui o nego dizendo que essa pesquisa é importante, vamos dar uma verba para ele eu não estou entendendo nada o que ele está falando então solta a verba, mesmo no próprio nível universitário a autoridade da ciência depende de quem não tem nem ciência, nem autoridade nenhuma mesmo dentro da universidade, agora você imagine a esfera total do estado você imagine, por exemplo, quando a sua teoria chega na mão do Fernando Adade para ele julgar, ao invés de ela entrar no currículo, não, eu digo, você está lascado, meu filho você está pegando esses símios, antropóides para julgar sua teoria mas eles têm autoridade, você não tem porquê, porque eles são o estado quando nós percebemos isso, nós temos que perguntar, pera aí, pera aí se o estado é de fato uma grande criação humana, é só você ver a complexidade da coisa isso não é, a mais complexa fuga de bar é apenas comparado com a estrutura do estado é uma coisinha de nada, então é uma grande criação da razão humana mas por isso mesmo ele não pode ser a encarnação da razão humana ele não pode ter autoridade da razão humana então foi aí que eu comecei a plantar, pera, quem tem autoridade da razão humana? o portador da razão humana quer o ser humano então cada ser humano pensando, cada ser humano tem algum conhecimento eu não lembro quem foi que falou disso, os poetas são legisladores não reconhecidos da humanidade os poetas não, cada um de nós é um legislador não reconhecido na medida em que somos capazes de conhecimento real o objetivo, qualquer cidadão é capaz de isso, um mendigo quando eu estudava no ginásio eu ia tomar, de verdade, sair do ginásio, que era um parque de segundo subia e ia no café moca na praça da sérfina, tomava um cafezinho e lá tem um mendigo árabe chamado Yunnan Raçã Boulos era um mendigo absolutamente fedorento, nojento, nojento, nojento, nojento que ia lá, pedia para nós pegar um cafezinho para ele dar um cigarro para ele fumar e daí eu puxava o papo com o Yunnan e era um homem cultíssimo ele sabia trechos de hipóteses e árabes, filosofias e arroz, eu me digo o que que o cara está fazendo aí é simples, ele chegou em um lugar onde toda essa cultura árabe não servia para nada e ele virou um mendigo e aí já estava velho, não dava mais para começar outra carreira o Yunnan é um portador da razão humana, ele é um portador do conhecimento humano ele tem a autoridade, então a autoridade divina, porque qualquer negra que diz 2 mais 2 é 4 diz isso com a autoridade divina, porque não fui eu que fiz 2 mais 2 é 4, foi Deus então eu estou repetindo, se eu digo uma verdade, então toda a verdade, Deus é a verdade e todo mundo diz, mas a verdade diz que a autoridade divina, qualquer um, qualquer Zemané esse mendigo fez dorento, eu parei de conversar com ele porque depois eu descobri que ele era homossexual ele queria me comer, e daí eu falei, eu quero a minha mãe, daí eu não fui mais no café mô eu nem sei se ele era homossexual, era assim, carência, sabe comer alguém era eu o mais bobo que estava ali, qualquer comigo, o negócio então, você vê, qualquer pessoa, o mais baixo na escala social, ele tem razão na sua plenitude então é o tal negócio, le sitoyan contra le pouvoir, o cidadão contra os poderes cada ser humano é portador da razão e tem nesse sentido, tem mais autoridade cognitiva do que o estado que não quer dizer que ele tem autoridade policial, jurídica etc etc o indivíduo humano está mais qualificado para julgar a verdade e a falsidade do que o estado né, isso, então, nesse sentido, então, tudo quanto é moda cultural vigente, pode ser posta em dúvida, criticado, contestado sem nenhum problema, nós não somos obrigados a aceitar isso só porque o estado consagrou principalmente se for o estado brasileiro, se olha o estado brasileiro, o que é? é um bordel, né? e eu vou aceitar aí o parecer de Dona Dilma, seu Lula, Fernando Adade, oh, pelo amor de Deus, Zedirceu, qual é? nós que estamos num país onde o estado é uma coisa podre que está caindo todo, nós levamos uma certa vantagem a desmoralização do estado não é uma coisa má em si mesma, né? por que que os cidadãos hoje tem a coragem de sair protestando na rua, né? fazer panelaço quando a presidente abre a boca? por que? autoridade do estado caiu, meu Deus do céu, e aparece a autoridade da razão peraí, eu sou um serpo pensante, eu estou vendo com meus próprios olhos, eu vou acreditar no que eu estou vendo e não no que esse palhaço está dizendo, então, neste ponto de vista, a desmoralização do estado é uma libertação do cidadão agora, se amanhã ou depois nós construímos um estado maravilhoso, perfeito, então tudo funciona nós podemos cair na idolatria do estado e nos tornarmos escravos dele e aceitar então, passar, aceitar imposições que contrariam e negam a nossa prerrogativa de portadores da razão você vê que o estado brasileiro tenta impor essas coisas, mas não está grudando, né? então, por exemplo, se perguntar, como nós vamos aceitar os transexuais socialmente? eu digo sim, temos que aceitá-los e tratar bem, mas não como mulheres, né? nós não podemos perseguir um sujeito e tirar o emprego dele só porque ele é um transexual, não podemos fazer isso mas se ele disse a panorca, que é uma mulher, você não tem um só órgão feminino, você não tem uma só célula feminina pegamos seu ADN, seu ADN é masculino, então você é um homem que não quis, você é homem que quis ser uma terceira coisa o que você é? eu não sei, isso não é problema meu, é problema seu, é você que tem que dizer o que você é mas aceitar como mulheres não podemos de jeito nenhum, porque isso nos coloca na posição daquela coisa do Grosso Marcos afinal, você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos pois eu apareço o seu Laerte na minha frente dizendo que é uma mulher, eu tenho que dizer não, não é não vou falar mal de você, por causa de você estar vestido de mulher, por causa de... vou fazer nada contra você, ao contrário, se fizer eu vou te defender mas querer me empingir a ideia de que você é uma mulher, fala não, eu não sou idiota eu não posso ser obrigado a furar os meus próprios olhos só porque você quer ser uma coisa que você não é então isso é uma imposição, vou dizer, brutal, isso não tem nada a ver com o moral sexual, pelo amor de Deus as pessoas que combatem isso em nome da moral sexual são trouxas, estão caindo no engodo isso é uma imposição cognitiva, destinada a desenvolver no cidadão o senso de que ele não tem a autoridade de olhar e saber ele tem que aceitar o que ele ouve, em vez da verdade, viu por aqui, ela vai vir por aqui desde fontes autorizadas se você vai ter que aceitar, então isso é uma mudança de dimensões antropolóricas é uma destruição da percepção humana, destruição da cognição humana e comparado com isso, o aspecto da moral sexual é um detalhe, viu o que eles estão escolhendo com a nossa moral não meu filho, estão escolhendo com seu cérebro, é muito mais grave, essa imposição onde ele, essa coisa de fazer o ser humano declarar o contrário do que ele está vendo, isso foi profundamente estudado pelo Alexandre Zinoviev, não não soviético Alexandre Zinoviev era um professor de lógica matemática e ele teve que inventar uma lógica especial para ele poder descrever essa situação lê os livros do Alexandre Zinoviev e vocês vão ver como é que o negócio funciona e como a destruição da inteligência e da consciência humana é profunda e às vezes irreversível, com efeitos neurolóricos, pior do que droga então sempre que você seguia pelo que você ouviu e prefere, vamos dizer, seguir o que você ouviu do que é aquilo que você está vendo você está trazendo um dano irreparável para sua consciência, você não pode fazer isso nunca na sua vida por mais boa vontade que você tem, você está dizendo essa coisa, não estou contra você, não quero te encontrar, mas eu estou vendo de outra maneira então, essa capacidade, você ver em que consistiu a filosofia grega, constituem três coisas está até um trecho clássico do Goulain-Marie, a filosofia consiste em três palavras, teoria, logos e ser, teorem, logos e on a filosofia consiste em olhar, teorem, o ser, realidade e dizê-la, dizer o que viu, isso é a filosofia se nós perdemos essa capacidade, bom, daí para dentro, a única coisa que nós temos para nos guiar, é a propaganda do PT, meu filho, ou do Obama, ou qualquer coisa assim então isso tem um dano, vamos supor que a sem vergonhice, a mais extrema putaria, se espalhasse por todo o universo, está todo mundo comendo a mulher do vizinho todo mundo fazendo suruba, etc, seria menos grave do que isso e você pode entrar na putaria e sair inteiro, eu mesmo sou uma prova viva disso você entra lá, depois você sabe, perde meu tempo, etc, está errada, você reconstrói a sua personalidade mas meu filho reconstrui a sua consciência depois que você perdeu, não tem jeito é assim, você não pode arrancar os olhos para estudá-los melhor, você tem, né? e é isso que as pessoas estão nos obrigando e nesse sentido, vamos dizer, toda a comunidade científica, na medida em que reforça, em que pede o benefacto do estado, vive dele, é certo? e o reforça, toda ela é culpada, é ela que permite, por exemplo, surgir um negócio como esse, um negócio do aquecimento global, que deu uma fraude monstruosa é isso, é isso que permite, por exemplo, as pessoas fazendo raciocínios tão imbecis como esse, com relação à caça é mais decente você comer uma vaca que, presa numa baia, foi eletrocutada, morreu com uma martelada na cabeça e poder se vender do que você comer, a carne de um urso que você mesmo matou com o risco pessoal a pessoa que pensa isso não perdeu totalmente o senso da proporção, pensa, vamos dizer, por imagens superpostas pensa pior do que um bebê, porque um bebê reconhece a realidade, ele não reconhece a toda, ele vai aprendendo, mas tudo o que ele aprende é porque ele reconhece o que ele está vendo não teve aqueles testes que mostraram que o bebê tem o reconhecimento imediato da beleza e da feiura? claro que o senso estético dele pode se aprimorar muito ao longo do tempo, mas se ele não tiver nenhum para começar, vai aprimorar o que? não, isso pode aprimorar o que ele existe, então o dano que essas coisas estão trazendo para o seu irmão, vai infinitamente além da sua moral e só olhando para esse lado, é que você percebe a monstruosidade dessa coisa então fica a recomendação, leio os livros do Alessio XIX, para você ver como é que a gente termina que tipo de lógica ele está na sua cabeça, que tipo de lógica ele está na sua cabeça não é uma opinião que eles vão mudar? não, vão mudar o circuito todo o modo operante da sua lógica, de maneira que você não possa voltar anterior então muito bem, por enquanto é isso, vamos fazer uma pausa e quando voltar, os primeiros 5 minutos serão uma apresentação da nova rede social do Real Talk e depois eu vou entrar nas perguntas, está bem? agora vamos passar para as perguntas, para a segunda parte da aula, quem se estão ouvindo, por favor avisem pelo chat então vamos lá, aqui Marcelo Rondon pergunta qual o ponto de estragamento ao seu jogo que estamos hoje no Ocidente? não o nosso objeto que de mais países comunistas, onde essas técnicas de destruição da mente foram aplicadas? quais são os resultados mais absurdos que podem ser comentados como ilustração? bom, eu acho que o primeiro e mais majestoso resultado é a economia soviética você ver aqui, durante 60 anos, ele que se propõe a fazer uma economia dirigida, planificada, centralizada essa é a economia toda, como se fosse uma obra de engenharia do governo todas as estatísticas econômicas eram todas inventadas quer dizer, onde eles propõem ter o maior controle? não tem controle nenhum, a economia soviética é um caos e foi assim durante 60 anos, esse como é possível, um país onde ministros tomam decisões com base em estatísticas que eles sabem que são falsificadas, esse coisa de hospício evidentemente tanto que a economia soviética, apesar de toda a ajuda americana que foi um negócio monstruoso ajuda americana é um negócio incalculável, eu já vou lhe dar uma ideia do que foi apesar de tudo isso, ao nosso evento foi pro brejo daí da hora que vai pro brejo, cai tudo aquilo, evidentemente o investidor estrangeiro vê aquele conjunto de nações em pandarécos e diz óbvaro, agora nós vamos entrar lá e comprar tudo a presa de banano e daí fica na geração seguinte, fica o rosto chorando, os imperialistas compraram tudo, levaram tudo que a gente tira, mas foi você que fez a desgraça se você não tivesse graçado do seu país, não aconteceria isso quer dizer, você espera que o estrangeiro fique só sempre ajudando você pensa que o estrangeiro é tudo bonzinho que não é o governo americano? ou não, eles têm interesse e eles vão lá claro, o investimento deles, por até ajudar alguma coisa no geral eles vão, é comprar tudo a presa de banano mesmo então isso é só um sinal da loucura, o outro sinal é o seguinte você imagina a União Soviética tinha a maior indústria editoral do planeta as edições estatais, quer dizer, que editora ocidental pode competir com a editora do governo soviético que imprimia tudo, né? da KGB, da KGB controlava isso de toda a produção de autores comunistas, durante 60 anos o que que sobrou? o que que vale a pena ler? nada tudo o que se produziu de bom não não soviético? foi clandestino, foi oposição, foi meio que, vamos dizer, contrabandeava manuscrito pro ocidente, mandava um manuscrito pra França, pra Inglaterra, pra Estados Unidos era publicado no exterior, o que sobrou da produção intelectual soviética? que é tudo o que era proibido então você imagina um imenso investimento de dinheiro, de tempo, de papel e de neurônus que foi tudo jogado pro buraco, hein? essa é loucura, evidentemente, e assim por diante, você tem mil outros exemplos, hein? Andrés C. Barbosa, pergunta, a respeita necessidade de ouvir sempre o outro lado eu gostaria de você comentar sobre o espiritismo, pode ser considerado que o cristão é uma deturpação do cristianismo? e se você não se refere a um lugar, é preciso distinguir entre os fenômenos espíritos, essa é a doutrina espírita muitos deles são comprovados e acontecem mesmo porém, as conclusões doutrinas que sentiram disso aí, eu acho que são uma confusão enorme quer dizer, primeiro que existe uma variedade muito grande e segundo, não é possível fazer o estudo desses fenômenos ao mesmo tempo, uma teoria científica, uma doutrina religiosa, não vai dar o cérebro humano não alcança isso, justamente isso que os espíritos tentam fazer mas eu acho que assim, eles estão tentando, ou seja, obter um resultado que o material que eles têm na mão não permite mas eu não quero dizer que esse material não seja valioso em si mesmo tem uma tremenda vespa aqui em cima, vou virar para lá picar de vespa é uma coisa horrível então eu acho que até hoje não foi feito um estudo sério, distinguindo essas coisas, quer dizer, quais são os fenômenos comprovados e que conclusões se podem tirar dela então eu acho, mas essa é apenas uma opinião eu te confesso, não estudeu a sua propriedade de vida, tem uma noção esquemática da coisa me parece que a pretensão de que todas as almas reencaram, ela é matematicamente enviável mas não quer dizer que não há jamais uma reencarnação, afinal de contas você vê por esses casos de experiência de quase morte, que chega lá no outro mundo, Deus manda ele de volta isso pode acontecer eu não acho que esse seja um assunto no qual reine um sincero desejo de esclarecer as coisas vamos lá agora Game faz uma pergunta administrativa gostaria de informação sobre a respeito da promoção que inclui uma aula exclusiva do curso de introdução metafilosófico com perguntas de fato eu prometi isso e não o realizei até agora então eu dependo dos meus assistentes para poder marcar uma data disso aí prometo anunciar em breve também eu me pergunto, que será das séries Socra 50x de Peter Craft? eu gosto muito mas eu acho que ele é demasiado delicado esse é o problema americano de modo geral tudo aqui no estados unidos você abrir a boca, você tem uma lista telefônica de normas de polidez que você tem que seguir existe aqui o conceito, eu acho o mais absurdo possível o conceito da linha toda hora se ele fala uma coisa e aparece em toda a mídia, ele cruzou a linha ele foi longe demais, quem inventa, quem demarca a região do permitido e do proibido é a mídia, o que é a mídia? é um bando de salafrário e assim como existem as bandas de salafrário na mídia, existe na universidade também então às vezes você para dizer uma coisa óbvia você precisa colocar tantos amortecedores, tantas questões preliminares que quando você chega na tese mesmo já está tudo diluído agora eu estou lendo o livro, o livro é maravilhoso Charles Taylor que chama uma era secular, secular age tem um monstro de erudição, inteligência e tudo, só que só para ele colocar os conceitos preliminares é tanta amortecedora, tanta dificuldade que tudo se dilui, eu digo olha o livro tem mil párneas, podia ter 200 diria muito mais, mas se você dizer as coisas como elas são eu acho que no meio anglo saxônico está meio proibido aliás existe o motivo do sucesso do Donald Trump, porque ele decidiu romper com este negócio e eu pelo menos ele está falando português, o inglês claro isso é tão chocante para as pessoas aqui é por isso que eu não posso, quando eu vim para cá eu falei, talvez eu possa escrever alguns livros em inglês eu escrevo em inglês corretinho, mas eu não consigo entrar neste negócio se eu vou escrever do meu jeito, nossa, as pessoas vão ter um ataque cardíaco quando ler e sabe que esse cara é um criminoso, vamos dar até razão para você ele é um assassino o debate com o Duguin, mas ali eu não fui impolido com o Duguin eu fui muito respeitoso com ele, porque eu realmente o admiro eu não fingi polidez eu fui firme, mas, por exemplo, se fosse um debate com o Emissário ou com o Margellian Cháu, eu não ia poder ser respeitoso eu só sou respeitoso com pessoas que eu realmente respeito e que tem algum motivo para você respeitar então, a pessoa fala essa pessoa da esquerda, com quem você debateria debateria com o Torno Negrito, eu teio o chapéu para ele então, eu ia tratar ele, mas ele me afirma e me parei respeitoso e eu estaria dentro mais ou menos do que aceitável no mundo anglo-saxônico, pelo menos na Inglaterra é menos, mas aqui é... o americano tem... ele tem terror de ofender as pessoas, terror de incomodar, tudo ele pede desculpa é uma coisa incrível, quer dizer, é como o vento, de certo modo quando isso é transposto para o mundo do debate intelectual, eu acho que fica tudo meio falso então, o problema com o Peter Creeft é esse às vezes ele está discutindo com um jeito, com um filósofo os fitares são, obviamente, uma estupidez mas o Peter Creeft acochou aquilo de tal maneira, que até a estupidez se torna mais bonita do que é vamos lá Felipe Lessard, poderia descorrer o seu provável quadro da Vinte Electróbras, era pois a sua morte bom, eu não tenho planos de morrer tão cedo, ainda pretendo continuar agora, o que as pessoas vão fazer depois da minha morte, isso é que eu não vou planejar de jeito nenhum e eu acho que o que eu posso fazer é o que as pessoas já estão fazendo estou tentando criar uma geração de intelectuais mais sérios e acho que estou criando, acho que está funcionando os primeiros sinais que aparecem são muito auspiciosos frequentemente tenho visitado uma imagem de um aplede de ex-alunos muito bem nutrírios e intelectuais mas ainda incapaz de articular tudo isso numa vida de palô como o senhor falou bom, mas pera aí, uma coisa é formação intelectual, outra coisa é formação do caráter eu posso dar algumas dicas sobre a formação do caráter, mas eu dificilmente posso influenciá-la você não dá para fazer isso à distância, você pode, no máximo, dar alguns exemplos mostrar como se faz as coisas, mas a formação do caráter, aquele negócio que dizia o Goethe quer dizer, o talento se fortalece na solidão, está estudando, meditando e o caráter é na agitação do mundo, quer dizer, é a própria prática de entrar nesses debates, de desenfrentar as pessoas isso é que vai formar o caráter deles, nesse ponto eu não posso ser responsável, moralmente eu não posso ser responsável porque eles fazem, intelectualmente sim, tem que assegurar um nível mínimo, mas já que a gente já está assegurado no máximo, o sol que eu posso fazer é apelar as pessoas, para que não façam certas coisas porque não infringam certas normas morais elementares mas de qualquer modo eu prometo voltar esse assunto, mas já que você chama atenção para isso, vou voltar a esse assunto também eu não posso esquecer o seguinte, tudo o que eu escrevo, e que eu ensino, foi resultado de uma vida muito complexa muito cheia de acontecimentos, tão cheia de acontecimentos que eu não consigo contar o pessoal não escreve um livro de memória, não vai dar tempo, aconteceu muita coisa, tem muita coisa que eu não entendi até agora e isso não estou falando assim do aspecto só da vida pessoal, familiar etc etc não, estou falando da vida pública, do contato com pessoas, agentes, históricos importantes que eu conheci, que eu via toando, eu fui testemunha de coisas muito importantes, que não dá para contar porque é muita coisa, e o treino começa a estudar, aquele menino que nunca saiu de casa, um piado de prédio de repente está lá estudando Platão, ou estoura, você toma de Aquino etc, e quer entrar na briga, fala, espera aí você tem os elementos intelectuais, mas o problema não é o que você sabe, é quem você é o que você é, vai ser testado na própria vida já te eu vejo, por exemplo, o Sr. Etrieta numa discussão esperando polidez ou honestidade do seu interlocutor às vezes você pode esperar se a pessoa realmente honesta, mas fora disso você tem que estar preparado para o fato de que você está discutindo com o vigarista e que você está se expondo aos golpes mais baixos que você possa imaginar mas de qualquer modo a imagem da vida intelectual americana pode ser muito atraente para o Sr. Etrieta ler as discussões aqui se imagina participando uma discussão acadêmica nos Estados Unidos, mas tudo isso é muito elegante, mas não é a realidade da nossa vida e mesmo essa elegância americana serve para mais para encobrir a realidade do que para revelá-la nós devemos estar preparados para situações para as quais não estamos preparados preparados para imprevistos, pode acontecer qualquer coisa, o que acontecer é que na hora eu vou me virar e sair bem e você tem que entrar na briga com esta expectativa, de que tudo pode acontecer você também tem que estar preparado para você, sofrer golpe e barro, sofrer humilhação, tudo isso vai acontecer necessariamente e até onde você tem paciência, até que ponto você pode ter uma certa superioridade moral de você enfrentar essas coisas com firmeza, mas sem perder o bom humor ficar indignado é a pior coisa que pode acontecer, você não deve ficar indignado demais você deve encarar tudo como um soldado em cara a guerra, eu estou aqui para os caras atirar nele e eles atirar de mim é coisa, mas não vou ficar ofendido, mas um soldado americano é lá, poe, esse alemão esgraçado atirou em mim o que é isso? porque ele está lá para isso mesmo Vinicius Vardier, eu pergunto, o problema é o professor que assim essa mulher não quer explicar a associação entre cosmologia e homem porque ela se quer considerar que tal relação exista, mas esse aqui é o problema ver uma coisa é a noção do universo físico, mas pensa bem, o universo físico não existe, o universo físico é uma abstração quer dizer, do conjunto da experiência que nós temos, você mediante certos esquemas, você isola uma parte e chama do universo físico mas esse universo físico é o mesmo universo no qual você existe então, se você passa a considerar que o universo físico é a realidade, então meu filho, você está dentro da irrealidade a sua ciência também é irrealidade, embora ela possa ser verdadeira no seu conteúdo isso quer dizer, você está dizendo coisas verdadeiras, mas a prática dessa ciência é uma irrealidade cultural isso é evidentemente uma situação alienante o indivíduo quando se acostuma com isso, ele pode acertar numa coisa ou outra, mas no conjunto ele vai estar sempre dizendo besteira eu gostaria muito de descobrir essa relação, pois não a conheço de fato, mas ela não é assunto hoje em dia é isso, de vez em quando surge alguma especulação ainda, como por exemplo, um congresso sobre os universais do Espírito Humano, presidido pelo Edgar Moran e Máximo Piatelli Palmarini, a intenção é muito boa, mas esse tipo de sondagem mal começou eu conheci um antropólogo francês, Jacques Albon, ele também criou um monte de teorias a esse respeito eu não sei se o teorias estão certos ou erradas, mas é um esforço de algum modo mas a quase totalidade do mundo acadêmico vive perfeitamente bem sem isso eu quero ver a partir das suas teorias, você explicar a existência da sua teoria, como fenômeno estorco se não há relação entre uma coisa e outra, então você está vivendo no mundo de duas cabeças até aqui o universo físico e ter um universo da cultura, qual é a conexão entre uma coisa e outra, simplesmente não existe existe somente a base da suposição, por exemplo, você pode criar uma explicação evolucionista para a cultura mas se a própria teoria da evolução considerada como teoria referente à natureza física ela está cheia de suposições e de saltos lóricos, quanto mais não estaria a aplicação dela, a evolução histórica e mais ainda, qual será a conexão? Aqui existem vários especialistas no estudo psicologia evolutiva, por exemplo existem teorias políticas basadas na evolução, mas tudo isso é tudo, são conjeturas então especulações imaginativas, enquanto especulação imaginativa eu lhe digo, a dos medievais eram muito melhor eram muito mais integradas, muito mais coerentes e a cultura que ela produziu justifica inteiramente a sua existência eu digo, se você, no mundo moderno, você mostrar alguma obra de arte que possa competir com as catedrais medievais com a sua incomplexidade, riqueza, integração e importância da inspiração da própria filosofia me mostra aqui, agora quando você compara a arquitetura Gótica e compara com a Bauhaus, é para você chorar Dógras Porteum, como estuda cosmologia medieval? A quantidade de livros que existe sobre isso é tão gigantesco e por exemplo, todo esse estudo já que ligou, são muito bons sobre os intelectuais na edade média existe também, esse livro, esse livro é indispensável, com essas respalvas que eu coloquei no começo e vai te dar muitas dicas bibliográficas Carlos Lopes pergunta, falando sobre conhecimento antigo, pode-lhe falar alguma coisa sobre o Trívio como ele poderia melhorar o nível do nosso ensino? A relação entre a gramática, lógica, audiológica e retórgica é uma coisa absolutamente essencial, que você não afina o seu ouvido para você poder raciocinar essas três claves você nunca vai entender com isso nenhuma, por exemplo, eu imagino um surre que vai estudar lógico até lógica matemática sem ele ter uma fina compensação da linguagem, das nuances, você tem um domínio literário da língua você nunca vai entender com isso nenhuma, porque vai entender tudo naquele nível que ele compreende que é o nível lógico e matemático, isso, olha então, a elaboração do único conceito lógico é uma coisa que passa por tantas etapas, por tantas transformações desde o material dos sentidos e se ele não entende isso, ele não vai entender o produto final então, o Trívio nesse caso é de uma utilidade extraordinária Anselmo Urrich, parabéns pela aula, está excelente, o professor, essa destruição da consciência humana poderia ter começado com a arte essa, servindo como um projeto de pilota, a partir das edes, como as Marcelo do Champ, não, não, esse professor é um negócio que começou muito antes mas muito antes, eles começam na renascença, eles começam o Galileu e Newton, evidentemente Newton, pelo menos, Newton tinha alguma consciência de que era preciso integrar as coisas, porque a maior parte do esforço de Newton foi para criar uma teologia na qual ele integrava a sua lei da gravitação universal essa parte do Newton só começou a ser estudada e muito pouco, no século XX, e causou estranheza, de maneira que aquilo que para Newton traduzia, vamos dizer, uma relação íntima e absolutamente inegável se tornou uma surpresa para os caras que descobriram que Newton se interessava por essas coisas, até hoje eles tentam explicar, ver, eles tentam explicar psicologicamente por que Newton se interessou pela alquimia, quer dizer, eles partem de um modelo estereotipado do que é um cientista moderno e aplicam retrativamente é um sujeito que não era um cientista moderno, então isso já mostra uma alienação total, até hoje estão desinterando aspectos desconhecidos do Newton eu não sou capaz de jogar, mas nem de longe, esse esforço teológico do Newton, me parece falhado, mas eu não sei os textos que foram publicados são poucos em relação a total da produção dele, e disso eu li quase nada, então como é que eu vou jogar? mas eu sei que para ele ainda tudo isso estava integrado, na época de Newton se falava de filosofia natural, a física, se chamava filosofia natural e isso continua até o século 18, até o fim do século 18, isso continua, mas a ruptura começa sobretudo com essa distinção feita por Galileu e Newton essas qualidades primárias, qualidades secundárias dos objetos, qualidades primárias são aquelas que podem ser medidas e qualidades secundárias e dependem do aparato de percepção humano, e de bom, existe uma coisa mais subjetiva do que medida, medida é comparar uma coisa com outra, quem faz essa comparação é o mente humano então é aquele negócio que dá o que o Fofka Smith chama bifurcação, não é só bifurcação, não apenas bifurco o mundo em dois pedaços vai ser como se essas coisas se dessem em realidades separadas quando se dão na mesma realidade, mas ainda invertem, chamo de mente o que é matéria e de matéria o que é mente, essa confusão dura até hoje Vinicius Vardier, pergunta, eu comprei uma cosmologia medieval, a branca é significada, antropológico e filosófico muito superior à luz do nosso tempo mas ligando em conta o conhecimento astro-grafo que temos hoje, que nos permite viajar, confia no nosso sistema solar, faz algum sentido a crença de desenhos e constelações de perspectiva de movimento dos astros desde a nossa posição aqui na Terra, possam ter algum significado, ao contrário, a referência para as viagens espaciales é geocêntrica até hoje não só para viagens espacial, mas para navegação marítima e navegação aérea, tudo isso então, é claro que isso tudo faz sentido, e além disso, você verá, todos os processos, todos os progressos da cosmografia, eles não tem nada a ver com a cosmologia, você não tem como comparar uma coisa com a outra então você pode dizer, os antigos têm uma cosmografia meio deficiente, pouco primitivo, mas que veicula uma cosmologia integral agora, o que é cosmologia hoje? você vê qualquer livro de cosmologia atual, tá esquisito assim, cosmologia é estudos modelos possíveis de universo sem levar em conta se algum deles algum dia foi levado à prática então é especulação imaginativa, só que é uma especulação imaginativa que deixa de lado todo mundo, humano, histórico etc etc até a concepção puramente física do universo é imaginativa, então se é para comparar modelos imaginativos com outros modelos imaginativos, o medieval continuam muito melhor mas ele tem uma noção do que é realidade, aquela noção da, aquilo que o Willa Verde chama presença total, e esses caras não tem presença total, eles vêm no mundo de abstração, tudo é separado quer dizer, o universo que eles estudam não é um universo onde eles estão, e essa tensão entre o que eu conheço mediante comparações abstrativas, e o que eu sei da minha própria posição, essa tensão é absolutamente indispensável para você ter um negócio que chama senso da realidade depois que diz o Husser, a terra dos astrônomos se move, mas a terra onde nós andamos não se move, nós vivemos essas duas coisas, eu aqui andando, estou andando sobre um terreno fixo, por isso ele se mover também eu caio e isso é a experiência de todos os seres humanos, porém, olhando desde um ponto de vista hipotético e medindo eu chego a uma outra conclusão, essas duas coisas são verdadeiras, uma não desmenta e a outra, e a tensão entre elas que vai definir a nossa posição, não só no espaço, mas na história, no tempo etc etc um outro problema que surge aí é o problema do tempo qualificado, qualquer ser humano sabe que a sua vida tem épocas diferentes, onde de repente tudo muda, o quadro todo muda, você busca outras coisas, você percebe as coisas de outra maneira então esses distintos tempos eles têm para você subjetivamente uma qualidade diferente, do mesmo modo para a humanidade inteira os tempos têm qualidades diferentes, nós sabendo por exemplo que a nossa experiência do mundo não é hoje a mesma que era nos anos 30 e 40 do século passado que era a época dos grandes totalitarismos etc, outra coisa completamente diferente, e não existe na sociedade moderna uma consciência da distinção entre as qualidades dos tempos, que é uma coisa que na idade de médio todo mundo tinha o tempo todo era medido em função de um senso das eras e do ano litúrgico, então todos eles têm essa afinação para dizer que eu e agora o pessoal está tentando recompreender isso, agora mesmo que eu vou mostrar uma coisa para vocês, um livro que saiu agora do Jacques Legault em busca do tempo sagrado, que é um estudo sobre o livro do Jacques Vodervaraiso, a legenda dourada que é uma sucessão de histórias meio históricas, meio míticas da vida dos santos conforme o calendário litúrgico, é um livro de uma profundidade, assim, absal, ali tem mistérias e mais mistérias e mais mistérias, tudo isso se perdeu absolutamente então o que você tem? Você tem um estudioso que está tentando recuperar aqui, eu li a legenda dourada quanto mais lia, 30 anos atrás, quem chamou a atenção foi o Michel Weber, quanto mais lia mais maravilhado ficava e de bom, de tudo isso, é um legado passado que a modernidade longe de ter superado, ela está tentando entender, então daí esse tipo de estudos nos mostra como é ridículo essa pretensão de estar no topo dos tempos contemplando zonas de obscuridade em bom é o contrário, essa luz do passado nós perdemos, nós temos que recuperar, porque só existe progresso quando você conserva o que tinha, qualquer pessoa sabe disso, por exemplo se você ganha dinheiro mas perdeu o que ganhou antes você não ganhou nada então, é por isso que dizia o Hagen Rosenfels, eles não sabem que uma pessoa pode ser progressista ou conservadora, porque toda pessoa normal é progressista e conservadora, você progrede porque você conserva alguma coisa, conserva porque você vai progredir para dentro então esse senso vamos dizer da conservação ele é absolutamente necessário, é a ideia de progresso, agora na sua cidade moderna que você tem uma espécie de idealização hipnótica da mudança você quer mudar de maneira tão veloz que você esquece o que tinha antes, então você perde conhecimento, você perde consciência, e ao mesmo tempo essa mesma pessoa fala de consciência histórica, mas que consciência histórica se você não é capaz de pensar, eu não digo como os mediaparicelos, você não é capaz de pensar como seu avô, ou como seu pai, quer dizer o mundo do seu pai, seu avô se torna incompreensível pra você e você acha que você está adiante dele, você é superior a ele, porque você não os entende meu Deus do céu quer dizer a ignorância ou não entendimento é que virou o padrão de qualidade agora nós não podemos mudar isso na civilização contemporânea, não vamos mudar a civilização, mas nós podemos dirigir a nossa vida intelectual de maneira que ela não seja contaminada por esse tipo de estupidez nós não somos obrigados a ser disso, hoje acho que já foi demais, então segunda-feira esperamos vocês na nova rede social da realtalk.org até a semana que vem, muito obrigado